love’s a bitch

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Eu vivo imersa no mundo dos musicais, mulheres glamourosas dos anos trinta com seus vestidos longos de cetim, homens de fraque e cartola, sorrisos colgate, tudo lindo, final feliz. De repente entro no mundo de Amores Perros e fiquei rígida! Assisti ao filme mexicano tensa do inicio ao fim. Chorei, chorei. Avançava as cenas com os cachorros. Que filme! Perdi até o sono, fiquei abalada, arrasada, tremendo, dura. Quando vi os featurettes, me emocionei com o diretor Alejandro González Iñárritu, que primeiro reza, agradece, no final diz que vai sentir muita saudades de todos. Ele diz – só tenho uma palavra para descrever este filme: visceral. Concordei com ele. É a palavra perfeita.

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cada coisa no seu devido lugar

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Um negócio que me irrita muito aqui no trânsito de Davis é gente que anda de bicicleta como se estivesse dirigindo um carro. A cidade é completamente estruturada para bicicletas, com bike paths e bike lanes, sinalização especial para as bikes nas ruas, toda a parafernália de segurança amplamente disponível. Tudo é feito para facilitar a vida dos bicicleteiros, que engloba uma enorme porção da população universitária da cidade, incluindo estudantes, funcionários e professores.
Então, com toda essa infra para bicicletas, não tem porque uma pessoa fazer manobras arriscadas, pedalando a sua magrela no meio da rua como se ela fosse um carro. Mas infelizmente isso acontece muito e eu fico super irritada. Imagina que na sua frente tem uma bicicleta, muitas vezes com o bicicleteiro sem capacete ou sem luzes [super importante para quem pedala à noite]. Você tem que dirigir seu carro atrás da bike com o maior cuidado, porque se você atropelar um mané desses, você tá ferrada! E nem sempre o sujeito dá sinal com o braço pra onde vai virar. Dá vontade de berrar – saí da frente, vai pra bike lane, você NÃO está dirigindo um carro!
E o mais interessante é que quando uma bicicleta está no meio da rua fazendo manobras como se fosse um carro, você quase sempre pode apostar que o manobrista da magrela é um chinês….

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may I?

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Uns minutos antes do show da Laurie Anderson começar, um rapaz bem novinho, bem alto, com um sotaque estrangeiro que eu não consegui identificar e sentado na última fila do lado direito me chamou. Apontando para umas cadeiras vazias que ficam um pouco mais acima e que são muito mais confortáveis, ele perguntou se poderia trocar de lugar e sentar numa delas. Eu disse que não, que ele ficasse no lugar dele, pois as cadeiras poderiam já ter donos e até uns quinze minutos depois do show ter se iniciado, serem ocupadas. Ele resolveu ficar quieto no lugar dele.
Já estávamos com uns trinta minutos de show, a Laurie Anderson falando, falando, falando, quando o rapaz ligou o celular e começou a fazer alguma coisa nele. As outras voluntárias já esticaram o pescoção, porque é proibido fotografar os shows no teatro e o celular do guri poderia ser daqueles que tiram fotos. Eu acalmei as sargentas, dizendo – he is playing a game!
E parecia mesmo que ele estava jogando algo como tetris, mas na verdade não estava. Ele me chamou de novo e estendeu o braço na minha direção com o celular na mão, fazendo sinal para eu pegá-lo. Eu peguei e quando olhei para a telinha pude ler a mensagem que ele estava escrevendo pra mim – may i go to the bathroom?
Me deu um ataque de riso! Levantei, abri as portas do teatro e indiquei o caminho do banheiro pro guri, como se faz na escola. Ele disse todo sem graça – someone told me i could not go to the bathroom…. Tentei adivinhar quem teria dito aquilo pra ele, talvez alguma das sargentas que trabalhavam no meu tier. Ou elas falaram outra coisa e o guri entendeu errado?
Mas no final ele conseguiu sair da prisão e foi ao banheiro…. e não voltou mais.

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Laurie Anderson

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Eu estava equivocada e com idéias totalmente erradas sobre o show da artista Laurie Anderson. Lembrava vagamente dela fazendo uma música moderna e experimental nos anos oitenta. Mas nunca ouvi um cd dela ou vi um show ou uma entrevista. Ontem trabalhei na apresentação dela no Mondavi Center. Foi uma surpresa. Achei que ela iria tocar e cantar – laralirá, essas coisas. Mas não! Ela toca, mas não canta. Ela fala! O tempo todo, com uma voz de narradora de video instrucional de meditação ou ioga, uma voz linda, melodiosa e ela fala bastante, conta histórias que parecem poemas, às vezes tocantes, outras vezes engraçados. O show é The End of The Moon, onde ela relata a experiência de ser a primeira artist-in-residence da NASA. Isso mesmo, da NASA. Parece estranho, nao? Ela também achou. A performance de Anderson é simples, sentada numa poltrona de couro ou em pé, tocando um keyboard e um violinho, o palco sapicado de velas acesas, uma pequena tela no canto com um close-up da superfície da lua. Numa parte do show ela usa uma câmera que mostra a imagem dela de cabeça para baixo. E fala, fala, fala, sobre os cientistas e projetos da NASA, coisas da vida, a guerra, as estrelas.
O show é muito bonito, mas um tanto cansativo. Noventa minutos daquela música e falação foi ficando meio hipnótico…. Eu vi algumas pessoas saindo do teatro e outras pendendo a cabeça pra frente ou pros lados.
A segurança do teatro estava bem reforçada, pois ouvi que a Laurie Anderson tem uns fãs meio malucos. O público no teatro estava eclético e colorido. Como sempre encontrei conhecidos. E tive que pedir para me mudarem de tier, pois me colocaram outra vez acidentalmente no Upper Tier [o andar mais alto do teatro] e eu nunca pude trabalhar lá, por causa do meu horror de altura. Pequeno detalhe técnico, que foi resolvido rapidamente pela house manager!

