um dia de sol

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Ontem o dia amanheceu lindo, céu azulzíssimo, deu até um ânimo, uma alegria, que diferença faz ver o sol, mesmo que ele não esteja aquecendo nada. As cores mudam, eleva o espírito, dá uma vontade de fazer mil coisas, sair dançando, capinar a horta, dar piruetas, correr no arboretum, nadar….
Fui correndo comprar um biquini novo, pois não posso nem mais ver aqueles dois que eu usei o verão e o outono inteirinhos…. Alegria, alegria! Sol, biquini novo…lárálá!

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Hoje, ingrata surpresa, o dia amanheceu nublado… névoa, frio, cara de que mais chuva vem ai.

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uma flor de alface

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Numa das vezes que minha mãe esteve aqui me visitando, passamos muitas horas olhando e comprando saquinhos de sementes de verduras, legumes e flores. Minha mãe comprou uns saquinhos de flores californianas, que ela levou para o Brasil e plantou. Meses depois, conversando pelo telefone, ela me contou que as flores tinham crescido e estavam lindas. Ela também me contou que uma das sementes do saquinho não cresceu flor. Para a surpresa da minha mãe, no meio das flores californianas cresceu um pé de alface, que foi colhido, devidamente lavado e virou uma bela salada!

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zé pinote

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Eles sujam a casa toda, espalham a areia do banheiro, enfarofam a cozinha, bagunçam tudo o que podem, me atrapalham quando estou fazendo as minhas coisas, pois eles pensam que a casa é deles e que o centro do mundo é eles. Quando eu tenho que limpar o dabliucê todo encocozado, penso reclamando como uma ranzinza que eles só me dão trabalho, que joça, isso fede demais, como pode mijar e cagar tanto, será o benedito? Mas tudo na vida tem seu lado ruim e o seu lado bom e o lado bom de ter gatos supera de longe esses pequenos detalhes do lado ruim.
Não tem um dia que eu não dê altas gargalhadas por causa deles. Eles me divertem de uma maneira especial, me acalmam, me fazem refletir sobre as coisas simples, me deixam relaxada e são protagonistas de incontáveis histórias engraçadas.
Tomando o meu banho matinal, ouço um barulho estranho no quarto. Desembaço o vidro do chuveiro com a palma da mão e olho para o quarto através do espelho do banheiro. Numa visão ainda um pouco embaçada pelo vapor da água quente eu vejo um tal felino rabudo e xereta passar para um lado do quarto dando pinotes, o rabão arqueado. Continuo olhando pelo espelho e caio na gargalhada quando a cena pimpona se repete e se repete e se repete… Ele passa pra lá e pra cá pinoteando umas dez vezes. O que será que ele está fazendo? Não vejo o Misty, então ele não está tendo um ataque de perseguição ao pobre velho gato. Está simplesmente tendo um ataque de pulação, dando pinotes no quarto, fazendo aquele barulhão danado e me proporcionando a visão de uma cena e tanto e muitas boas risadas!

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faz tudo que não faz nada

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Estou com a impressão que esqueci de pagar alguma conta. Como sou eu que administro a casa, se algo ficar por fazer, a culpa será exclusivamente minha.
Também estou com essa idéia fixa que a minha casa está imunda e bagunçada, mesmo ouvindo outras pessoas dizerem que nunca viram casa mais organizada. Ou eu disfarço muito bem ou estou ficando com um grave problema…
Fiquei em estado de choque ao descobrir que os top siders estão voltando à moda. O passado me condena! Quem não teve um par de top siders na década de 80? Esses sapatos originalmente usados por iatistas viraram uma febre em todas as cores. O meus eram da Sidewalk….
Gentileza gera gentileza. Eu acho super gentil e fino dar crédito para idéias e contribuições. Vi no blog do fulano e fiz igual. Peguei a idéia do beltrano. Sicrano me deu a dica. Trés chic! Feio mesmo é pegar as idéias e dicas alheias e propagandear como se fossem próprias. Quem faz isso desce vinte degraus no meu conceito.
Eu tive um pensamento que noventa por cento da humanidade deve ter a cada milésimo de segundo: como seria viver toda a nossa vida novamente, só que com a maturidade que temos hoje. Na hora o pensamento me pareceu excitante, mas depois de imaginar viver toda a minha infância, adolescência e idade adulta com a minha cabeça atual, senti um cansaço monumental.. Viver tudo de novo? Nem a pau….
Fico por aqui mesmo, como sou, como estou! Good bye….

