mas é in-crí-vel

*

fer-gatofolga.jpg
eles passam todos blasés na nossa frente, colocando a bunda na nossa cara e a gente ainda fica rindo que nem bobo, assim.

  • Share on:

os gatos já nasceram livres

*

mistyzitoMeu gato velhinho, o Misty, teve um revertério provavelmente estomacal. Começou a vomitar, vomitar e ficou muitíssimo cabisbaixo, parou de ronronar e recusou comida. Para um gato que VIVE em função de comer, recusar comida foi o sinal mais claro de que a situação era grave. Chamamos a veterinária que atende em casa, mas depois de conversar com o Uriel ela sugeriu que apenas ficássemos monitorando. Eu chorei muito, pois o Misty tem uns 16 anos e isso em idade de gatos significa ser muito velho. Sei que por isso ele pode ter qualquer coisa e morrer muito rápido. Os sinais de senilidade já se mostraram há tempos, com perda de músculo e peso, fragilidade, surdez e hipertensão. Ele também bebe muita água, o tempo todo, o que significa que os rins não devem estar funcionando mais cem por cento. Tenho o coração nas mãos com o Misty e nessa noite de tensão lembrei de como a história deste gato está bem demarcada nos meus blogs. E este blog começou com relatos sobre ele, de como perdi uma gata e depois reencontrei um gato. Foi tragicômico.

Esta é a primeira vez que estou observando um animal envelhecer. Todos os outros bichos que tive antes morreram cedo, atropelados, envenenados, sequestrados ou se perderam. Nunca tinha visto a velhice num animal de estimação e vou dizer, não é um cenário bonito. Pior é a expectativa de que o pior pode acontecer a qualquer minuto. Desta o Misty se safou e eu agradeço aos céus. Agora é me preparar pra próxima.
O meu outro gato, o bate-pino Roux, adotei pra fazer companhia pro Misty e queria que fosse um gato encalhado, um rejeitado que ninguém quisesse. Encontrei ele, que é o meu Prozac natural, a única criatura que consegue me fazer sorrir às seis da matina e me deixa feliz só de olhar pra ele. Nunca pensei em comprar um animal. Meus animais de estimação sempre foram adotados— os enjeitados, abandonados, que me seguiam ou eram despejados e acabavam ficando comigo. Como foi o Misty e o Roux. Gastar milhares de patacas para comprar um bicho criado para ser vendido e dar lucro pro criador é, na minha opinião, um grande pecado. Com esse dinheiro poderia-se adotar um ou dois e ajudar mais outros mil. Mil vira-latas sinceros, mil causadores de sorrisos espontâneos, mil Prozacs naturais.

  • Share on:

Amigo, mantenha-se sempre visível

*

Com o final do ano se aprochegando, começam a pipocar aquelas famosas brincadeiras de amigo invisível ou secreto ou oculto. Pra mim esse troço de sortear alguém para te dar um presente secreto é sinônimo de furada. Nunca—e quando digo nunca, é NUNCA mesmo—participei de uma dessas brincadeiras onde eu não tenha acabado com uma cara de tacho e com muita raiva. Sempre ganhei presente lixo. E olha que participei dessa lorota muitas vezes em diversas fases da minha vida e com diferentes grupos. Nunca dei sorte. Então concluí que aquilo não era pra mim e decidi cascar fora forevis. Infelizmente, ainda tive uma última péssima experiencia. Numa evidente recaída fui convencida a participar mais uma vez e entrei de gaiata, recebendo finalmente a lição que precisava e merecia. Pois errar uma vez é humano, duas vezes é até perdoável, mas mais do que isso é assinar o atestado de burrice. E eu assinei. Preparei uma caixa com material de pintura e outras mil coisas legais, pensando na alegria da amiga ao receber o presente e enviei pelo correio, Califórnia—Brasil. Recebi o meu presente por e-mail. Um POEMA feito com as letras do meu nome. Nem preciso dizer que chorei, né? De raiva. E aprendi a lição que a vida me ensinou. Hoje fujo correndo desse negócio. Amigo, se quiser me presentear, fique a vontade. Mas não quero nem espero nenhuma surpresa. E pra quem vier com o argumento que o que vale a intenção, que não é pelo presente material, que o legal é a brincadeira, só tenho uma coisa pra dizer: não sei o que é pior, ser hipócrita ou ser otário.

