trouble i had all my days
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Estou vestida como uma fazendeira—camisa xadrez vermelho, branco e cinza com botões de madreperola, macacão de corduroy levemente pula-brejo e botas. Fui ao banheiro no outro prédio e voltei como sempre volto, caminhando brejeiramente pelo campus. Percebi um pouco tarde que tinha esquecido de abotoar todo o lado direito do macacão, afinal qualquer coisa é muita coisa para uma pessoa como eu fazer pela manhã.
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As bobagens das nossas casas
Não consigo mais ver nem ouvir certos políticos e algumas autoridades brasileiras defendendo bandalheiras. Nesta altura da minha vida, dedicar sequer segundos para esse pessoal é uma tremenda perda de tempo. Nas horas vagas, prefiro pensar (e fazer) mais bobagens, coisas sem importância, supérfluas(?).
Dia desses observei minha mulher assistir reportagem sobre a votação secreta no senado e percebi até onde esse escárnio por parte dos políticos pode afetar a saúde dos brasileiros. Ela mudou suas feições e parecia iminente um ataque de indignação, com perigosas conseqüências para o seu organismo. Mas ficou tudo contido. E esse também é outro perigo. Ter que engolir sapos quase que diariamente.
Engolir sapo não é nenhuma bobagem. Faz muito mal. E foi naquele momento que decidi: não podemos perder tempo com esses corruptos e mentirosos. E no lugar de um vocabulário onde predominam termos como putrefação, escárnio, laranjas, hipócritas, ilusórios e falsos que tal colocar histórias, lendas, risadas, viagens e muitas bobagens, coisas sem importância e supérfluas? Já que não dá para rir dessa palhaçada de Brasília, que tal nós mesmos protagonizarmos nossa comédia?
O roteiro da minha comédia tem afeto, dança, piada, música e receitas da culinária familiar. Com certeza vamos rir muito das nossas palhaçadas. Vamos desintoxicar nossos corpos (e mentes) dos aproveitadores brasileiros. Vamos nos sentir muito bem.
Cuidar da nossa saúde. Isso não tem nada de comédia.