o meu voto

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Ontem foi dia de eleição aqui no condado de Yolo, onde fica Davis. Eu saí do trabalho e fui votar. Ajudei a eleger três vereadores, juiz e um outro cargo que não sei como traduzir, além de duas propostas de lei que estavam na lista. É muito fácil votar aqui, você chega, dá seu nome, assina, pega o seu papelete—o meu é para democrata, vota, pega um selinho dizendo eu votei! e tchau. Como o voto aqui é facultativo, quem vota realmente faz uma diferença. Um dos fiscais do local de votação me disse obrigado por votar, porque essa é uma atividade cívica que se faz porque se quer fazer. Eu me sinto muito feliz por poder participar do processo político na cidade, no estado e no pais onde vivo.
Ontem eu mudei de canal na tevê para poder ouvir o discurso do candidato democrata à Presidência dos EUA, Barack Obama. Eu não sou uma pessoa envolvida com política, mas o meu voto já era dele mesmo antes de eu poder votar neste país. Estou realmente entusiasmada com as eleições de novembro. Poder participar desse processo todo é incrível. Porque meu voto vai ajudar a eleger o próximo presidente desta nação, que é onde está o meu futuro e eu desejo que ele seja o melhor!

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também aqui

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Roux & o maço de manjericão

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high pitch

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Eu trabalho com duas pessoas com vozes altíssimas. Quando eles vem falar comigo, que felizmente não é um acontecimento frequente, minhas respostas e comentários desaparecem no meio da gritaria involuntária. Todo mundo escuta o que eles têm pra me dizer,o que muitas vezes não é assunto que interessa à todos. Eu nunca tinha convivido com gente de voz tão alta antes. Sou casada com o homem com a voz mais suave do planeta. E eu tenho uma voz razoavelmente baixa. Eu e o Uriel conversando não levantamos suspeitas, ninguém nem nota. Quando ele me telefona eu preciso pedir pra ele falar mais alto. E em restaurantes, ele sempre recebe coisas que não pediu ou não recebe o que pediu, porque ele fala realmente baixo e pra dentro, além de ser um pouquinho confuso nesses casos de escolher o que pedir em restaurante, tvamos admitir.
Numa das minhas caminhadas pelo campus passei por uma duplinha conversando numa esquina. Ela magrinha, ruivinha, bem bonitinha, parecendo que saiu de um episódio dos Waltons. Ele alto a bem moreno, com um chapéu enorme mal ajambrado numa cabeça maior ainda. A risada abafada dele ao fundo era o único indício de que ele participava do diálogo, que estava totalmente dominado pela voz ardida da ruivinha. Que voz alta! E ela falava como uma metralhadora giratória.
Se eu tivesse que conviver com uma voz alta e estar sempre exposta à uma matraca sopraníssimo, não sei como iria ser.

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Aquele canto ali

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Tem um canto do meu quintal que eu sonho em transformar no melhor e mais aconchegante lugar para sentar e ler um livro, beber um chá ou uma limonada. Ele fica exatamente ao lado da cerca que divide a minha casa com a dos meus vizinhos com duas crianças, um cachorro e um gato. Ali também fica uma árvore ancestral, que não pôde ser derrubada quando construiram as casas, então ela ficou, com uma cerca enroscada em volta. Uma excelente fonte de sombra, embora ela seja daquelas árvores imensas que perdem TODAS as pequenas folhinhas no outono e faz uma sujeirada do outro mundo. Mas tirando isso, ali debaixo da árvore e acompanhando a cerca está o melhor lugar do quintal. O único problema é que agora aquela área está um lixo—literalmente, com tijolos de concreto empilhados, abandonados pelo outro dono da casa, várias latas de lixo que a prefeitura não aceita mais, capa da churrasqueira, outras duas churrasqueiras pernetas resgatadas de não sei onde, mais uma pilha de entulho verde, que eu acumulo das podas e limpezas de mato e que precisam ser colocados na sarjeta toda quinta-feira, mas nunca são, então ficam lá, uma pilha crescente e apodrescente. Além do fato que a árvore impede o crescimento de grama, e eu queria estender o caminho de tijolinhos até lá. E podar o matagal. Tudo isso, apenas no meu pensamento, sem botar nada na prática, sem o apoio do cara-metade, sem mexer uma palha. Fico olhando fotos de quintais lindos para serem aproveitados durante o verão nas revistas. E enquanto isso tem lá o meu cantinho, praticamente jogado às moscas. Ou melhor, deixado para o filhote de coelho e o esquilo que agora moram no meu quintal.

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A Rosa Fernanda

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Na esfera dos falantes da língua portuguesa minha sina é ficar respondendo——não, infelizmente não sou parente do escritor. E no meio dos faladores de inglês, meu destino é explicar o tempo todo que Rosa é o meu sobrenome. E que meu nome é Fernanda——Éf Ih Are En Ei En Di Ei.

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palavras para ocupar espaço

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Doze graus celsius, nublado com possíbilidade de chuva. Acordei muito cedo, com dor de cabeça, de um sonho onde todas as roupas que precisavam ir pra mala estavam ainda sujas em sacos plásticos.
Adoro as manhãs de sábado, quando posso ficar sentada por horas e horas, sozinha, na cozinha, escrevendo, lendo, planejando o dia. Essa é a melhor parte de ter uma rotina severa de um emprego 8 to 5. Chega final de semana, é uma delícia!
Mas este promete ser frio e molhado. Como se o final de semana passado não tivesse existido, com um bafão absurdo proporcionado por temperaturas de quarenta graus celsius. Algo está muito errado!
O gato mia e eu não sei o que é. Ele deve estar querendo água fresca, na pia. Tem que ser na pia. Esses bichos são exigentes.
Café com leite, pizzelles de anis, suco de laranja com oitocentas miligramas de ibuprofen. Vamos lá cabeção, fica bom logo, pra eu poder aproveitar meu precioso sábado!

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aqui fala-se inglês

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Caio por acaso no website de alguém e pela quantidade de frases em inglês misturadas ao português que leio ali, deduzo que o escrevinhante seja um brasileiro imigrante num país de língua inglesa. Que nada. O tal reside numa cidadezinha qualquer no interior de algum estado brasileiro. No twitter observo o mesmo fenôneno. Pessoas moradoras de terras tupiniquins escrevendo como se estivessem num gueto em L.A. ou no Bronx. O Brasil se anglizou assim sem mais nem menos ou é tudo culpa dos canais a cabo, das escolinhas de inglês e da internet?

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o passado não condena