eu sou noooormal

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Recebi a peteca da Beth, então lá vai:

  1. tenho mania de banho e escovo os dentes e passo fio dental sempre dentro do chuveiro [duas manias em uma, ganhei tempo!]
  2. só bebo café com leite morno; água só gelada; sopa só fervendo.
  3. falo sozinha em casa, no carro, nas lojas e na rua. está ficando cada vez pior. se alguém ver uma descabelada bicicletando e falando sozinha, vira pro outro lado e finge que não viu, tá?
  4. não vivo sem lip balms. tenho eles espalhados pela casa, na bolsa, nos bolsos dos casacos. recebo cada olhada das visitas quando tiro um lip balm de dentro de um enfeite na sala.
  5. só durmo vendo tevê.

E agora vai pra:

  1. Moa
  2. Bia
  3. Mina
  4. Maura
  5. Lys

*Nós já brincamos disso em 2001. Lembram? 😉

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Viva o Dia Internacional da Sereia!

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Hoje é um dia importante internacionalmente. É o aniversário de uma das mulheres mais lindas, carismáticas e charmosas da minha família. Ela é parte de um grupo bem homogêneo, já que na minha família só tem mulheres lindas, carismáticas e charmosas – ho ho ho! Estou chovendo no molhado, pois quem nos conhece sabe. Não sei se vou conseguir falar com ela, por causa dos meus compromissos da semana, dos compromissos dela e do famigerado fuso horário. Mas sei que se conseguir falar, vou ouvir o som que ela faz quando manda beijos pelo telefone, e ela vai com certeza perguntar do Misty, e dizer que quer vir me visitar. Ela pede isso o tempo todo. O mais legal são os beijos, que são beijos mesmo, não a palavra beijos! Que dia especial, hein? Aniversário da sereia Paula!

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não é por falta de espelho

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Não tem sempre um dia em que você se veste pela manhã e tudo que você escolheu pra usar combina, está lindo e garboso, e então você saí feliz da vida, garantida, se achando super criativa, bem vestida, sempre com um certo charme especial? Mas de repente, lá pelo meio da manhã, acontece uma transformação e a sujeita elegante e rock ‘n’ roll de horas atrás se transforma numa verdadeira palhaça, de sapatos enormes, cores berrantes descombinando, parecendo um saco de batatas psicodélico. E daí é aquele sofrimento atroz, passar o resto do dia se vendo refletida em toda porta ou janela de vidro pela qual você é obrigada a passar incontáveis vezes. Todo mundo tem um dia assim, não tem? Um dia bozó.

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nós na chuva

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Patricia nos explicou no sábado o seu esquema de identificar brasileiro no campus quando chove. É bem simples, se você vê alguém correndo descabeladamente tentando ir de um prédio ao outro debaixo de chuva, a probabilidade desse alguém ser brasileiro é bem alta. Por quê? Simplesmente porque brasileiro nunca lembra de levar guarda-chuva quando saí de casa. E quando lembra, esquece o dito cujo no primeiro lugar que parar. Uma excelente teoria, que hoje mesmo eu já provei verdadeira.
Quando me vi correndo pela chuva, sem o guarda-chuva, que tinha esquecido na minha sala – e que sinceramente, vivo esquecendo em todo lugar que vou, comecei a gargalhar sozinha, abismada com o quanto a teoria da Patricia estava correta. Transloucados e transloucadas correndo desesperadamente pela chuva, só pode ser um de nós. Eu ou você!

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preste atenção, e não se engane

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Ela passaria facílmente por uma americana blue collar de seriado de televisão. Nome e sobrenome americano. Visual perua de Peggy Bundy: roupas coloridas, cabelão, sandália de salto alto decorada com strass, unhas longas pintadas de amarelo, moleton de time de baseball. Maior atitude, falando alguns palavrões e contando detalhes da vida íntima para os colegas de trabalho e pegando no pé de um e de outro com piadinhas sem graça. Sempre segurando uma caneca de café. Mandando e-mail pra todo mundo com a foto do sofazão cafona reclinável que ela comprou, e comentando quanto pagou. Falando sempre bem alto e prometendo pagar um jantar para todos se ela não estiver com um “six-pack” abs até julho. Ninguém duvidaria da nacionalidade dela, se ela não tivesse um sotaque pesadíssimo que denunciasse que ela é uma imigrante japonesa!

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muita coisa pra dizer

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Eu costumava ler umas pessoas que me inspiravam. Umas sumiram, outras ficaram chatas pra carvalho. Vocês sabem, eu não gosto de ler pra ficar refletindo, discutindo, analisando. Eu gosto de ler pra dar risada, me entreter e relaxar.
Quando eu fico cansada, eu choro. Fui trabalhar num show no Mondavi Center na quarta-feira. Meio da semana, já caí na real que não vai dar. Era um grupo de dança indiano, que tocava uma músca hipnótica e cinco bailarinas faziam barulhinho de guizo enquanto davam passinhos no palco. Eram danças sagradas dos templos e uma história de amor entre Krishna e Lakshmi. A primeira parte foi interessante e divertida, mas a segunda foi de lascar a lenha. Comecei a ficar tremendamente cansada e irritada, com vontade de chorar e sair gritando “chega! chega! chega!” pelos corredores do teatro. Eu batia o pé impaciente e uma das voluntárias sentadas ao me lado colocou a mão delicadamente no meu braço, como quem diz “paciência, pacência, já está terminando”. Cheguei em casa delirando de cansaço e irritação, chorei no chuveiro, não vai dar mais. Tenho que trabalhar somente em shows de finais de semana. Ponto final.
Abriu uma Ikea aqui perto, em West Sacramento. Tinha gente acampando na porta há mais de um mês, pra ganhar os prêmios que a loja oferece para os primeiros da fila. Imaginem a rebordosa. Eu quero ir lá, mas vou esperar passar um tempinho. Agora não precisaremos mais ter inveja do povo da Bay Area, com suas casinhas frugalmente mobiliada, nem viajar uma hora pra comprar nossas coisinhas bonitinhas e baratinhas!
Outro dia passei parte do dia trabalhando de casaco. Não sei o que me deu, mas senti um frio descomunal. Pedi desculpas pela situação. Fui à uma reunião com a assessora de imprensa e a gerente geral do projeto vestindo um casacão. O diretor passou por mim e disse rindo – não se preocupe, você tem todo o direito de sentir frio, você é brasileira.

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o passado não condena