pipoca aqui, pipoca ali, pipoca lá e acolá

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Estou vestindo uma calça marrom de corduroy enorme do meu marido, porque estou numa fase horrorriver—não tô suportando roupa nenhuma, nem roupa de baixo, nem roupa de cima. Às duas da tarde tudo me incomoda e a minha vontade é arrancar tudo, vestir uma túnica branca de linho, daquelas iguais a de personagem louca de filme hiper realista, e sair correndo pelo campo de grama verde em câmera lenta, com os braços abertos e a cabeleira esvoaçante.
Tenho que ouvir o Pandora ou o ITunes ou o IPod quando o meteorologista chega com o lanche dele, que ele devora na frente do computador, provavelmente ensebando todo o teclado, pois ele só come junk food. Eu também precisava ter um nosephone ou uma máscara de oxigênio para não precisar sentir o cheiro do que ele come. Hoje parece feijão queimado. Eu sou uma pessoa que gosta de cozinhar com ingredientes de qualidade e comer coisas saudáveis. For Pete’s sake, que raios de gororoba é essa. Só sei que ele compra, em algum lugar, no campus. The hazards of eating. Peligro Will Robinson, peligro!
O Pandora é legal, mas às vezes você começa ouvindo Beatles e quando se dá conta está poluindo as orelhas com The Goo Goo Dolls.
Fui fazer minha limpeza dentária e recebo mil elogios. Tenho os dentões mais bem escovados, fio dentalizados e higienizados de todo o condado. Mas isso não quer dizer nada—quer dizer—quer dizer que limpeza não ajuda quando os genes não ajudam. Mas não vou reclamar. Não vou reclamar. Não vou reclamar.

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  • Olá!
    Se já me sentia “íntima” sua lendo o chucrute, agora então!!!
    Pena que aqui no Brasil bloquearam o Pandora. Eu adorava usá-lo, mesmo correndo o risco do estilo mudar totalmente sem eu me dar conta. Gosto de não saber exatamente o que vai tocar. Tenho uma dificuldade tremenda cada vez que tenho que escolher um CD (ou uma pasta de MP3) para tocar. Até há um candidato a substituto no ar, mas no me gusta tanto…
    Beijos de cidade da garoa (que tá mais para vendaval e inundação).

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o passado não condena