escrevinha, escrevinha, nega

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Teve um tempo em que eu sentava em frente ao meu desktop toda manhã e escrevia alguma coisa, qualquer coisa. Hoje, tanta coisa mudou. Primeiro que meu desktop anda um pouco empoeirado, pois minhas escrevinhações se mudaram para um pequeno laptop que fica na cozinha. Tudo mudou-se para a cozinha, até os gatos passam mais tempo na cozinha do que eu outro lugar da casa.
O que não mudou foi minhas ganas de escrever. Dei uma girada nos assuntos e não tenho há tempos aquela rotina de escrever sempre na mesma hora. A produção agora é espaçada, mas é abundante. Escrevo quando tenho inspiração e pros assuntos de cozinha eu ando parecendo uma fonte. A vida é muito interessante. Tudo tem seu tempo, seu propósito. E por isso escrevo. Sempre.

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life is very short, and there’s no time for fussing and fighting, my friends

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Do fundo do meu coração—muito obrigada à todos que deixaram recados aqui ou pelo dia de ontem! Não vou conseguir achar as palavras certas pra descrever a alegria e o conforto que cada palavra escrita me proporcionou. Sempre quis fazer um texto especial agradecendo à todas as pessoas que vêem aqui, as que comentam, as que não comentam, mas que fazem meus textos e minhas fotos terem importância. Cada comentário recebido ontem chegava como uma gota de mel pra adoçar o dia amargo, nublado, triste. Felizmente fizemos uma comemoração no domingo, pois o dia primeiro de outubro não foi nem um pouco comemorativo. Minha sogra morreu no dia do meu aniversário. Passei o dia chateada e estressada, falando com pessoas da família e com o meu marido, que estava no sul da Califórnia. Ele está indo para Campinas hoje. A vida é curta meus amigos. Vamos aproveitá-la bem.

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acabou o nosso sossego

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O ano letivo no campus Davis da Universidade da Califórnia começou hoje. Desde o inicio da semana que a vida na cidade mudou. Pra mim, que gosto de paz e tranquilidade, mudou pra pior. A cidade e o campus se enchem de gente. As figuras mais notáveis são os novatos, zanzando literalmente à pé ou de bicicleta, com um mapa na mão, fazendo perguntas e carregando saquinhos da bookstore, a lojinha da universidade que vende muito mais do que livros. Eu logo vejo quem é novato também pelas burrices que eles fazem com a bicicleta, pedalando na contra-mão, entrando no circulo pelo lado errado, prontos para causar um acidente. E a turma de sempre retorna à ativa, bicicletando e falando no celular, ou atravessando a rua sem olhar porque está falando no celular. Falar no celular é imprescindível—ou você está falando no celular ou está ensurdecido pelos pequenos fones dos Ipods e Mp3 players que abundam. Eu já fico preparada pra pedalar no meio da horda, quase ser atropelada, quase atropelar, e praticar meu vocabulário de xingamentos. Vamos enfrentar dificuldade pra atravessar a rua nas horas de troca de classes, filas em absolutamente todos os lugares, restaurantes cheios, música alta nas fraternidades, centenas de meninas de cabelão, mini-saia e flip-flops cantando e batendo palmas juntas nos jardins das sororities, carros causando congestionamento na esquina da minha casa, trezentas mil garotas usando a mesma blusinha que está em liquidação na loja da GAP, todas as mesas dos cafés da cidade ocupadas com estudantes e seus laptops, amigos professores e alunos desaparecidos nas trevas das catacumbas acadêmicas. O ano letivo começou. o segredo da preservação da sanidade agora se resume em timing. Corra para chegar primeiro ou enrole para chegar por último. E se quiser realmente sossego, mude-se para a cidade vizinha.

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fashion emergency

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Daqui a pouco começam a chegar os novos estudantes que vão iniciar o ano letivo no campus Davis da Universidade da Califórnia em meados de outubro. Presume-se que a maioria dos novatos investiu num enxoval de roupetas novas e bacanas. Garotos e garotas vindos de todos os cantos do país, num desfile de shorts, bermudas, mini-saias, vestidinhos e blusinhas leves, chinelos e sandalias, Felicidade é poder estudar nesse lugar onde supostamente nunca chove e está sempre ensolarado. Recurso para iluminar esse equivoco coletivo: uma distribuição extensa de catálogos de outono do Urban Outfitters.

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aí é assim também?

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Cada relógio marca uma hora diferente e garanto que tem relógio demais espalhado pela casa. Por causa deles e da confusão mental que eles me provocam, estou irremediavelmente sempre atrasada ou adiantada. E não resolve tentar acertar um por um com um cronômetro, porque eles simplesmente não se coordenam, não se bicam. O jeito é escolher apenas um ou se adaptar à uma lastimosa dessincronia eterna.

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o passado não condena