so far away

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Ler alguns weblogs brasileiros está me deixando com sentimentos confusos. Tem dias que eu me sinto mais purfa que umbigo de vedete [e por essa expressão antiqüíssima pode-se realmente perceber quão purfa eu realmente estou! Há há!]. Os blogs que falam de programas e personalidades da tv, do cotidiano das cidades e até os que falam de música, me deixam com uma sensação de que eu tenho um imenso vazio de dez anos nessa vida brasileira, que por mais que eu tente não consigo preencher. Normal. Hoje, nós imigrantes temos tantos recursos para estarmos mais perto do nosso país de origem, mas mesmo assim fica esse buraco, porque não se viveu o cotidiano, não se discutiu os acontecimentos no dia-a-dia. E então vamos ficando cada vez mais distantes.
Isso pode até parecer uma coisa ruim, mas realmente não é. Os dez anos de vazio brasileiro foram preenchidos por muita coisa da vida canadense e americana. E eu me considero uma privilegiada por ter essas experiências na minha memória. E vou cada vez mais chegando à conclusão que tenho mesmo que ler o Sacramento Bee, que assistir o 10pm News, que assinar a Newsweek, que saber dos shows e música daqui, da arte que se faz aqui. Insistir em participar de um cotidiano que não me pertence mais é desgastante e frustrante.

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