Aos quarenta e dois anos, estou fazendo sessões com um career counselor. Nem foi idéia minha, mas do diretor de um programa da UCDavis do qual eu faço parte. Eles e o departamento de Engenharia Agrícola estão dividindo as despesas desse serviço, então estou indo. A counselor está me dando idéias e dicas e me ajudando a fazer modificações no meu curriculum. Já fiz sozinha muita coisa e agora ela está me ajudando a fazer outras coisas. Mas sinceramente, por noventa dólares a hora eu estava esperando um pouco mais dessas sessões. Esperava que ela me oferecesse um leque mais variado de opções e não ficasse batendo na mesma tecla [do writing in English]. Ontem fiquei realmente chocada quando ela interrompia nosso trabalho de correções pra contar causos dela e do marido - que ela nunca serviu pra ser dona de casa e que tentou cozinhar uma lasanha pro aniversário do marido mas deu tudo errado, que era picnic day e eles quase não conseguiram um restaurante, blábláblá, blábláblá. Depois sugeriu que eu pedisse mais sessões pro diretor do programa, pois tínhamos muito trabalho para fazer e as sessões que temos disponíveis não iriam ser suficientes para discutirmos tudo. Eu posso não saber escrever o curriculum mais eficiente do mercado, mais ainda não perdi a capacidade de sacar uma jogada oportunista quando ela acontece bem na minha cara. Mais sessões, claro, pois ela está ganhando por hora. Só que a UCDavis não está pagando pra ela falar da vida dela. E eu não estou lá pra ficar ouvindo ela contar coisas que não me interessam. Estou realmente cansada de ouvir opiniões de palpiteiros e acabei de sacar que muitas vezes receber um conselho bom não acontece assim tão fácil, nem de graça, nem pagando.
Fer Guimaraes Rosa - April 24, 2004 10:26 AMEssa mulher não tem blog, não? "Aconselhe-a" a pôr os problemas dela em um.
Beijo.
Fer, propõe uma troca para a "consultora": vc ensina a fazer lasagna e ela faz teu resumé.
Ditado popular:
Consultor é o cara que pede o teu relógio para te dizer as horas.
Já que estamos falando em conselhos (risos), vou dar o meu de graça: corte as asinhas interesseiras da dona counsellor, diga que as sessões marcadas são suficientes sim senhora e acabe com a festa. Gente assim me deixa p... da vida. E, já que falamos em currículo, tem um site muito bom, com dicas excelentes, chamado www.monster.com
Beijos.
M
Vc é jornalista, né? Eu também. Fico achando que, pra se emancipar por aqui só mesmo estudando em instituições locais e aperfeiçoando o inglês à exaustão. Quanto a essa mulher aí, eu a mandaria plantar batatas. Que safada, ganhando dinheiro no mole!
Puxa, Fer... que chato isso. Eu imagino q vc estivesse depositando uma certa "fé" nessas sessões. E o engraçado é que eu sempre penso que esse tipo de coisa só acontece no Brasil. Mas não, né?
Oportunismo é universal. E talvez vc seja mais capaz de encontrar as respostas que está procurando sozinha mesmo.
Beijocas
Pelo menos as duas lasanhas que fiz na vida (leia-se: nas duas semanas passadas) ficaram ótimas.
A de lingüiça de porco sabor "maple" ficou ótima. A "brasileira" com carne moída, presunto, queijo e molho branco ficou tão fantástica que eu lambi o prato!
É claro que o maridão não classificou a segunda lasanha como tal, dizendo que o prato era apenas uma "massa à brasileira"... Mas ele comeu até a última garfada mesmo assim!
E aí, não é melhor ouvir sobre lasanha sem ter que gastar nadica de nada além de uns meros cliques no mouse? ;o)
Beijocas!