February 16, 2004

dia molhado

Minha intenção era nadar na fria manhã deste feriado de President's Day. Mas meus planos se afogaram na aguaceira da chuva, que começou de madrugada e ainda não parou. Nadar com frio e chuva já foi uma coisa divertida, mas não é mais...

O João disse uma vez que os meus posts contando histórias de infância e minhas fotos amareladas de fuscas, anjinhos, piscina do clube da AABB e risadas faltando dentes, eram "proustianos". Eu gostei desse comentário dele e sempre lembro disso quando escrevo histórias desenterradas do meu passado de criança travessa.

Pois a chuva e a vontade de nadar frustrada de hoje me fez lembrar de um episódio da minha infância. Água sempre foi o meu ambiente favorito [e o ar, onde viviam meus pensamentos, o segundo]. Eu me lembro nítidamente que tinha uns oito anos e meus primos paulistas e cariocas estavam passando férias com a gente. A casa virava uma bagunça. Minha mãe trabalhava fora e a gurizada ficava aos cuidados das empregadas. Num tal dia com uma tempestade horrorosa se aproximando - o céu negro, sons ameaçadores de trovões - eu decidi que queria ir nadar NUM RIO. Ninguém, nem o meu primo mais velho, inventor de modas e valentão topou me seguir. Eu resolvida disse que iria sozinha mesmo. Uma das empregadas me seguiu pela rua quase chorando, pedindo, implorando, não vai, sua mãe e seu pai vão me matar se eu deixar você ir. Mas quem é que conseguia mandar em mim ou me impedir de fazer qualquer coisa? Eu fui com a empregada caminhando junto e praguejando, enfrentei o escândalo dos raios e trovões, nem liguei pra chuva caindo, pulei do morrinho, nadei com os pingos do céu deixando a água mais quentinha, fiz o que eu queria fazer e só então voltei pra casa. A empregada, em estado quase histérico, só sossegou quando entramos em casa e eu fui pro chuveiro, tomei um banho quente e coloquei roupa seca. Nem sei se ela contou essa história pros meus pais. Acho que não contou, porque eu não lembro de ter apanhado de cinta - que seria o merecido - na frente dos meus primos!

Fer Guimaraes Rosa - February 16, 2004 04:11 PM
comments

Oi Fer, nessa época só lembro que afoguei num rio e alguém me salvou, senão estaria longe daqui... tantas imagens belas eu vejo por aqui - a correria não me impediu de vir aqui... beijo



Marco... - February 17, 2004 12:56 PM

Lembrar do passado é fazê-lo presente.



Marcos - February 17, 2004 11:58 AM

Oi Fer,
Ahh a famosa Chatterbox :P
Te achei la no grupo de discussao do mundo pequeno.
Beijos



Dani - February 17, 2004 11:49 AM

Fer,
Li seu coment la no blog do Cris Dias, sobre aquele lance la do blogger. Mas olha so eu acabei de conseguir abrir dois blogs do blogger neste exato minutos, mas eu estava tb sem conseguir ate ontem... eles devem ter voltado atraz!!



Devaneadora - February 17, 2004 10:23 AM

Meu ambiente favorito também sempre foi a água, Fer! E eu também aprontei uma dessas, mas fui mais covarde: fui brincar, debaixo de uma chuva muito forte, no parquinho do prédio. Deitava e rolava nas poças de água do chão, corria, pulava, tudo com uma amiguinha do condomínio. Depois fui correndo para casa, pois não queria perder um especial de desenhos animados que ia passar na televisão. Minha mãe me deixou assistir aos desenhos, claro, mas só depois de um banho quente! :)
Um beijo!



garota urbana - February 17, 2004 06:20 AM

Seu post também me fez recordar da minha infância. Como são boas essas lembranças. Bjs



Marcia - February 17, 2004 06:15 AM

Fê, eu sempre fui a "inventadeira" das brincadeiras, e, pra variar, eram as mais terríveis possíveis... certa vez eu e meus primos e primas encontramos um eixo de carroça em um barracão do sítio de minha avó. Resolvemos brincar de sentar no eixo (cabiam 3 de nós) e descer uma descida enooorme que tinha lá. Só que ninguém conseguia parar sentado naquele ferro, pq, além de doer, caíamos ! Aí minha super idéia surgiu: vamos pegar as almofadas da sala e nos amarramos no eixo junto com elas. Fizemos, mas na hora H ninguém teve coragem. Fiquei brava e resolví ir sozinha, só pra mostrar pra eles que não tinha perigo. Resultado: quando começou a desder, eu caí de costas e, como estava amarrada, não fiquei no lugar... as rodas me puxaram até o fim da descida... cheguei lá embaixo inteira ralada e cheia de galos na cabeça, que batí durante toda a descida. Dá pra imaginar !
Toda vez que nos reencontramos lembramos desse e de muitos outros episódios...



ana maria - February 16, 2004 08:15 PM

Escrevi, falei bonito porque eu adorei essa lembranca tao doce e donde esta meu coment.........

beijos



Ingrid Littmann - February 16, 2004 08:09 PM

Maravilhoso, recordar. Acho mesmo que a empregada participou com voce da tamanha alegria vendo sua rostinho feliz, e da surra de cinta eu tambem posso lhe contar algumas...

Uma delicia de memoria!
beijos



Ingrid Littmann - February 16, 2004 08:07 PM