cultura
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Eu sou uma esponja! Agora tudo o que faço ou penso é baseado em corporate cultures. Ontem tive que mandar uns faxes e como não tenho uma fax machine em casa usamos a do departamento de engenharia. Enquanto passavamos os faxes eu fiquei olhando as coisas por lá – os desks das secretárias, as outras máquinas, pilhas de papéis – eu adoro coisa de escritório. Botei o nariz pra xeretar uma pilha de papelada variada, coisas que passam por ali todo dia e levei uma carcada. Não era pra olhar, porque esses papéis eram coisas pessoais e privadas. Na hora me deu uma raiva. Pensei na cultura careta e super-estruturada do departamento de engenharia, que fica exposta pra quem quiser ver e se manifesta nas pequenas coisas. Eu costumo dizer que somos “água e vinho”, mas na verdade convivemos e absorvemos culturas completamente diferentes. Eu ainda sou pior, porque não pertenço formalmente a nenhum ambiente de trabalho e ajo muito mais como um espírito livre [e muitas vezes de porco], desencadeando reações do outro lado, que vive atolado em zil e uma regrinhas. Levar bronca por olhar coisas é realmente o fim da picada…. Mas é perfeitamente explicável se analisarmos que o ambiente cultural de um engenheiro deve ter muito menos flexibilidade que o de uma jornalista xereta.