it’s party nite

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Primeiro eu fui entrando numa boa, sem nem me importar com o carinha que checava a identidade do pessoal que chegava. Peraí, ele me chamou, preciso ver uma identificação. Eu sempre banco a boba nessas horas, fico rindo como uma hiena e desta vez meus amigos me acompanharam. Vergonha, vergonha. Me desculpei dizendo, acho que está na cara que eu tenho mais que vinte e um anos. Risos gerais, aê-rá-rárá. Mas é regra, fui avisada, todo mundo que entra tem que mostrar a identidade. Então mostrei a minha e o rapaz levantou as sobrancelhas e me olhou com uma cara engraçada, como quem dizia, bem-vinda, senhora! Depois, como se não bastasse cometer uma gafe logo assim na chegada, precisei cometer rápidamente outra, pra formar um par de gafezocas. Paguei a cover de três dólares e enquanto um outro cara colava um bracelete de papel no meu pulso, perguntei quem está tocando hoje? A resposta foi uma tremenda cara de interrogação – tocando?? ninguém está tocando, hoje é a party nite. Dei o maior bandeirão de que não sei nada de nada, não frequento mais bares onde todos têm que provar a idade legal de beber álcool e não sabia que era party nite, nem o que isso significava. Bem-vinda, senhora! Me explicaram então que nas party nites das quartas-feiras você paga três mangos pra entrar e daí paga apenas um mango por cada copão de cerveja. Uma noite pra encher a cara à preços módicos. Logo o bar começou a encher de uma maneira enlouquecida com tipos de estudante de primeiro ano de universidade, ninguém com cara de mais de vinte e um anos – um mar de fake ids, eu presumo. A cerveja estava amarga e sem gelo, e eu completamente de penetra na festa errada.

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