um mar de lágrimas

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Mais uma vez, a mesma cena se repete: chorando aos borbulhões, enxugando as lágrimas na beirada do lençol. The Best Year of Our Lives, de 1946, dirigido pelo William Wyler foi o causador do chororô desta vez. Quando o filme acabou, percebi que o lençol estava todo molhado. Sinceramente, acho que não posso mais ver filmes assim. Desta vez a história de três homens voltando para suas famílias depois de três anos lutando na guerra. Um deles, o marinheiro [Harold Russell], volta com as mãos amputadas, mas bem treinado pela marinha para usar eficientemente um mecanismo com ganchos como se fossem dedos. O outro, um sargento [Fredric March], ex-funcionário do banco da cidade, casado há vinte anos com a esposa perfeita [who else? Mirna Loy] e com dois filhos adolescentes. E o terceiro, um capitão [o bonitão Dana Andrews], que casou-se durante a guerra com uma fulana interesseira e vulgar, volta para o casamento frustrante e para um empreguinho medíocre. O ator Harold Russell ganhou dois Oscars pela sua performance neste filme e era realmente amputado e um veterano do exército. O filme foi um sucesso na época, recebendo um monte de indicações para o Oscar.
Outro dia foi a mesma água, quando eu me acabei de chorar com Mrs. Miniver, também dirigido pelo William Wyler em 1942 e que conta a [longaaa] história de uma família inglesa durante a Segunda Guerra Mundial. Grandes interpretações de Walter Pidgeon e Greer Garson, acompanhados por um cast brilhante.
Por isso eu acho que está na hora de parar de assistir a esse tipo de filme, não? Eu vi uma cena de Hotel Rwanda com o Don Cheadle no Jon Stewart e fiquei tão impressionada que já decidi que não posso ver esse filme. Não é que eu não queira ver, é que não posso mesmo…..
Ontem, pra tentar sair desse mar de lágrimas, vi De-Lovely, que achei bem fraquinho contando a história do Cole Porter, mas que superou-se na apresentação das músicas do compositor e nos números de dança. A final é bem triste [a esposa, amor da vida dele morre, com os pulmões podres e ele tem uma perna amputada], mas pelo menos não conseguiu abrir a minha habitual torneirinha.

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