the cat in the dish

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» o gato de um dos meus vizinhos dorme dentro da travessa que enfeita um móvel ao lado da janela. pra tomar um solzinho da manhã confortávelmente, vale tudo!

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banguela

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Dormi com minha camisola-camiseta azul com o logo do Super Homem no peito, pra ver se acumulava força e coragem. Não adianta, nas questões dentárias eu não sou nem um pouco como a minha mãe. Sou mesmo uma fracola, uma molóide, uma drama queen. Passei a manhã prostrada em estado catatônico. Não consegui fazer nada além de olhar o relógio, como se estivesse esperando a minha hora no matadouro, na câmara de gás.
Comecei a chorar em casa, com o Uriel ao meu lado tentando me consolar com palavras animadoras. Entrei no consultório do dentista chorando e fui chorando, amparada pelo braço por uma assistente extremamente gentil, sentar-me na cadeira verde clara, onde continuei chorando, chorando, chorando. Tomei duas doses de valium que não adiantaram nada. Meu terror por dentista é muito mais forte que qualquer droga ou química. Chorei, tremi, reclamei que não queria estar ali. Fui instruída a pensar em coisas boas, visualizar um lugar bonito, mas só o que eu via era a janela com persianas de uma sala de cirurgia dentária. O dente foi para lata do lixo e eu vim para casa, banguela, exausta e arrasada.
Esse dente não estava sendo muito bonzinho. O número vinte e oito do lado direito inferior já tinha dado inúmeros problemas e teve o canal tratado duas vezes e foi operado numa outra vez. Um trauma atrás do outro. Parece que o dito cujo tinha muitas raízes e uma delas estava rachada, fazendo com que a infecção recorrente vazasse. Tinha que ser removido, não tinha mais jeito. Pra mim tirar um dente é uma coisa inconcebível. Não sei explicar o que eu sinto, é como se o dente fosse um dedo. Mas tem que se fazer, que se faça. Só não me peçam pra visualizar cenários bucólicos e ficar tranquila pois isso é impossível.
Passei o dia seguinte com nauseas e vomitando, pois o pain killer não me fez bem. O Uriel comprou um estoque de sucos, gelatina, pudins, yorgutes e passei umas vinte e quatro horas na cama, sem tomar banho, sem abrir a cortina, sem pensar em nada. Só dormi e vi trash tevê na companhia do Senhor Misty Gray, que roncou ao meu lado o dia inteiro. Já estou melhor, nem olhei o buraco na boca ainda, vou precisar de mais uns dias. Mas sobrevivi!

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saindo à francesa

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Você de repente reparou que eu não estou mais presente, que saí de fininho e ninguém nem viu, que decidi não participar, que não sou dessa tribo, que prefiro não saber, que eu quero paz e tranqüilidade, que eu fiquei perplexa e não quero mais compactuar, que sumi do mapa, você nunca mais me viu, nem ouviu falar de mim, nem ouviu de mim. É assim mesmo, vai se acostumando, pois eu sempre saio à francesa quando não me sinto mais confortável para ficar.

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table

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real

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É um fato, não tem jeito de modificar isso: eu simplesmente não consigo usar nicknames criativos na internet, me esconder atrás de um profile falso criado para participar de comunidades online, distribuir e-mails ou número de telefone errado para me livrar de chatos, criar personagens, escrever me fazendo passar por alguém. Desde os tempos do pombo-correio, carta-com-sêlo-lambido e da web-manivela que sou Fernanda Guimarães Rosa ou Fer, Fezoca no máximo. Não tem lorota e estamos conversados….

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epa!

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Tal era a falta de vontade de ir nadar que vestiu apressadamente, combinando com a camiseta totalmente amarfanhada, um par de chinelos – um pé de cada cor, um com tira no calcanhar e o outro sem. Só foi perceber o desconjuntamento horas depois, quando já voltava de cabelos molhados e despenteados para casa.

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vestir

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cabeção de vento

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Ninguém faz burrices e cagadas intencionalmente. Eu não sou exceção. Todos os meus erros são basicamente frutos da minha distração e avoamento crônico. Antes eu fazia as minhas tontices de sempre e nem conseguia dormir, de tanta raiva, vergonha e revolta. Como eu conseguia ser tão songa? Hoje já me conformei e não queimo pestanas nem perco o sono por causa das minhas mancadas e falhas. Herrar é umano! Mas que continua me dando uma raiva de mim mesma, isso é fato! Cacilda, por que estou sempre me expondo ao ridículo, mostrando o meu lado anta, deixando as pessoas perceberem que tenho defeitos? Custava checar o botãozinho da câmera antes de começar a tirar fotos? Não custava, mas eu não fiz e por isso todas as fotos que tirei na comemoração do aniversário do meu filho sairam horrivelmente embaçadas. E como não dá pra voltar no tempo e eu não sou o Scorsese pra reencenar a festinha e tirar fotos novas, entrei pelo cano, já era!

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Vinte e três

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Todo ano – leiam ali no link same day in other years – eu escrevo algo sobre esse dia tão importante para mim e toda a minha família. Hoje é aniversário do meu filho! Tão pensando que é fácil ter mãe blogueira? Você tem que aturar coisas como sua mãe berrando “happy birthday!” em público! Mas eu posso não dizer aqui que no dia vinte e sete de abril de mil novecentos e oitenta e dois a minha vida mudou com a chegada de um bebê fofinho e cor-de-rosinha? E que adoro comemorar essa data, porque é um dia bonito? Feliz aniversário pro cara mais lindo e inteligente do muuundooooooooooooo, meu filho Gabriel!

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o passado não condena