vida social I

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Uma das coisas chatas da vida social é conhecer gente nova em festa. Eu passo por essa situação como se estivesse num trabalho de parto, que se desenvolve sempre em etapas, uma mais difícil que a outra. Eu raramento me aproxego de alguém e já vou sacando um questionário da bolsa. Geralmente eu que sou a vítima, a presa encurralada e cercada de perguntas. Acho que as pessoas me vêem e logo pensam: preciso conhecer aquela nariguda falando com aquele sotaque interessante, vestida com aquelas roupas exóticas e que – opis – acabou de tropeçar [ou quebrar um copo, ou derrubar vinho na anfitriã, ou falar uma gafe]. Dai sou abordada, primeiramente com as gentilezas de oi meu nome é fulano ou fulana, dai eu digo o meu nome e eles repetem, eu explico que é FernandAAAA, por favor, não me faça passar pelo vexame de ser chamada de homem, algumas risadas tolas, um papinho furado de alguns minutos e logo vem a primeira pergunta decepadora de cabeças: o que você faz?
Responder o que eu faço pode levar horas e necessitar de muitos copos de vinho intercalados de copos de água. Então essa pergunta fica sempre mal respondida, mal entendida e gera muita frustração. Eu gostaria muito de me livrar da pergunta e da conversa nessas horas, então penso no que poderia responder quando a tal frase fatal fosse finalmente verbalizada: o que você faz?
– sou palhaça, mas dormi de touca e o circo foi embora da cidade e me deixou pra trás, então estou tentando me recolocar no mercado de trabalho da região.
– eu vendo Amway [ou Mary Kay]. essa resposta é garantia de afastar todo e qualquer ser racional e passar o resto da noite comendo, bebendo e lendo revistas na festa.
– sou dublê de corpo em slash movies.
– sou treinadora do time de gamão dos cidadões de terceira idade de Roseville.
– escrevo, mas ninguém quer comprar meus escritos, então em alguns anos certamente cortarei minha orelha e morrerei de infeção e na miséria.
– crio minhocas.
– sou a nova gerente do Bates Motel.
– sou manéquin de luvas.
– o que eu faço? como assim o que eu faço? que tipo de pergunta é essa? are you talking to me? ARE YOU TALKING TOOOOO MEEEEE?????

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  • Nega!!! Sabe, eu não passo mais saia-justa com isso, agora nunca mais!!! Diz que você, além de uma exímia web-designer, é tb tradutora nas horas vagas, que traduz do inglês pro português, e que também é revisora de artigos em revistas, que trabalha sempre via web, não precisa sair de casa pra nada, que é muito bem paga e que faz o seu horário a seu bel-prazer. Pelo menos a moçada fica satisfeita com as informações – e até invejosa dessa atividade que te proporciona tamanha independência e
    total flexibilidade nos horários de trabalho 😉
    BeijoSSSS!
    Lu

  • Ahahahahaha…morri de rir com suas possíveis profissões! Eu detesto essas perguntas…eu tenho 35 anos e um filho de 17…
    Adoro isso aqui…e o Chucrute está delicioso!!!
    Beijos!
    Lígia

  • Falando no nosso nome, me fez lembrar as inúmeras vezes que tive que repetir meu nome para os gringos, quando morei fora. era impressionante, saía tudo que era nome, menos o meu. Depois peguei a manha e aprendi a enrolar a língua para falar o nome, eles entendiam direitnho…e eu suspirava aliviada!
    Bjs

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o passado não condena