mais um ano novinho
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Hoje são 36 anos juntos. Na passagem do ano falei pra ele—já passamos 36 anos novos juntos! Não lembro do primeiro, só lembro da casa cheia de gente que veio pro reveillon e ficou pro casamento. Lembro da minha prima fazendo ioga no chão do quarto. Ela não ficou pro casamento, se desentendeu com a mãe e nunca mais eu a vi [viva] porque ela morreu um ano depois. Lembro de alguns anos novos, não lembro da maioria. Afinal são 36! Mas lembro do primeiro fora do Brasil, passando de blusa de lã e meia calça preta e saia xadrez vermelho e amarelo. Foi um choque pra mim não ter roupa branca. Passamos num salão de festa de um restaurante com pessoas que não lembro quem eram [brasileiros, eu acho]. Mas lembro que à meia noite nos abraçamos, eu, o Uriel e o Gabriel e ficamos assim abraçados, os três, por um tempo enorme. Nosso primeiro reveillon sozinhos. Nunca mais passamos com família. A partir daquele momento, nos primeiros minutos do 1º de janeiro de 1993, ficou absolutamente claro que a família dali em diante era apenas nós. Agora passamos eu e o Uriel, sempre nós dois, e eu gosto muito disso. A melhor hora da virada do ano novo pra mim é a hora dos abraços e beijos. Quero ficar assim pra sempre, mas temos que parar. E dançar. E beber champagne. Que 2018 seja maravilhoso para nós. Que o passar dos anos faça com que tudo fique melhor, como a gente diz dos bons vinhos.
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