O Arroz do Carreteiro

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“Não tem mistério o feitio
dessa iguaria bagual:
É xarque – arroz – graxa – sal
É água pura em quantidade
Na panela cascorenta
Alho – cebola ou pimenta,
Isso é conforme a vontade.”
“Hoje te matam à míngua
Em palácio e restaurante,
Mas não há quem te suplante,
Nem que o mundo se derreta,
Se és feito em panela preta,
Servido em prato de lata
Bombeando a lua de prata
Sob a quincha da carreta!”
[* cantiga popular gaúcha, que ensina a receita do prato tradicional dos pampas – in Cozinha Brazileira (com recheio de história) – Ivan Alves Filho & Roberto Di Giovanni]

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mais uma lista

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The Hours
Adaptation
25th Hour
Rabbit-Proof Fence
Catch Me If You Can
Gangs of New York
The Pianist
Chicago.

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blogless

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Me digam, quem é que NÃO tem um blog???

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aparências

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Saber vender o seu próprio peixe é importante…. Quem não sabe fazer isso, precisava aprender.
Vira e mexe eu encontro ótimos vendedores do peixe pessoal. São geralmente pessoas que não têm muito de especial, mas que sabem usar as técnicas da auto-promoção como ninguém. No teatro que elas atuam, um empreguinho qualquer é inflacionado até a milhonésima categoria de importância. Tudo deles é fantástico. Atividades rotineiras viram tarefas espetaculares, conhecidos e amigos normais viram gente importantésimas, situações comuns se tornam os acontecimentos do século. E tudo isso é socado goela abaixo do ouvinte, sem a menor chance de questionamento, porque o bom vendedor do peixe pessoal não permite o diálogo, não dá chance para perguntas ou troca de idéias.
E tudo funciona por um tempo… Dá aquela impressão de que estamos lidando com alguém fodãozíssimo e perfeito! Impressiona. O segredo para o sucesso total dessa técnica é descobrir como fazer essa imagem permanecer… Porque as aparências enganam, mas não a todos e por todo o tempo.

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paisagem de hoje

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hard fog hard fog
hard fog hard fog
hard fog hard fog
[foggy Davis, às 11 da manhã deste sábado]
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hard fog

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São 11am e a névoa ainda está pesadíssima. A paisagem fica linda, mas fica muito difícil dirigir nas estradas. E o Ursão foi para a vinícola dos Mondavi, lá no Napa Valley, com um grupo de acadêmicos. Saiu super cedo, quando a neblina devia estar muito pior. Ai, preocupação…….
A rádio da UCdavis – KDVS está tocando um especial de três horas só com músicas do Dylan. Eu estou escutando, desde a hora que acordei! E dá pra ouvir online. Aproveitem, pois não é sempre que se consegue ter Dylan no rádio por tantas horas!!

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Thoreau fazendo pão

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Foi numa viagem que fiz muitos anos atrás, durante a minha adolescência, ao Rio de Janeiro. Eu estava num daqueles Cometões noturnos saindo de Campinas às onze horas da noite e levava comigo o livro Walden de Henry Thoreau . Dentro do ônibus, enquanto todo mundo dormia, eu lia. Nunca consegui dormir em viagens. Sempre sofria de enjôos, ansiedade, tédio. E durante essa viagem eu li uma passagem no livro do Thoreau que me serviu como uma pequena epifânia. Era uma cena onde ele fazia pão. Nunca me esqueci daquilo e até hoje visualizo o homem numa pequena cabana na clareira, durante o inverno, assando pães. O livro que eu carreguei comigo naquela viagem já não sei onde está. Mas eu tenho uma coleção de três volumes do Thoreau em inglês, que incluí Walden e apesar de não ter mais disposição para reler o livro, estou procurando frenéticamente por essa passagem, usando minha técnica pessoal de leitura ultra-rápida, scaneando as páginas com os olhos e olhando as palavras como se pulasse de quatro em quatro degraus de uma longa escada. Quando eu achar, já sabem…
[* – o Gilberto , que é mais rápido e eficiente do que a minha leitura ultra-dinâmica, achou a passagem do Thoreau descrevendo suas aventuras na cozinha e assando pão. O texto está AQUI. deleitem-se! ]

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gtohdsaauitreqenkif!!!!!!

