Mary Black

*

Foi uma bola fora: não sei como eu acabei listada para trabalhar no show da irlandesa Mary Black. Eu acredito que deve ter sido um erro no sistema eletrônico que faz o sorteio dos voluntários no início de cada temporada, pois eu sempre checo cuidadosamente minhas opções e tenho certeza que não escolhi trabalhar na apresentação dessa cantora.
Procrastinadora que sou, enrolei por três meses num mal-me-quer-bem-me-quer indeciso, sem saber se procurava um substituto ou enfrentava o desconhecido. Não sou muito chegada em música céltica. O show dos Chieftains em janeiro já completou minha cota de folclore irlandês para o ano. Mas deixei chegar na beirinha, não mexi a bunda pra cascar fora da obrigação e acabei passando minha noite de sábado no Mondavi Center ouvindo a legenda irlandesa Mary Black cantar baladas tristes de amores perdidos e famílias emigradas e saudosas.
Vou te contar, minha perna pulava de irritação e ansiedade. Eu só queria ver o final daquele show. O teatro estava lotado, com muita gente fazendo pedidos de músicas, que eram acatados prontamente pela cantora. E ela ainda voltou duas vezes ao palco, fez dois encores! Eu já estava murmurando ‘jesus cristinho, chega, não??!!’. Mary Black tem uma voz linda e cantou acompanhada por uma banda muito talentosa. Mas isso não bastou para que eu apreciasse o show. Tem coisa que simplesmente não dá…. Não seduz, não toca o ponto certo, não rola nenhuma simpatia, não tem sintonia. E esse foi o caso do show de ontem….

  • Share on:
Previous
pedra rolante
Next
inspiração

o passado não condena