August 16, 2004

memória olímpica

Eu não ligo pra esportes. Na verdade, me aborreço e me irrito com competições em geral. Então é compreensível que eu não esteja nem aí pra campeonatos, copas e até para o buxixo da hora, as olimpíadas. Mas apesar disso, eu tenho algumas memórias relacionadas a este popular evento esportivo.

A primeira memória foi nas olimpíadas de 1992, quando eu estava desmontando a minha casa para me mudar para o Canadá e tenho uma cena gravada tão nítidamente na minha cabeça, que posso quase sentir o cheiro, o friozinho da época, o excitamento e o medo com relação ao nosso futuro. Eu estava deitada num colchão na sala vazia do meu apartamento em Piracicaba, lendo um livro e ouvindo sem prestar muita atenção um jogo de volei do Brasil numa televisãozinha em preto & branco. Eu estava matando o tempo e esperando o Ursão chegar para finalmente socar as últimas coisas no carro e irmos pra casa dos meus pais em Campinas, de onde sairíamos para a nossa aventura estrangeira sem volta.

A segunda memória é das olimpíadas de 2000. Eu tinha decidido, num daqueles meus impulsos inexplicáveis, ficar com a gata da minha amiga que estava se mudando para Palo Alto e não tinha achado alguém que quisesse o animal. Ela estava quase indo ao SPCA quando eu topei com ela nas minhas caminhadas diárias. A gata tinha um nome horrível e eu quis mudar. Mas que nome dar para ela? Pensa daqui, pensa dali e foi então que eu ouvi na tevê a notícia sobre a nadadora americana Misty Hyman vencendo a australiana Susie O'Neill, que era a favoritíssima na competição nos 200 metros de Borboleta. Foi um choque mundial, os australianos de rabinho entre as pernas e a Misty super na dela, modesta, singela e vencedora. Quietinha, levou todas! É a Misty, pensei! Juntei o nome da nadadora com o sobrenome de uma das cantoras que eu mais gosto, Macy Gray, e batizei a gata: Misty Gray. Depois descobrimos que a gata era gato numa longa e atrapalhada história. Mudou o sexo, mas o nome ficou.

Fer Guimaraes Rosa - August 16, 2004 5:55 PM

Fer, não sabia dessa história do Misty... Que coisa! Conta mais! Ou você já contou e eu perdi?

E pelo visto, essa confusão de gêneros entre filhotes de felinos deve ser comum, como li em vários camentários deste post. Vivendo e aprendendo!

beijo grande,

Ainda bem que Misty é um nome 'unissex', caso contrário, mais algumas horas de pensamentos infinitos teriam que ser gastas pensando em um novo nome. Mas, para evitar a fadiga e homenagear esta grande cantora, fica misty gray mesmo - o gato misterioso.

PS: A Macy Gray arrasou em sua mini-turnê no Brasil!

Beijos, chuchu.

Esse nome do Misty é demais.
Acho que pior ainda foi eu ter colocado o nome de Kathrin num gato pensando ser uma gata, por causa da Kathrin Hepburn! hahaha

E me arrependo muitíssimo por não ter trocado o nome da Linda, mas até então não sabia que ela ficaria conosco para sempre.

beijo

Fer, você e suas adoráveis histórias!!! Adorei a do gato que já é íntimo de todos que frequentam este cantinho.

Quanto aos esportes, também nunca liguei e também já descobri que não curto competições. Quando era menina, sempre ficava de fora nas competições do colégio e fugia das aulas de Educação Física como diabo foge da cruz. Hoje, penso que poderia ter me esforçado pelo menos para não conviver, hoje, com esta imensa preguiça e desgosto que tenho para praticar qualquer atividade física. Uma pedalada na beira-mar às vezes me salva do sedentarismo que uma tese nos impõe!

Beijos,
Elisa

Confesso que também fiquei confuso com a verdadeira identidade sexual do/a Misty até chegar ao fim do texto.
Já morei numa casa em que tínhamos cerca de 20 gatos. Estranhamente, nunca nos confundimos em relação ao quesito sexo, mas vai ver que era por termos apenas gatos "vira-latas". Nos mais "sofisticados" deve ser mesmo complicado, sei lá.

Fer, que incrível! Por isso é Misty Gray - o gato gay! E eu achando, coitado do gato, que ele já tinha se engraçado pra cima de algum bichano... ou que já tinha rejeitado alguma gatinha linda. Quanta viagem, ai. ;)

Mas que ele é lindo, isso é. E você deu uma sorte incrível de ter tido ele como um "presente", né? Ele é muito fofo. :)

Imagino o Misty com altas crises de identidade sexual. Gente, que eu sou afinal? Macho ou Fêmea? ho ho ho

eu sempre quis saber alguma coisa sobre o nome do miau! haham adorei!

meu irmão tinha uma gata chamada maria. quando a bichinha estava com uns 6 meses ele descobriu que ela era ele e não teve dúvidas: maria virou Zé Maria! :)

beijo

Coitado do Misty! E eu que nao estava entendendo coisa alguma ate terminar de ler o post... Engracado que a gente quase sempre adota gatos seguindo um impulso. Eu tive uma "gata" chamada Marie Curie (que nome obvio ehehe). Ai descobriram que era um gato. Ficou "Ze Marie".

Eu tambem detesto competicoes de qualquer tipo. Ate gosto de assistir aos jogos as vezes, mas odeio competir.

Que historias legais.

Ah, e obrigada pelos votos. Ja estou otima. Claro que as bacterias e os leucocitos devem estar em guerra la embaixo, mas eu nao sinto nadinha...

Beijos!

Pobre Misty ! Um erro desses é algo inadmissivel ! :-) Mas valeu a pena hoje ele é um gato muito bonitao, querido das amigas blogueiras. E no post anterior você disse que o Misty pode dar umas voltinhas no patio no final de semana...E eu fiquei me perguntando se o Roux ficou de castigo dentro de casa (?) :-) A chata aqui quer saber ! Beijinhos

As Olímpiadas de 1992 sempre serão inesquecíveis para mim: estive em Barcelona e assisti a um jogo de volley e a um show do Genesis memorável. Foi minha primeira viagem a Espanha. De lá fomos para Toledo e depois para um monte de cidades maravilhosas. Estavamos de moto e eu só tenho lembranças incríveis dessas férias. Meu marido e eu 15 dias sozinhos, indo onde o dedo caia no mapa.