let yourself go — relax!

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Pela manhã sonhei que quebrava um espelho e sentia um pesaroso desespero—sete anos de a! Acordei, mas não passou a sensação de que me estrepei, por acidente. Ouvi comfort jazz pra ver se me desconectava. E suspirei a manhã toda, me sentindo tão exausta. Deixei o bilhete que eu sempre deixo pro pessoal da limpeza—a casa está imunda! Tenho que admitir que além de supersticiosa, ainda tenho um monte de manias. E ser maníaca tem muitas desvantagens. Não gosto de coisas desalinhadas, nem de roupa apertada, nem de gente que cola e fica muito perto. Tenho que manter um raio bem amplo de personal space. Sou completamente espontânea em tudo o que eu faço, isso quer dizer, não fico pensando muito, sobre nada. Quando me decepciono ou me espanto, dou aquela brecada de desenho animado e uma meia-volta sem retorno. Antes eu contava coisas, tudo finalizando em números pares. Às vezes ando olhando para os meus pés, evitando pisar em riscos na calçada. Raramente presto atenção em detalhes quando estou num lugar cheio de gente ou numa cidade muito grande. Mas acredito em mudanças e que tudo é questão de se dedicar e praticar.

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  • Tenho a impressão que ter manias é sinônimo de envelhecer, quando queremos determinar,enquadrar, sistematizar, prever. Nada é pior do que perder o controle, criar um roteiro parece ser mais produtivo e organizado. O tempo começa a ficar escasso, as pessoas precisam ser delimitadas (espaço) enfim tudo isso não combinam com “ser espontâneo”, não sou há séculos. Não sei quais justificativas para isso, será que estou na crise dos 40? Credo! Posso culpar os filhos, o cachorro, a empregada, o marido… Há o marido… Reinventar a vida preciso de um curso desses. Posso lembrar que antes, era gostoso falar com as pessoas de pertinho, tudo era mais leve, nem lembro se a roupa estava bem passada, com certeza o batom estava. Precisamos muiiiito praticar, nós mudamos, as perspectivas são outras, precisamos saborear mais nossos desejos, e que se vá nossos medos, parece fácil, só um analista, bem bom, pra nos ajudar! Boa sorte.
    Abraço grande.

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o passado não condena