black expressions
*
Sunshine – 12° C/ 0° C
A Eli ficou surpresa quando viu o vasto mercado exclusivo para negros que existe por aqui. Em Sacramento, nós fomos à um lugar que revendia produtos de beleza para negros, pois ela queria ver umas extensões de cabelo. Eu fiquei encantada com a variedade de coisas para fazer aqueles hairdos funky! Ela ficou de boca aberta quando viu quadros religiosos – desses típicos, com o anjo da guarda protegendo a criança ou a Última Ceia – com todos os personagens negros. Por causa dela, eu agora recebo um monte de flyers e catálogos só com produtos para a raça negra. Eu encomendei um par de sapatos pra ela, num desses lugares e então meu endereço ficou no mailing list deles.
Ontem eu recebi um catálogo de um desses clubes de livros chamado Black Expressions . Os livros são todos de autores negros ou sobre temas relevantes e interessantes sobre a raça negra. Um dos livros eu reconheci, que foi um que a Eli comprou sobre a história dos cabelos negros na América – que é uma coisa linda, com desenhos e fotos e um monte de informação que eu nunca nem sonharia que existisse. Outros são livros de receita da Patti LaBelle e do Issac Hayes, livros infantis só com personagens negros, romances, livros de auto-ajuda, psicologia [ “What Brothers Think, What Sistahs Know About Sex”], religião, biografias de negros famosos…. Tem de tudo!!!
Apesar de eu olhar meio desconfiada para esse tipo de delimitação – que me lembra um pouco o ‘multiculturalismo’ canadense – não posso deixar de achar interessante que um grupo tenha esse tipo de ‘gueto’ cultural. No caso dos negros norte-americanos, isso tudo sempre existiu e tem suas razões históricas. Quando está lá nos livros do seu país, histórias de negros tendo que lutar para entrar em qualquer ônibus ou qualquer bar, parece muito natural que essa segmentação exista.