quem nada é peixe

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Eu dizia que deveria ter sido um peixe ou outro animal de habitat aquático [uma foca, um sapo?] em outras vidas, tal a minha paixão por água. Desde pequena eu sempre adorei água e era do tipo que me enfiava em bacia, balde, rio, piscina, tanque, mar, ou até em poça ou enxurrada de meio-fio de calçada em dia de chuva.
Uma vez eu passei meu aniversário dentro da água. Eu nadava numa academia na hora do almoço. Como eu nasci às 12:30pm, naquele dia nadei pra beira da piscina e disse pros instrutores “eu acabei de nascer!’. Era meu aniversário de 25 anos. O Gabriel fazia aulinha de natação antes de mim e ficava me esperando, com permissão especial, dentro da área da piscina. Naquele dia ele estava impossível, ficava toda hora vindo pra beirinha pra conversar com os instrutores. O Gabriel era uma simpatia, um menino de cinco anos que convivia com muitos adultos e se portava como tal. Batia papo com todo mundo e se metia em tudo. E já estava trocado, se aventurando na beira da água. Eu avisei umas três vezes ‘Gabriel, você vai cair…. fica mais pra trás….’, mas ele não dava a mínima. E no dia que a mãe-peixe fez 25 anos, o filho-peixe caiu na piscina, de roupa e tudo e eu tive que sair do molho e enfrentar o vestiário. E o Gabriel foi pra casa enrolado na toalha!

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