picnic

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Picnics são uma delícia. Eu adoro organizar e participar deles. Lembro de um picnic que fizemos em família na beira do rio quando eu era criança e que ficou cravado na minha memória para sempre. Uma deliciosa lembrança. E como eu adoro picnics, tenho todos os apetrechos sempre à mão. São várias cestas, muitos ededrons para forrar o chão e sentar em cima, um estoque de descartáveis. Durante todo o verão aqui em Davis, o Farmers Market das quartas-feiras é transformado num grande picnic na grama do parque, com banda de música tocando, entretenimento para as crianças e, claro, o mercado que por si já é uma delícia. Ontem nós fizemos um picnic em grupo. Marcamos e aparecemos, como fizemos pela primeira vez três semanas atrás. Ficamos no parque até as nove da noite, quando o frio já estava congelando. Eu levei vinho, chá de menta, uma salada de couscous e sanduiches de pita bread e hummus. Teve pão de queijo, sanduba de salmão defumado, torradinhas com patê, castanhas e torta de limão. A comida não importa muito, pois o legal mesmo é o papo. Pra mim picnics são umas dessas coisas simples da vida que eu adoro!

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o buraco e outros horrores bucais

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Fui tirar os pontos do….. buraco! Todo mundo no consultório do dentista estava com uma cara de ih, será que ela vai dar outra baixaria? Mas eu não me envergonho de nada, chorei e pronto, tá chorado. O dentista colocou umas fotos dos meus dentões escancarados na tela branca iluminada de um computador, que aumenta, diminui, mostra os micro-detalhes de tudo. Ele perguntou se eu queria olhar as fotos da operação e eu respondi que não com uma cara de horror e repulsa. Ele me falou que fez uma avaliação geral da minha boca e que eu vou precisar de um tratamento profilático em quatro dentes, onde a gengiva está mais afastada do que o normal. Eu entendo que depois de uma certa idade… cofcofcof…. os problemas mudam. Acaba a desgraceira das cáries e se inicia as tranqueiras gengivais. Fora aqueles dentes onde a gengiva está retrocedendo de tanta força que você coloca na escovação. É preciso sempre lembrar que nossa boca não é chão de cozinha e que a escova de dentes não é um esfregão.
Passei da conversinha com o dentista para uma das salas com a cadeira verdinha, onde a assistente prosseguiu com a tortura do dia e tirou os pontos, Graçasadeus está tudo bem, não tem inflamação, posso parar de tomar o antibiótico, mas vou precisar usar uma escovinha especial com o liquido de limpeza que eles me receitaram. Ela me deu um espelho pra segurar e foi mostrar como fazer a escovação do…. buraco. Vou falar que até agora, uma semana depois, eu ainda não tive coragem de olhar o … buraco. Então com o espelho em punho, olhei pro meu nariz, enquanto a assistente boazinha explicava, você escova aqui, aqui, aqui e aqui… Sim, respondi, sim! Mas não vi nada, nem vou ver tão cedo. Isso tudo pra mim é de uma violência sem par.
Marcamos outra hora para fazer o procedimento gengival. Eu falei da minha bexiga pequena e que preciso fazer muitos bathroom breaks. Contei que num tratamento de canal feito no ano passado num dentão lááá do fundo, eu precisei de vários breaks e fui ao banheiro quatro vezes com aquela parafernália de ferros e borracha esticada na boca. Quem me viu teve um bom divertimento. Quatro vezes!
Aqui eles são terrivelmente secos com questão de dinheiro. Não tem essa de pago depois queridinha, é tudo na bucha, olha o seu seguro vai cobrir tanto, você vai ter que desembolsar tanto e terá que ser no dia do tratamento e in full, não tem parcelamento, nem choro nem vela. Assinei um papel dando autorização pro dentista destruir a minha boca, caso necessário e me comprometi a pagar a minha parte. Hora marcada, thankyouverymuch, vejo você em breve.
Minha desilusão com essas coisas de dentes é incomensurável. Disse pro dentista e pra assistente, bem, eu planejava morrer com todos os meus dentes na boca, mas meus planos viraram pó, pois já tenho um dente a menos. Eles rolaram de rir. E agora chega desse assunto!

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não enche!

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Quando li o que o Nemo Nox escreveu sobre gente que acorda cedo me senti compreendida pela primeira vez na minha vida de ex-dorminhoca. Por anos e anos e anos eu agüentei uma encheção de saco sem fim, críticas, comentários e recriminaçòes poque eu dormia e acordava tarde. Era um inferno. Eu amava dormir durante a manhâ e o sono mais gostoso era aquele entre nove e onze. A patrulha contra os seres vespertinos mais ferrada que enfrentei foi a de umas amigas no Canadá. Era uma canadense que me torturava me ligando às nove da manhã, ou muitas vezes às oito, para me convidar para ir à garage sales – que eu abominava! E uma suiça que me recriminava o tempo todo, pegava no meu pé, dava diretas e indiretas, eu fui pegando ódio daquilo. Era realmente de lascar, todo mundo tentando me convencer que eu perdia tempo dormindo, que era improdutiva, que deixava de aproveitar a melhor hora do dia, que não era saudável e o caraulio a quatro.
Passei anos aturando isso e tentando argumentar que eu ficava o mesmo tanto de horas acordada, pois dormia tarde e produzia muito no período em que estava acordada. Ninguém me ouvia e eu me sentia uma criminosa.
Mas a vida dá voltas e nem sei como foi que isso aconteceu, se foi gradual ou repentino, não percebi, mas eu comecei a dormir mais cedo e acordar mais cedo e hoje me pego muitas vezes de olho aberto às seis da manhã, acordando com os gatos, aproveitando as horas matinais, apreciando a luminosidade e a frescura das primeiras horas do dia. Fico quietinha aqui no meu canto, mas me sinto secretamente realizada! Ah, vejam vocês, um caso perdido de dorminhoquice totalmente recuperado. Não preciso mais ficar irritada quando as pessoas me ligam às onze da manhã e dizem – te acordei? Não preciso mais explicar nem provar nada pra ninguém. Só fico me policiando pra não virar a casaca e começar a pentelhar quem gosta de dormir até tarde. Se um dia eu por acaso fizer isso, pode me esbofetear… com força!

