the sweetest thing

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Eu estava irritada, porque ele chegou de San Francisco na quinta à noite e não veio pra casa. Ficou no seu laboratório de cem mil dólares, fazendo alguma coisa super importante. Então ontem eu deixei a salada temperada murchando, o macarrão soba e o tofu frito esfriando na mesa para ir buscá-lo. Se não for assim, ele não vem, porque está atolado de coisa pra fazer. Isso me provoca um ataque de mau humor. Viro uma ranzinza, respondendo atravessado, elevando a voz, sendo grosseira, the whole nine yards.
Depois que eu falo tudo e mais um pouco – “não é minha culpa que você está cheio de projetos!”, me calo. Daí ele me abraça, faz uma cara engraçada, tenta dar uma de psicanalista – “me diz o que você está sentindo.”, propõe irmos ao cinema juntos no domingo à tarde, faz uns elogios, dá uns beijinhos. Ele é um doce. E eu devo ter mesmo um amor transbordante por ele, pra aturar essa dedicação profissional exagerada.

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o passado não condena