inesquecível

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A primeira mensagem que abri no meu mailbox hoje pela manhã foi uma grande surpresa. Quando eu li o título e o rementente quase não acreditei. A mensagem se iniciava com a frase “Querida e inesquecível amiga!”. Quem escrevia era minha grande amiga de infância, de quem eu perdi o contato tantas e tantas vezes. Mas sempre acabamos nos reencontrando, graças aos esforços dela e ao fato do número do telefone da casa dos meus pais ser o mesmo há trinta anos!! Ela liga lá, fala com a minha mãe e me reconecta. Fazia cinco anos que não conversávamos. Trocamos alguns e-mail e mensagens de ICQ logo que cheguei aqui em Davis. Nos encontramos em 96, quando eu estive no Brasil e passei dois dias na casa dela, onde choramos todas as nossas pitangas juntas. Nós nascemos na mesma cidade, no mesmo mês [eu sou cinco dias mais velha], engravidamos no mesmo ano [o filho dela é um mês mais velho que o meu], viramos nômades cada uma da sua maneira e vez e outra nos reencontramos!
Outra amiga que não é de infância, mas é como se fosse, eu conheci aqui em Davis no final do verão de 2000. Foi simpatia à primeira vista, até eu ir descobrindo que éramos iguais em incontáveis detalhes. Nós dividimos até o dia do nosso aniversário. Quando ela foi embora pra casa dela, na Europa, no final do verão de 2001, meu mundo desabou. Até hoje eu choro de saudades dela e ela sabe disso.
No dia do nosso aniversário nós conversamos e eu disse que tinha achado no meio dos meus arquivos, um texto que escrevi contando de uma festa, que era exatamente a festa onde nós nos conhecemos. Fiquei de enviar esse texto pra ela e vou aproveitar esse dia de reencontros para colocar ele aqui. É um texto escrito sem preocupações de gramática ou acentos, mas que descreve um dia feliz na companhia dos amigos.
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Alegria Fechando o Verao – [setembro/2000]
Agora sou eu (e a Ju, se ela quiser me ajudar) que vou contar de uma festa! Uma grande e deliciosa festa! Putsz, to ficando estragada, com festa todo final de semana. No sabado passado teve aniversario do Joao, onde comemos esfirras libanesas feitas pela mae dele. Sabem o que comer esfirras significa pra mim?? 🙂 E ainda conheci a Teresa, uma pessoa que eu adorei! Foi um show!
Hoje tivemos mais um grande churrasco brasileiro, no grande gramado do Orchard Park, que eh onde muitos dos nossos amigos vivem, inclusive a Ju e o Akira. Essas reunioes sao muito gostosas, mas a de hoje foi especialmente boa. Tudo funcionou como um baleh bem orquestrado. Todos conversaram com todos, tinha muiiitaaa comida e ficamos festejando das 11:30am as 10:30pm. Almocamos, lanchamos, jantamos (um arroz de carreteiro, feito na espiriteira, ali mesmo no meio do gramado) numa comilanca sem fim. Papeamos tanto que doeu as mandibulas! 🙂 Eu bebi minhas cervezas com tequila e falei pelos cotovelos. Quanta gente legal. Conhecemos a Eli, uma brasileira carioca casada ha 15 anos com um noruegues e que veio da Noruega para Davis, sem imaginar qto brazuca iria encontrar aqui. Seus filhos estavam espantados. Eu e a Ju apuramos os ouvidos para ouvir o noruegues dos meninos!
E como conversamos e cantamos – com viola caipira e violao. Houve a multiplicacao dos paes e voltamos pra casa com mais comida do que quando saimos! Faz um bem danado pra alma estar assim em grupo e estar em casa! As criancas brincando, nadaram, rolaram, jogaram futebol, fizeram mashmellows assados, ginastica olimpica, castelos de areia e praia sem agua. De noite a pequena Heloisa passeava com seu carrinho de bonecas – duas filhas e um cobertorzinho – e os adultos cantavam e comiam arroz com carne, todos sentados ao redor das mesas enfeitadas com as velas trazidas pela Ju para iluminar a noite, enquanto so se ouviam risos e conversas satisfeitas.
O Outono ja comecou e os barbecues no parque vao acabar. Mas ja estamos planejando uma grande feijoada como pretesto pra outra festa. Ja temos ate pinga pra caipirinha! O convite esta aberto pra quem quiser vir…… Topam?
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