  • Share on:

diga-me com quem se pareces

*

Estou sempre encontrando parecência entre as pessoas que vejo por aí, as que conheço e os famosos. Mas eu mesma não me acho parecida com ninguém, além da minha mãe. Olho no espelho e quando não consigo me reconhecer no reflexo, percebo o quanto estou ficando parecida com ela. Isso acontece também nas fotos. Só que a minha mãe é fotogênica e nunca sai com a boca torta, os olhos piscando ou fazendo nenhum tipo de careta.
Como eu vejo parecência nos outros, eles também vêm parecências em mim. Já ouvi de tudo, até comparações que não gostei ou não percebi a relação. Na minha lista de pessoas com quem já me acharam parecidas não incluí nenhum nórdico. Nunca ninguém me achou parecida com a Bridget Nielsen. Mas na minha lista está o John Travolta quando ele foi o menino dentro da bolha e eu era uma menina fora da bolha. Também estão a atriz francesa Fanny Ardant, a atriz italiana Anna Magnani, a cozinheira celebridade Nigella Lawson, a repórter intrépida Christiane Amanpour, a mãe do menino do filme Cinema Paradiso, além das simples mortais, como a prima do Salim turco, a irmã do Aziz tunisiano, a vizinha da Maheen iraniana, muitas italianas e até uma peruana.

  • Share on:

[nove]

*

Gosto de marcar esta data, pois ela mudou muita coisa pra mim. Mudou principalmente a maneira com que passei a me comunicar, contar histórias, me expressar. Logo que encontrei a ferramenta do Blogger, cliquei aqui, cliquei ali e olha só—comecei escrevendo sobre o Steve MacQueen. No inicio não sabia muito bem como fazer, mas logo fui achando outros blogs e outros blogs foram me achando, Não éramos muitos naquele tempo, talvez uns 15, no máximo 20. Escrevendo fora do Brasil era eu, a Graziela e o Cris Dias. No Brasil estavam a Inêz, a Mariana Newlands, a Zel, o Zamorim, o Jean Boechat, o Nemo Nox e a Pink Dress que já contava com participações especiais da Dadivosa. Depois foram surgindo outros muitos, que ainda estão ativos, como eu.
O sistema de auto-publicação dos blogs foi pra mim o achado do novo século, literalmente. Nunca me senti tão a vontade para escrever meus pensamentos, me expressar sem me preocupar se estava ou não incomodando alguém. Porque no blog o espaço é somente seu. Te visita quem quer e quem gosta. Para mim os blogs viraram sinônimo de absoluta liberdade, que ainda permite uma completa customização. Essa foi a primeira cara do meu primeiro blog, que evoluiu e se transformou, saiu do blogger, testou um publicador inovador e migrou definitivamente para onde estou até hoje.
Gosto de marcar esta data, porque foi a partir daquele 22 de outubro que me transformei numa escrevinhadora diária. Meus blogs estão no meu testamento, com a instrução de que eles continuem disponíveis, mesmo quando eu não puder mais atualizá-los. Nunca escrevi um livro impresso em papel, mas tenho certeza que o que tenho online já basta para marcar definitivamente minha presença neste planeta.

  • Share on:

apenas alguns números

*

>> hoje, estou muito mais velha do que a minha avó materna, que morreu aos vinte e nove anos.
>> hoje, estou mais velha do que a minha avó paterna, que morreu aos quarenta e dois anos.
>> hoje, ainda sou muito mais nova do que a minha mãe era, quando eu tinha a idade que o meu filho tem hoje.
>> hoje, meu filho é mais velho do que eu era quando ele nasceu.
>> hoje, continuo apenas um ano mais velha que o meu marido
>> hoje, calculei que já vivi muito mais que a metade da minha vida com ele.
>> hoje, me sinto muito mais nova do que realmente sou.
>> hoje, olho no espelho e me vejo com a idade que realmente tenho.
>> hoje, a maturidade me permite compreender que anos são apenas números, nada mais.

  • Share on:

o gato sonso

*

roux_floro_1S.jpg
roux-sofa-nao_1S.jpg
roux-sofa-nao_2S.jpg
Ele fica nos lugares que não deveria ficar com essa cara de sonso. como se nada estivesse errado. Mas ele sabe, ele sabe. Esse Roux!

  • Share on:

o passado não condena