Eu estava irritada, porque ele chegou de San Francisco na quinta à noite e não veio pra casa. Ficou no seu laboratório de cem mil dólares, fazendo alguma coisa super importante. Então ontem eu deixei a salada temperada murchando, o macarrão soba e o tofu frito esfriando na mesa para ir buscá-lo. Se não for assim, ele não vem, porque está atolado de coisa pra fazer. Isso me provoca um ataque de mau humor. Viro uma ranzinza, respondendo atravessado, elevando a voz, sendo grosseira, the whole nine yards.
Depois que eu falo tudo e mais um pouco - "não é minha culpa que você está cheio de projetos!", me calo. Daí ele me abraça, faz uma cara engraçada, tenta dar uma de psicanalista - "me diz o que você está sentindo.", propõe irmos ao cinema juntos no domingo à tarde, faz uns elogios, dá uns beijinhos. Ele é um doce. E eu devo ter mesmo um amor transbordante por ele, pra aturar essa dedicação profissional exagerada.
Fer Guimaraes Rosa - April 3, 2004 09:19 AMFezoca Queridoca, vc não imagina como é bom ler suas palavras... Me faz um bem pensar / entender que eu não sou o único a "enlouquecer" de tempos em tempos. Beijocas.
:O)))
beijo
PS: Fe, só pra avisar que esse meu e.mail não vale pro exterior...
Casamento é uma prova e um aprendizado diário, né não? É difícil, sim, mas quando há amor, a gente sempre encontra lentes e filtros com os quais se vê de outra forma as coisas que nos perturbam. Estou conseguindo ser mais tolerante agora no meu segundo casamento... até porque estou com alguém mais tolerante e que releva minhas idiossincrasias.
O amor parece ser mesmo essa coisa que continua por causa de um detalhezinho "à-toa". Tipo o fato de ele fazer você rir com uma gracinha besta depois de por você louca. O seu é workaholic o meu é bagunceiro. Ah... comecei tarde, mas estou achando bem legal.