“estamos aqui, em Saskatoon…”

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Esqueci completamente do Grammy. Não fez diferença, embora eu sempre goste de assistir à esses awards.
Invés da premiação, nós assistimos três cds de filmes caseiros, que meu pai editou, digitalizou e me enviou pelo correio. Uma das filmagens foi feita no verão de 1994, quando meus pais foram nos visitar no Canadá e outro no inverno de 1995, quando minha irmã esteve lá. No primeiro filme, o Gabriel tinha apenas doze anos e ainda era um crianção. No segundo, ele já estava com treze anos, deixando o cabelo crescer, mais alto e mais chato, com aquela atitude blasé típica de todo adolescente. Eu ri muito no segundo filme, por causa das coisas engraçadas que a minha irmã falava e fazia. Ela é divertidíssima e tem um humor super peculiar, irônico e não muito convencional. Mas a surpresa foi algumas cenas feitas durante o nosso famoso passeio de indio em La Ronge!! Uma das cenas tem o Uriel tentando beber de uma garrafa com água congelada. A outra cena mostra todo mundo socado dentro do carro, de bico, e ele lá fora filmando a linda paisagem [tudo branco, neve cobrindo tudo, um índio cruzando o lago congelado com um skidoo].
O interessante de rever um filme caseiro de dez anos atrás é notar as mudanças nos cabelos, estilos, roupas e até nas atitudes. O Uriel não mudou muito físicamente, mas ficou um pouco mais sério. O Gabriel não é mais um adolescente ocrudo e mal humorado. Eu não tenho mais cabelo curto e não uso mais sandálias Birkenstocks com bermudas cáquis. E não tenho mais trinta e dois anos e um monte de sonhos e ilusões.
Quando me vi patinando, até que muito bem, num rink de gelo, pensei que taí uma coisa que não sei se sou mais capaz de fazer! Mas se eu não sou mais tão atlética, pelo menos parei de inventar modas com meu cabelo. Que alívio!

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o passado não condena