i see famous people
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O papo se iniciou casualmente, ela falando a idade dela [trinta e cinco] e eu arrasando paris em chamas com a minha [quarenta e três]. Ela ria de uma maneira gostosa e familiar. Quando começou o papo rock ‘n’ roll, já parecíamos íntimas, melhores amigas de infância. Repeti alto um pensamento que me passara pela cabeça outro dia e que eu relatara provocativamente para o Ursão: “sabe que o Bob Dylan mora na Califórnia? ohmy! qualquer dia desses vou estar andando na rua e vou dar de cara com ele! daí vou com certeza acenar pra ele e dizer ‘hey, Bob! how’s goin’?’ já pensou?”. A resposta do Ursão foi uma cara de angu. Mas ela riu muito! E eu completei meu pensamento dizendo que moro na Califórnia há tantos anos e nunca vi ninguém famoso. Ela não acreditou. Como pode? Eu consertei, bem já vi uma vez aquele menino ator de Wonder Years, um hasbeen child actor. Ela completou, dizendo às gargalhadas que ele não entrava na lista de celebridades classe A!
Daí ela começou a enlistar os famosos que ela já tinha visto pela Califórnia – Danny Glover, Don Johnson….. Ha Ha Ha, foi a minha vez de gargalhar! Don Johnson eu passo. Muita gente famosa vive no Marin County. Eu sei que a Isabel Allende vive lá. Mas eu nunca vi ninguém. Daí veio a ‘bomba’, pois eu estava explicando os detalhes do concerto beneficiente para a Bridge School que Neil Young faz todo ano em Mountain View. É que o filho do Young, que tem paralisia cerebral, está nessa escola. Queremos ingressos para o show deste ano. Estava expressando a minha surpresa em saber que o Neil Young morava aqui no norte do estado, quando ela me interrompeu – “você não sabe? o Young mora perto de Pescadero, eu conheço o cara que é vizinho dele…..”. What???! Nós passamos por Pescadero, numa dessas nossas pequenas viagens de final de semana! Vamos ter que voltar lá!
burned out day
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Caramba, você já teve um dia onde TUDO dá errado na cozinha e você queima coisa, salga demais, esquece um ingrediente, derruba tudo no chão? Pra mim esse dia foi ontem. Tentei fazer uma sopa, minestrone, e fiz absolutamente TUDO errado. Primeiro queimei o feijão – que era precioso, da cesta orgânica. Consegui salvar um tanto, mas estraguei o resto no decorrer da receita. A sopa ficou com uma cara assustadora e eu joguei tudo no garbage disposer da pia! No final ficamos sem jantar e eu resolvi fazer um macarrão alho e óleo. Mas tinha acabado o azeite… usei um azeite aromatizado com limão, que é para temperar salada. E no final da complicada receita, eu quis florear adicionando fatias julienne de tomates secos e QUEIMEI os ditos. No final jantamos… juntando os tomates queimados no canto do prato. Toctoctoc, espero que as minhas trapalhadas na cozinha não persistam pelo final de semana.
new feature
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Meus leitores antigos sabem que eu TINHA o costume de responder todos os comentários deixados aqui em particular. Mas infelizmente meu tempo não me permite fazer mais essas gentilezas, que eu considero tão importante. Me dá desespero ver a quantidade de e-mails acumulando na minha mailbox, sem falar que além do blog eu tenho correspondência particular também. Então tomei a decisão inédita de tentar responder nos comentários do blog mesmo. Vamos ver se vou conseguir manter o ritmo. Estou decidida a me esforçar!
uma pequena grande mulher
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Eu não combino com nada pequeno. Tudo que eu uso tem sempre que ser grande. Bolsas, por exemplo. Lembro de carregar uma bolsa de nylon de viagem, daquelas made in china compradas no Paraguai, quando ia pra faculdade de psicologia nas antiguidades de mil novecentos e oitenta e um. Eu tinha dezenove anos, um metro e setenta e oito, cinqüenta quilos e uma timidez angustiante, que contrastava com o meu visual funkadélico. Eu levava na bolsa-mala, além dos livros, cadernos e mil e uma canetinhas, uma garrafa térmica cheia de ban chá que eu bebia no intervalo das aulas sentada no jardim interno do campus central da Puccamp. Muita gente achava aquilo o máximo: a bolsa, o chá, a minha cara de zen – que era pura pose, é claro!
Essa história é só pra ilustrar a minha fascinação por bolsas grandes. Sempre foi assim, quanto maior, melhor. Eu tinha que carregar o mundo nelas – livros, escova de dentes e fio dental, caixa de primeiros socorros, perfume, cinco cores de batom, dicionário, chaves, caderninhos, canetas, walkman, sementes de abóbora torradas, bon-bons, um par de meias, sanduiche, camiseta, agasalho, garrafa térmica com chá…
Às vezes eu saio um pouco da bolsa grande e vou pra bolsa média. Daí tenho que otimizar o espaço e não é fácil! Quando saio à noite, carrego uma bolsinha pequena, porque não tem nada a ver levar uma mala num bar, show ou festa. Mas normalmente estou carregando o mundo nos ombros.
Nesta semana comprei uma bolsinha. E não é bolsinha de sair… é uma bolsa pro dia-a-dia. Troquei de carteira, pois a minha não cabia lá. Tirei chaves do molho, eliminei a sacolinha de utensilhos de banheiro, tirei fora as moedas, saquei o caderninho, fiz uma limpa. Mesmo assim a bolsinha está estufada. Estou usando, porque inventei a história e agora vou até o fim. Mas aquela bolsinha parece que não combina comigo, sem falar que me dá a maior insegurança: vai que eu PRECISE de um pedaço de fio dental urgente? Ou de um creminho nas mãos? Ou de fazer uma anotação? Tô achando mesmo que esse visual de bolsinha não vai vingar…
um dia nublado
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Este é o período do ano em que eu mais checo o weather.com. Quero saber quanto tempo o calor ainda vai persistir. Nosso outono chega tarde. Não sei se isso é bom ou ruim. Só sei que outubro é o mês que eu digo ‘chega!’. Eu não reclamo mais do calor, perceberam? Já vi que existem lugares piores: mais quentes ou mais úmidos. Mas chega outubro e eu já fico com os comichões de socar todas as minhas roupas de verão no baú. Ainda mais agora que ando uma ás das agulhas de tricô e vou querer usar logo todos os cachecóis que ando inventando!
O problema do frio é enfrentar a piscina….. Mas eu não tenho nenhum motivo pra reclamar MESMO! Já vou parando por aqui, pra não dar pano pra manga nas ranhetices.