Na sexta-feira passada tivemos uma festa de queijo e vinho para nos despedirmos de um casal amigo que está voltando para o Brasil nesta semana. Bebemos, comemos, rimos, papeamos. Na quarta-feira eu fui visitá-los e enquanto conversávamos coisas da vida de exilados [de quantos hellos e goodbyes dizemos por ano] eu olhava para o rosto da minha amiga e pensava que nunca mais vou revê-la assim cara-a-cara. Quando a gente diz adeus, é pra valer. Não estou dizendo isso da boca pra fora. São dez anos dessa experiência, nunca reencontrando amigos que se foram e se espalharam pelo Brasil e mundo afora. Nós sempre choramos, nos abraçamos, prometemos escrever e mandar fotos, mas quando todos se ajustam novamente às suas rotinas, caímos na armadilha do esquecimento e as cartas vão ficando espaçadas, os telefonemas tornam-se anuais e logo a distância faz o estrago. Nunca consegui fazer isso acontecer diferente.
Ontem, outra despedida. Num churrasco na casa da Leila e Peter, falamos adeus para um médico campineiro que provavelmente nunca mais reencontraremos. Um cara bacana, que fala com o nosso sotaque e nos faz rir com suas histórias interessantes. Mais um que vai embora.
Mas esses goodbyes convivem harmoniosamente com os hellos. Todo ano conhecemos novas pessoas e muitas vezes deslanchamos amizades gostosas. Agora nossos novos vizinhos são brasileiros e já estamos organizando pequenos jantares regados a muito vinho e muito papo. É tão fácil! Então vamos aproveitar!!