radical

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A primavera, meio adiantada, já está se mostrando por aqui. Sábado eu vi uma árvore toda florida, em downtown. Era uma só, mas já é um principio. ‘One early bloomer’!!
Hoje nem precisamos de casacos. Só um suéter deu pro gasto. A maioria das crianças só vestia camisetas e reclamavam ‘i’m sweaty’…… Bom, pra ficar realmente suado, só lá pra maio, mesmo correndo do jeito que eles correm!
A Tanya estava me contando da filha dela, de 17 anos, que virou vegetariana. Ela agora tem que cozinhar normal pra toda família e especial pra menina, que não quer que a mãe nem toque a comida dela com a espátula que mexeu na comida dos outros, com carnes! Isso é que eu chamo de radical veggie.
No meu caso, aconteceu um pouco diferente. Eu impus uma dieta radical pro meu filho desde pequeno. Sem açúcar, cheia de naturebismos. Eu tinha horror de chicletes, balas, refrigerantes, comida industrializada. Eu achava que tudo estava poluído, envenenado, cheio de corantes, preservantes, eteceteraetal. Eu fazia tudo em casa. Quando ele foi pra escola, tive que aceitar o fato de que ele iria queria provar o que os outros comiam. Um dia, saindo da escola ele viu um carrinho de garapa [daqueles cheios de abelhas!] e quis experimentar o treco. Eu comprei um copo, fazendo caretas e disse que aquilo dependia dele chegar em casa e escovar os dentes, muito bem escovados, imediatamente. Eu achava o açúcar um veneno mortal. Falando de radicalismos, hein?
Quando ele tinha dez anos, nos mudamos para o Canadá e lá ele fez o que todos os meninos canadenses faziam: foi trabalhar. Pegou uma rota de jornal no final de semana e fazia uma boa graninha [e passava o finde trabalhando de manha cedinho, debaixo do gelo!]. Com esse dinheiro, adivinha o que ele fez? No primeiro ano, ele torrou TUDO em doces, balas, salgadinhos e refrigerantes! Experimentou tudo o que viu pela frente e como ele comprava com o próprio dinheiro, eu não tinha como controlar. Até beef jerk ele comprava! Virou freqüentador assíduo da lojinha de conveniência da esquina. Foi uma catarse! Salvou-se das cáries nem sei como. E ainda tinha o Halloween, quando ele saia com os amigos empunhando uma fronha de travesseiro, que sempre voltava cheia de doces até a boca. Eu tive que aceitar, o que poderia fazer? Um menino criado com arroz integral que tornou-se o fã número um do fluorescente Mountain Dew. Such is life…..

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Zen Cohen

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