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*&%$#@&^%!!!!!!!!!!!!

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Mas não é possíverrrrrrrr…….. Agora que todas as entradas para os comentários estão fechadas para os spammers, eles estão usando o trackback de alguns posts para deixar o lixo deles! Estou chocada com a insistência desses malditos. Já instalei o plugin do nofollow, mas com o trackback pelo jeito não funciona. A blacklist não pega e o único jeito é deletando um por um e ir fechando o ping dos posts. Mais trabalho, mais encheção…. que DROGA!!!!

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tea?

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kettle.JPG teabiscotti.JPG

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css junkie

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Espero que você entenda que eu sou uma css junkie. Na minha opinião não há nada mais perfeito – que eu conheça – do que as style sheets. Elas são mandonas e eficientes. Controlam tudo com mão de ferro, mas fazem um trabalho perfeito. Tudo se encaixa e funciona, se você souber usá-las e contornar o único porém, que são as diferenças dos browsers. Até então só tive alegrias com as style sheets e fiquei fanzérrima! Mais do que necessárias, pra mim as css são imprescindíveis.
Quando eu navego por aí, o que não é muito frequente mas acontece, pode ser que eu esbarre num site bonitinho, com um design interessante. O que eu faço então? Hum, como boa junkie eu vou direto à fonte. Abro a source da página e vou ver a css! Preciso olhar, pra ver como o site foi feito. É legal ter essa visão da parte interna de um website, suas costuras e arremates.
Qual foi o meu susto e desapontamento quando outro dia abri a source de dois websites super bonitinhos, que encontrei ” en passant” por aí, e vi TABLES no HTML!!!!!! Queridos webdevelopers e webdesigners, até EU sei que hoje, com as css, tudo pode ser feito sem a ajuda dessas muletas……

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spotless mind

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Conversava com a minha dentista e a sua assistente sobre as minhas neuras e traumas resultantes de péssimas experiências com tratamentos dentários no passado.
assistente – is there anything we can do to make your experience here better?
fezoca – yeah, you could erase my memory…..

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die mommie die

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Com uma sinopse dessas, dá pra não alugar esse filme?

The year is 1967, and Angela Arden (cross-dresser Charles Busch) is a washed-up pop singer who’s married to Sol (Philip Baker Hall) but is involved with an unemployed actor named Tony (Jason Priestley). When Sol turns up dead, all fingers point to Angela. Leading the charge is Angela’s daughter Edith (Natasha Lyonne), who’s eager to get even by killing her mother. Edith’s brother (Stark Sands), however, is not so sure that mom is to blame.

Die Mommie Die já está na minha loooongaaaaa lista do Netflix. Hoho!

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clipclip

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Nós já tínhamos tentado inúmeras vezes aparar as garras do Roux, que estavam longas e afiadas. O Gabriel nos emprestou a tesourinha de gatos e fomos aconselhados a fazer a poda quando ele estivesse sonolento. Nenhuma técnica funcionou. Ele sempre saia correndo, nos dava um olé, verdadeiras cenas de filme pastelão.
Comecei a me irritar com o fulano pulando enlouquecidamente, dando botes no gato gasparzinho em cima do meu sofá e deixando marcas das garras afiadas no tecido. Ontem propus para o Uriel fazermos uma colaboração: eu segurava o indivíduo e ele cortava as unhonas. Lembrei que quando a Debby do Feline Lifeline veio trazê-lo aqui, ela sentou num canto, segurou ele com força com uma mão e com a outra foi apertando os dedinhos e clipclipclip, em segundos aparou todas as garras. Ele não gostou e reclamou, mas ela não deu mole.
Então eu peguei o gatonildinho, segurei bem forte com os braços e com uma mão fui apertando os dedinhos e o Uriel – desengonçadamente – foi cortando as pontinhas das garras. Ele reclamou muito, miou, rosnou, chorou, escapuliu duas vezes dos meus braços, revoltou-se, ficou magoado, bravo, de mal comigo, mas no final conseguimos aparar as tais garras! ufa….
Agora poderemos fazer isso sempre, aqui em casa mesmo, pois eu já estava até pensando em levá-lo ao veterinário e pagar para alguém fazer por mim. Vencemos mais uma etapa com o gato Roux. Com o gato Misty nunca tivemos que pensar nesse detalhe, pois a única coisa que ele faz é afiar as garras imaginárias no tapete….

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o passado não condena