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raindrops keep falling on my head

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Sou uma brasileira californiana, preciso de sol, sol!!! Chove desde sei lá quando e eu estou sentindo que tudo em mim e nas coisas em minha volta já está começando a mofar. Chega! Chega! Quero céu azul e sol, nem precisa esquentar, pode continuar frio, mas precisa parar de chover o tempo todo!
Eu vi uma foto no jornal da neve em Lake Tahoe e Truckee. Está um horror! E a neve lá é daquela bem molhadona e pesadona, que não é a neve com a qual eu me acostumei a conviver, quando morei lá onde o indio inuit perdeu os mocassins de pele de bufalo..
Quero nadar! Quero caminhar no bosque! Eu até entendo que essa chuvarada é super importante para as reservas e para a agricultura. Mas pessoalmente, estou ficando de piquá cheio desse pinga pinga……

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sessões corridas em 1976

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Quando eu vi O Inquilino [The Tenant] no cinema em 1976, eu tinha quinze anos e uma personalidade mais do que impressionável. Entrei no cinema com um grupo de colegas de escola e não saí mais…. Fiquei para mais uma sessão e mais outra e voltei no dia seguinte, para ver o filme mais algumas vezes. Quase trinta anos se passaram e eu ainda tinha algumas cenas perfeitamente coladas na minha memória. Outro dia resolvi pegar o filme do Roman Polanski na Netflix. Ontem ele chegou pelo correio e eu fiquei até um pouco nervosa…. Iria rever o filme que mais me impressionara em toda a minha vida! Senti medo, pois me lembrava muito bem das marcantes cenas de delirio e horror.
Revi O Inquilino……. Claro que não fiquei tão impressionada quanto da primeira vez que eu o vi, ainda com uma visão tão simplória do mundo. Mas não posso negar que esse filme do Polanski é um dos mais desconcertantes, perturbadores e obscuros que já vi na vida. A história é mórbida, o personagem vivido pelo Polanski é irritantemente bobalhão e os vizinhos do inquilino no prédio são uma verdadeira fauna felliniana. Shelley Winters, Isabelle Adjani e Melvyn Douglas estão ótimos no filme. Até hoje não me conformo com o fato de um apartamento não ter banheiro! E desta vez fiquei de olho nos figurinos, principalmente os casacos usados pela Adjani, para distrair um pouco da tensão de rever este filme tão marcante para mim!

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Estou vazia…. Deu um branco…..

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um post bobo

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Fico imaginando como seria a minha vida se eu tivesse um emprego das oito às cinco. Lembro vagamente dos anos em que eu trabalhava full-time na escola e ainda tinha um outro trabalho freelance para uma dot.com em San Francisco. Minha pequena casa era uma desordem total. Na época eu tinha a ajuda do Gabriel, que ainda morava conosco e lavava a louça antes de eu chegar, assim eu podia fazer o jantar. Me treinei a fazer um jantar completo, saudável e saboroso em no máximo trinta minutos. Lavava roupas uma vez por mês. O que ajudava era que o meu guarda-roupa sempre foi excessivo….
Hoje, com uma casa grande, jardim, quintal, horta, dois gatos, três banheiros, um marido super ocupado e um filho que já foi cuidar da vida dele, eu não conseguiria manter essa casa sozinha e trabalhar período integral. Por isso eu parei de reclamar que minha carreira é cheia de furos. Eu faço o que dá.
Segundas-feiras são sempre atrapalhadas e ocupadas pra mim. Eu passo o dia fazendo mil coisas, quanto mais tarefas eu faço, mais tarefas aparecem para serem feitas. Fico inconformada…. Chega nove horas da noite eu já quero deitar, I wonder why.
Corri na caixa do correio para jogar a ficha de assinatura de mais uma revista. Eu assino um monte e essa eu comprava na banca. Com a assinatura, vou economizar trinta e sete dólares por ano. Eles estão desesperados, liquidando a assinatura da Martha Stewart Living, já que vocês-sabem-quem está passando uma temporada no xilindró!
Lendo o caderno Taste do SacBee, que é o único caderno do jornal que eu ando lendo além dos quadrinhos, vi várias receitas para crock-pot, aquelas panelas elétricas que cozinham beeeem devagar. Você coloca todos os ingredientes lá de manhã cedo, liga na tomada e quando chega a hora do jantar à noite, o rango está prontinho. Estou pra comprar uma panela dessas, que é propagandeada pelo Gabriel, há tempos, mas nunca mexo a bunda. Hoje, quando vi as receitas, meti as caras. Precisava sair mesmo para comprar comida pros gatonildos e aproveitei.
Na loja, acabo sempre comprando outras coisinhas. É uma lasca. Preciso comprar mais um batom da mesma cor e marca de outros doze que já tenho. E um brilho de lábios, que acabo nunca usando. E uma camiseta branca de manga comprida – bom, do jeito que eu destruo as minhas roupas, isso nunca é demais. E entre os papéis higiênicos, detergente, sabão liquido, comida e areia de banheiro de gato, shampoo e creme para cabelo, sabonete esfoliante e tal, tive que comprar dois filmes em dvd. Tive! Porque eles custavam oitenta e oito cents cada!! Um com o Gregory Peck e Ava Gardner e outro com o Frank Sinatra e a Judy Garland. Sei lá, mas por oitenta e oito centavos, se não prestar eu uso de suporte de vaso ou pra segurar cadeira de perna manca, sem estresse!

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o passado não condena