anta

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Eu estava toda pimpona! Me senti de férias. Até tirei os enfeites de natal do storage room e tive uns momentos de a vida é bela. Mas essa alegria durou pouco. Fui buscar meu paper corrigido e voltei me arrastando pelo campus. Enquanto caminhava, a barra da minha calça jeans esbarrava no asfalto molhado e se empapava, minhas botas pesavam chumbo e de repente eu me senti gigante, atroz, tensa, carregada, as costas envergadas, a cabeça baixa. Me vi com orelhas enormes, dentes dinossauricos, olhos avermelhados, sobrancelhas peludas, narinas infladas, pêlos saltando pelos orificios das orelhas, verrugas inflamadas, olhar assombroso, uma figura mostruosa. Só conseguia pensar “sua… sua… burralda!” Tive que reescrever o paper. Não foi corrigir, foi reescrever, mudar tudo. Segurei a cabeça com as mãos espalmadas, me dobrei angustiada enquanto relia, “cadê a análise?”, “o que é isso? você está listando itens para uma enciclopédia?”. Mas o processo de aprendizagem tem que incluir situações de erros e de correção. Senão nem precisaríamos de escola, não é mesmo?

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