meditando do meu jeito
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Um tempo atrás a meditação era o must, virou moda, todo mundo meditava. Eu também, quer dizer, eu juro que tentei. Meditei com meus amigos budistas no Canadá, no templo japonês, com um grupo gay, no Shambala aqui em Davis, tentei muito, com vontade, mas não deu. Eu gostei de meditar cantando, mas quase ninguém usava essa prática. E eu não tenho o que se necessita para meditar sentada, quieta, em silêncio.
Agora a onda é praticar ioga. Onde eu vou, vejo roupetas incrementadas, tapetes de material especial, sacolas pra carregar as tralhas, todo mundo capitalizando na moda. Abro uma revista e é ioga, ioga! Me dá até um enjôo, pois me lembro de tooooodas as minhas tentativas de praticar ioga, que começaram em 1982, quando eu fazia as poses vestida num body de malha azul turquesa numa academia no centro de Campinas. Depois tentei ioga mais umas vezes. Em Piracicaba, no Canadá e aqui em Davis. Em Pira, lembro de dormir no relaxamento final e voltar pra casa com o estômago revirado. Aqui em Davis eu enchi o saco, quando tentei ioga pela ÚLTIMA vez no experimental college. Eu não tenho as habilidades meditativas, nem a flexibilidade corporal necessária pra praticar ioga. Foi ficando irritante, pois enquanto os outros praticantes faziam as poses, a professora me corrigia – incessantemente. O meu nome era o mais pronunciado, depois de dois dias todos já me conheciam – Fernanda, a que nào consegue fazer nenhuma pose direito. Parei. Desisti definitivamente!
Hoje voltei ao único exercício sistemático ao qual eu me adapto – nadar. Pra mim é perfeito, pois melhora a minha resistência física, trabalha um pouco a minha falta de flexibilidade, me faz mexer os braços [que na caminhada – outro exercício que eu curto, eu não mexo] e ainda me proporciona um relaxamento mental incrível. Melhor que qualquer meditação sentada, na água eu consigo nào pensar em nada ou me inspirar, dependendo do dia.