pingos de mel
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Poucos assuntos do mundo atual me interessam, admito. E ando obcecada com muitas coisas que ninguém se importa. Tenho esse hábito adquirido de sempre que posso encaroçar em thrift ou antique stores. Neste momento meu radar está calibrado para encontrar lenços e echarpes antigas. Ainda continuo olhando broches. E olho sempre os casacos, os vestidos e as saias. Além dos pratos, copos, xícaras, bules, bandejas.
A mulher ao meu lado ficou toda pimpona porque alguém comentou que ela parecia a amiga e não a mãe da filha. Eu não tinha nem reparado nelas, mas depois que olhei saquei que a diferença de idade era bem grande, se eram mesmo mãe e filha estava na cara. Quando ela falou toda orgulhosa que tinha acabado de fazer cinquenta anos e a filha tinha vinte e cinco, fui tomada por um misto de tristeza e desespero. Porque eu sou mais velha que ela e meu filho é mais velho que a filha dela e apesar de escutar muito esse papo de—oh, não acredito que seu filho tem tantos anos—quando olhei pra ela pensei putaqueopariu tô mesmo velha!
Nunca troquei tantos convercês com o meu filho, que está neste momento num sabátical pela América do Sul. Está sendo bem legal acompanhar virtualmente, embora em carater bem limitado, uma viagem que vai significar muito pra ele e pro que ele vai ser e fazer com o futuro dele.
Mais cinco semanas no campus e mudaremos para um predio novo, tudo moderno, tudo ergonômico, tudo high tech. Estou muito animada. Não, estou realmente SUPER animada. Mas não posso exagerar nas manifestações do meu entusiasmo porque nem todos estão nesta mesma onda.
Outono, seja bem-vindo seu lindo.
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