all i need is love

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Na hora do almoço eu conversava com duas mulheres muçulmanas. Falávamos de filhos, maridos, da vida. Quando eu contei umas histórias de namorados, uma delas comentou triunfante – ‘no meu país não existe namoro, nem namorado e namorada!’. A outra concordava com a cabeça, pois no país dela era igual. Eu quis saber como era então que os jovens se conheciam e se namoravam para um dia casarem-se. Uma delas contou a sua história. Aos 16 anos, ainda no colégio, o rapaz que viria a ser o seu marido a viu na rua e a seguiu até a escola. Viu onde ela estudava e falou com o diretor da escola, que o colocou em contato com os pais dela. Depois de muitos arranjos familiares, os dois saíram juntos três vezes para conversar. Ele expôs suas intenções, disse quem ele era, garantiu que depois de casados ela poderia fazer o que quisesse [estudar, trabalhar]. No final da terceira conversa, ela concluiu que ele era um rapaz bom e honesto e que ela gostaria de casar com ele. A mãe dele lhe ofereceu um anel, as famílias conversaram e eles casaram. As duas mulheres sorriam enquanto me contavam isso e diziam que ‘amor’ não era tudo num casamento. Elas se diziam felizes e afirmavam que seus maridos eram realmente quem diziam ser antes do casamento e que mais do que paixão e amor, elas tinham o companheirismo, a confiança e a certeza de um futuro. Eu então contei a minha história, que envolveu somente paixão no principio, não tinha nenhuma perspectiva de futuro, não teve planos familiares, nem anéis, foi regada a muito sexo e vinho e no final chegamos ao mesmo destino, com uma família unida, companheirismo, carinho, confiança e muito amor – pois eu não sei e não entendo como se pode fazer um comprometimento para uma vida juntos, sem isso.

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o passado não condena