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get your tontice enhanced with minocycline

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Sempre digo que tenho uma tontice natural porque é verdade. Estou sempre distraída, nunca fui um exemplo de concentração e atenção. Já passei por muitos fiuuuss na vida por causa disso e não tenho vergonha de admitir que sou assim mesmo, uma tonta nata.
Imaginem então essa personalidade completamente tonha da lua como a minha, recebendo doses diárias [embora fraquissimas] de minocycline, um antibiótico que provoca tonturas de efeito colateral.
Fiquei uns meses sem tomar o antibiótico e tive a impressão de ter entrado num regime de abstinência dos meus martinis imaginários. A vida fica muito mais careta sem a minocycline. Voltei para a rotina de tontice constante, porque prefiro ser uma tonta elevada ao cubo e multiplicada por mil do que ter ataques de espinhas na minha idade.

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lady stardust

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Não posso dizer que estou sentindo dor, mas sinto um certo desconforto e um lado do rosto está ligeiramente diferente do outro. Me sinto uma monstra, mas é tudo por uma boa causa.
Comi meu primeiro rango desde a extração do dentão e, que sorte e que felicidade, foi tudo preparado pelo meu filho. Frango grelhado, arroz, aspargos, salada, melancia de sobremesa. Desmaiem de inveja mães do planeta Terra, pois meu filho não é somente lindo por dentro e por fora, inteligente, gentil, talentoso e maravilhoso, mas ele também cozinha muitíssimo bem!
Um dvd muito estranho do Bob Dylan.
Assinei o rss dos quadrinhos da Folha de São Paulo e vou falar a verdade: não curto os quadrinhos brasileiros. Eles são grosseiros, apelativos e nojentos, não consigo achar graça, desculpa aí, viu…
Todos os canais de tevê estão transformando a depressão pós-parto da Brooke Shields num circo. Eu sei de muitos casos escabrosos, esse problema não é brincadeira, as mulheres se matam, matam os filhos, levam anos pra se recuperarem totalmente. É uma verdadeira tragédia que muita gente nem sabe que existe ou simplesmente não entende. Por um lado eu vejo isso tudo como algo positivo, uma maneira de esclarecer os fatos para os ainda ignorantes, mas por outro lado eu vejo somente uma atriz sorridente falando que quis morrer e matar a filha pra vender seu livro.
Roux está numa dieta de pétalas de rosas vermelhas murchas.
A meteorologia está prevendo tempestades para hoje. Eu quero me recompor e tentar recompor a minha casa, que ficou abandonada nesses dias em que um dentão inflamado dominou o spotlight.

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backtalk

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“What’s that?”Paris Hilton, when asked if she reads blogs.
Backtalk: how much do you want to bet the answer would have been the same she had been asked if she reads books?
* li isso no Sacbee de hoje. hi hi hi ho ho ho!

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The Whole Earth Festival

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Três dias de música, paz e amor. Não estou falando de Woodstock, mas do Whole Earth Festival, que acontece todo ano no campus da UC Davis desde 1969. É um festival hippie, celebrando a diversidade e a vida alternativa. Todo ano eu vou e como as delicias vegetarianas que eles vendem, ouço música ou discursos políticos e ambientais nos diversos palcos instalados pelo campus, olho as barracas de artesanato e o povo colorido. É um dos festivais mais populares e freqüentados da universidade. Detalhes interessantes: toda a eletricidade, até a do palco principal onde as bandas grandes se apresentam, é gerada por energia solar. O festival produz ZERO de lixo, com seu programa eficientíssimo de reciclagem. Há mais ou menos uns dois anos eles instituiram os utensilhos rentáveis. Você paga um dólar extra pelo copo ou prato, que retorna e recebe o dinheiro de volta. A segurança e organização do festival é feita por um grupo de voluntários denominado Karma Patrol. Todos são bem-vindos, hippies, geeks, caretas, etc. Todos se vestem como querem, e dançam como querem pelo gramado do Quad. Toda a comida vendida nas barraquinhas do festival é vegetariana e étnica. No Whole Earth Festival você vai ver de tudo, coisas que normalmente não vê no campus da Universidade da Califórnia em Davis, que é um campus mais sisudo e careta por ser mais voltado às áreas de exatas, médicas e técnicas. A cidade se enche de Kombis psicodélicas e pessoas com roupas e cabelos coloridos.
No meu álbum da Califórnia, eu tenho uns snapshots que fiz do festival do ano 2001.
No site do Festival, uma sequência maravilhosa de fotos dos muitos anos do festival. Eu curti particularmente a dos anos 81 e 82 quando eu era freshman na minha universidade brasileira.
Hoje vou dar um pulinho lá, porque esse festival é imperdível!

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.pt

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Ando apaixonada pelos blogs portugueses. Leio muitos, a maioria de mulheres prendadíssimas e criativas. Fico até achando que toda a criatividade do planeta foi concentrar-se lá na terrinha. Mas pra mim os blogs portugueses não são somente criativos. Eles são inteligentes e divertidos. Quando leio esses blogs um sentimento estranho me invade, como uma nostalgia, uma sensação familiar. Entendo então o que significa sentir saudades de um lugar onde nunca estive.

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o passado não condena