Dressing for Lula

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A Jean leu o meu post A Elite , sobre a boutique paulistana Daslu e me trouxe a revista The New Yorker de 17 de março de 2003. Nela, uma reportagem de sete páginas sobre a tal loja, relacionando o poder, riqueza e a arrogância da elite brasileira que freqüenta essa singela lojinha e o novo governo do Presidente Lula. Foi difícil não me sentir chocada, ultrajada e até envergonhada ao ler a materia, muito bem escrita por Rebecca Mead.

Dressing for Lula

Alguns trechos de Dressing for Lula na The New Yorker :
“The Store – which is windowless and has clusters of unsmiling security guards standing at its entrances, as if it were the embassy of a particularly beleaguered nation – caters rich Brazilians, members of the ten per cent of the population who command nearly half the national income, and wear Chanel, Valentino, or Dolce & Gabbana.”
“The Daslu collection is arranged by color – a khaki room, a pink room, – so as to easy outfit coordination and more perfectly contrive the Daslu look, which is sexy and flirty and young, even when the women wearing the clothes sometimes share none of those characteristics.”
“Nancy Tonello, one of Daslu’s longest-serving maids, used to be a seamstress and speaking of working at Daslu as a privilege. […] Tonello said that the maids did not resent the rich for having so much more than they did. ‘When you begin working here, we are taught to understand the differences between people – that some people have money, and that we shouldn’t mind that, because that is the only way the store can exist.’ she said. “
“The dress was deep red, the color that had been on the Socialism billboards and flags all over São Paulo that season, and [Ruthinha ] Malzoni shrieked when she saw it. ‘This red one is the Lula dress!’ she said. She wriggled into it, examined herself from all angles, and said, ‘Oh, we have to pray for the guy to be eliminated by an angel.’ ”

Dressing for Lula

Na pequena reportagem do Fashion File que eu vi na tevê, eu notei um sujeito enorme de terno preto, um guarda-costa, sempre atrás da proprietária da boutique, Eliana Tranchesi . A matéria da revista explica que toda a família usa esse serviço de segurança pessoal, por causa do pavor que essa gente tem de seqüestros. Eu, se fosse eles também teria..
Mas porque eu voltei à esse assunto, vou aproveitar e colocar aqui os comentários que foram escrito no outro post. Eles ajudam a ilustrar o meu sentimento com relação à essa maravilhosa elite do meu país.
“Você sabia que a Athina Onassis foi à Daslu e não comprou nada, porque achou tudo muito caro? Enquanto isso, as mulheres dos políticos, mandam caçambas e serviçais para carregarem suas comprinhas semanais… “ Giorgia
“Será que o FHC tava certo ? Essas é que são as caipiras ? “ Fábio
“Fer, nao da uma sensacao que um negocio desses no Brasil chega a ser “indecente”? E essa palavra que me vem a cabeca quando vejo essas coisas… “ Luciana Bordallo Misura
“Tô sabendo, tô sabendo, dá nojo em quem está por aqui também… isso é muito deprimente. “ garota urbana

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