frozen smile
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Uma música, nem sei de que grupo, ecoa na minha mente: I just want you to see who I am! Hoje eu só quero ter um belo dia de silêncio e descanso!
Você que está do outro lado me lendo agora, faz o favor de me imaginar descabelada e sorrindo, porque é exatamente como eu estou neste instante! 🙂
Como eu falei neste final de semana! Nem eu sabia quantas palavras, descrições, adjetivos, impressões, detalhes minuciosos eu era capaz de pronunciar, com uma voz calma, sem me incomodar com o meu sotaque! Na companhia de um grupo de umas 40 pessoas e me sentindo perfeitamente à vontade.
No sábado eu fiquei extremamente doente. O medão tomou conta do meu corpo. Acordei com dor de estômago. Rolei de dor. Fui deitar, mas me trouxeram de volta pro grupo, me deram remédio, massagem. Depois veio da dor de cabeça agoniante! Almoçamos e chegou a nausea. Eu só olhava pras escadas, em direção ao quarto. Daí tomei dois motrin, quatro comprimidos de ervas, um de ginseng e lá se foi o almoço e tudo mais privada abaixo e eu escada acima, me enfiar na cama. E ganhei outro motrin, mais massagem e um tratamento exótico com radioestática ou whatever that was! Voltei pro grupo e terminei meu dia com um trabalho que foi muito importante e com a sensacão de que meu corpo e minha mente estavam numa briga de foice e machado!
No domingo eu acordei decidida passar um dia sem dor. Também decidi que iria tentar tirar o maior proveito possível de tudo. Eu não iria sair de lá sem ter conseguido alcançar pelo menos um objetivo. E quando chegou a hora de fazer o exercício mais temido, a dor de cabeça se instalou rapidinho no lado esquerdo da minha testa e eu senti uma baita raiva e frustração. Well, hello ME! Que surpresa quando me vi no meio de uma experiência EXTRAORDINÁRIA! Dali pra frente não parei mais de sorrir! A bobalegrice tomou conta!
Quando saímos para fora da casa, depois de três dias enclausurados, puder ver a paisagem linda das montanhas em Truckee. Tinha nevado à tarde e ninguém nem viu! Como nossa van psicodélica (guiada por um dos reis magos – Balthazar) estava com o pneu furado, fiquei um bom tempo caminhando e pisando de leve na neve branquinha (numa noite de lua cheia, tudo fica com uma coloração mística!) e ouvindo o crec-crec do meu tênis no chão gelado. Na nossa troupe, além do guia Balthy (que dirigia pelas montanhas em zig-zag enquanto conversava, me dando sobressaltos a cada minuto), estava o homem das cavernas do Alaska, Andrew – um gigante, de cabelos longos e barba branca, com um jeitão tão adorável que eu tive que dizer ‘I like you a LOT!’; a doce australiana July; o tímido Mike, com os olhos azuis mais gigantes que eu já vi na minha vida; Jim, o cozinheiro-escritor que me encantou com sua retórica e simpatia; e eu, Fezoca, a descabelada sorridente! Muitos e muitos abraços! 🙂