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Que uótimooo……… resolvi dar uma arrumadinha na minha lista de links e não consigo acessar meu index no Movable Type. Estou tentando faz uns trinta minutos. Já estou com uma raiva de moderada passando pra alta….
Eu fico puta da cara quando essas coisas não funcionam.
Ontem a Naluh trouxe o Momar aqui. Ele abriu o seu laptop na mesa da cozinha para nos mostrar uma pá de coisas. E quem disse que ele conseguiu conectar no wireless? O Gabriel deve ter ‘trancado’ a conexão – claro, senão qualquer um pode estacionar o carro na frente da casa e ficar navegando na internet, usando um laptop e a nossa conexão. Mas eu nem me toquei disso e paguei o maior mico.
Fiquei TRÊS dias [sem brincadeira] tentando fechar a comprinha mensal que eu faço pra minha tia no Pão de Açúcar. Depois que eu preenchia todos os dados, nas não-sei-quantas páginas, dava um erro. Aquilo foi me estressando. Contactei o suporte técnico, que é sempre a minha última alternativa, pois eu já estou cansada de saber que eles não resolvem nada e não sabem de nada. Tive uma conversa absurda de quase uma hora com uma pessoa, no chat do site. Eu fui ficando tão enervada, que já estava praticamente gritando pra tela do computador e querendo escrever coisas impublicáveis. É difícil explicar o non sense. A pessoa me dava instruções que ela provavelmente lia de um manual e que não se aplicava pro meu caso. Um troço enlouquecedor. Não tá certo estressar assim pra fazer uma mera comprinha. E pior é que nem tem outro supermercado brasileiro online, tem? Se tiver eu troco na hora.
[* este texto foi escrito às 9am e publicado – finalmente – às 2:30pm…. no meio tempo, muito estresse, mau humor e um telefonema internacional desperdiçado pra ouvir que tudo estava funcionando bem….. agora, com uma dor irritante no ossinho do pescoço me enervando só quero dizer what the fuck is goin’on here??!! …. uF!]

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experiências

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Por acaso eu peguei o jornalzinho do Experimental College da UCDavis e dei uma olhada geral nas classes. Eu já fiz classes de yoga com eles uns anos atrás. Normalmente eles tem essas classes mais esotéricas, que não tem muito a ver comogo. São eles que organizam o Whole Earth Festival [a festa hippie da Universidade da Califórnia]. Só pra se ter uma idéia do que esperar por lá. Então fiquei muito surpresa quando vi anunciada uma classe de Punk Rock Appreciation. Além da inovação, a classe era grátis!!! Corri lá e me inscrevi. A classe começa no dia 24 de janeiro, toda sexta-feira por duas horas, até final de março. Um quarter para aprender a apreciar a música punk. Moleza!

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fanático

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Eu li isso no forum de discussão do site www.bobdylan.com:
……
Re: The real bd fans and why?
Posted: Dec 17, 2002 9:14 AM
by Ray Byrne (638 Posts, Registered: Feb, 2002)
From: another world where life and death are memorized
A fan will have the “Essential Bob Dylan” album and go see him once in concert in their lives.
The real fan will have over 90% of all albums and go see Bob every time his tour comes within a practical distance of where they live and have a few bootlegs. And whose 100% attention is immediatly drawn whenever they hear unexpectantly Bob’s name been mentioned on the radio or TV regardless of what they are doing at the time.
Then there is the freak fan whose actually tries to be Bob Dylan, who will try to imitate his image (hair/clothes etc), will have all albums and every bootleg under the sun, will kick the crap out of someone who even hints anything bad about Bob, will give no time whatsoever to any other musican/artist, will have his car and house decorated with pictures of Bob or Bob related stuff, will call all the children some name mentioned in a Dylan song, will follow the Bob tour and see every show even if paying for all the tickets means he/she and family go hungry due to lack of money and who prays to Bob every night.
……..
Achei muito engraçado e imediatamente comecei a refletir sobre que tipo de fã eu sou, em qual categoria eu me encaixo. Eu sou certamente uma real fan, pois tenho 90% dos albums do Dylan, vou a todos os shows que não envolvam viajar mais de cem quilómetros, e fico de orelha em pé toda vez que vejo ou ouço o meu ídolo em tv, rádio, jornal ou revista. Compro uma revista só porque tem uma foto legal. Coisas assim….
Mas eu tenho um pézinho no freak fan. É vergonhoso admitir certas coisas, mas eu exagero em certos pontos. Por exemplo, eu acho que meu marido é a cara do Dylan [apesar dos protestos dele e da cara de riso de todas as pessoas pra quem eu falo isso]; brigo e defendo a reputação de mito e Deus do meu ídolo; tive por muitos anos [dez, pra ser mais precisa] um poster do Dylan na sala da minha casa, que sempre gerava comentários do tipo: ‘seu marido não se importa com o seu fanatismo?’; vivo repetindo frases das letras das músicas do Dylan e canto alto toda vez que ouço [e estou sozinha…]; admiti em público que sou uma mulher realizada pois hoje entendo as poesias do Dylan; quero saber tudo sobre a vida dele, mas não compro biografias não autorizadas, que possam por acaso dizer mentiras e sujar a reputação imaculada do meu ídolo.
Bom, tem mais coisas que eu penso e faço, mas não vou me colocar na posição ridícula de reconhecê-las em público… hahaha! Mas que tratando-se do senhor Bob Dylan eu sou uma fanática, isso já ficou bem claro, né?!

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o passado não condena