o próximo filme

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No ano passado tive um torcicolo no Natal porque fiquei tensa matusquelando se meus presentes, quase todos handmade, iriam agradar, vejam só que boba. Hoje me contorci de dores e logo pensei ih, outra vez. Sou assim mesmo, sempre querendo agradar mais do que é possível. Quando paro pra pensar, percebo a realidade bruta que me mostra tipo tapa na cara que o outro lado não está muito preocupado. Devo ter mesmo um gene recessivo, o gene que me marcou na testa como gado marcado no lombo – boba – be-ó-be-á.
Relaxei.
Estou vendo o final de um filme que já vi mil vezes. Uma história improvável com Harry Fonda e Lucille Ball e totalmente impossível na refilmagem, com Denis Quaid e Rene Russo – Yours, Mine, Ours. Quero mesmo ver o próximo filme, The Little Shop Around The Corner. Um filme fofo, bom pra se ver nessa época massacrante, causadora de torcicolos. Mesmo eu me irritando com a voz do James Stewart, o filme é imperdível.
Coloquei o pé no chão e senti uma patinha se enroscando na minha meia. Esse gatonildinho! Ele está embaixo da minha cama. Primeiro lugar favorito dele nesta casa. Com esse frio, até o Misty achou um lugarzinho mais quentinho. Se enfiou embaixo da mesa do computador e quando fui ler e-mails, esticava a perna e batia num pom-pom gigante ronronando [e roncando]. Ele me deu duas patadas, como quem diz, não me enche, não vê que estou aqui? Humanos são um disturbio mesmo.
Estou me acostumando com um novo teclado, uma nova tela, um novio formato. Portátil, mons amis….

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coisas estúpidas que eu às vezes faço

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esquecer de mudar o botão de macro para paisagem na digital e acabar tirando um montão de fotos embaçadas. sair de cabelo molhado no frio. esquecer o forno ligado. perceber depois de meses que não respondeu aquele e-mail. dar ouvido à matildes. mudar quantidade dos ingredientes nas receitas. pegar a estrada sem antes olhar o ponteiro do tanque de gasolina. deixar meus escassos e parcos comentários justo num blog panelinha. achar que vou conseguir fazer em casa uma camiseta bordada igualzinha a que vi na loja. esquecer de virar a página da agenda e perder um compromisso. escrever no blog listas de coisas estúpidas que eu às vezes faço.

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aguaceiro

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Ainda chove sem parar. Enfrentamos frio e chuva em San Francisco. Claro que esquecemos de levar nosso guarda-chuva e assim que estacionamos o carro tivemos que comprar um. Passear na cidade com chuva não é tão legal, mas fomos em frente. Temos o nosso caminho da roça, paramos pra comer em North Beach e depois fazemos outras coisas a partir dali. Ontem atravessamos Chinatown à pé, na muvuca com chuva e trocentos mil guarda-chuvas, quase todos abaixo da minha cabeça, dos quais eu tinha que desviar o tempo todo. O Uriel quis ir fazer comprinhas na Union Square, que é o centro comercial turistico da cidade. Uma semana antes do Natal aquilo parecia um formigueiro. E com chuva. Mais trocentos mil guarda-chuvas para se desviar. Nos molhamos, porque a chuva vinha de todos os lados, ora fininha, ora grossona. Apesar desse estorvo, passear na cidade nunca é completamente chato.

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day off

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Inventei de ver uma série que eu acho muito estranha e que não entendo muito bem a trama – Nip & Tuck. Os protagonistas são dois cirurgiões plásticos. Nunca assisti à nenhum episódio inteiro. Ontem vi o final de um, que termina com o Bruno Campos saindo por cima da situação e comecei a ver outro, onde a Vanessa Redgrave briga com a filha, que manda ela pegar um avião e voltar mais cedo pra casa e o avião caí em cima de uma área residencial. Fiquei vendo até o ponto de ficar realmente perturbada e mudei de canal. Não dá….
Estou virando uma alienada por falta total de estômago para enfrentar as notícias do dia.
Acho que herdamos uma árvore de Natal. Ela está na garagem, ainda não fui ver.
Vamos à San Francisco num precioso day off estipulado pelo meu marido. Pena que está um tempo horrível, bem frio, nublado com previsão de chuvas.

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a palavra é organização

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Seremos onze pessoas para o Natal aqui em casa. Eu fico um pouco estressada pensando nos preparativos, decidir o menu, fazer compras e pensar em absolutamente tudo. E não é só cozinhar, é limpar, organizar e preparar para receber meus hóspedes e convidados com primor. A luz amarela já está piscando, é hora de começar a esboçar um plano, pensar numa estratégia de ação, organizar tudo em lista. Já tenho alguns ítens do menu decididos, os presentes todos comprados, então, deck the hall with boughs of holly, fa la la la la la, la la la la…..

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ha ha ha!

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Estou numa outra parte da casa e ouço a risada dele na sala de tevê. Dou uma bicada pra ver do que ele está rindo e vejo ele vendo um episódio de King of Queens, que eu detesto. Mas começo a rir também. Sempre foi assim, a risada dele me contagia. Agora não temos quase tempo, ele está sempre ocupado, mas gostávamos de passar as tardes de domingo deitados na cama, falando besteira e morrendo de rir. Quando comecei a namorá-lo – porque eu não sabia mas já era a namorada, descobri que ele se contorcia todo rindo se eu fizesse cósquinha nele. Então eu vivia pegando ele de surpresa, só pra ouvir a risada e rir junto. Ele é um homem dos números e das máquinas, um cientista. Mas tem um senso de humor incrível e é autor das tiradas mais engraçadas, ditas nas horas mais inusitadas, sempre pegando todo mundo de surpresa. Ele diz coisas que eu não posso contar pra ninguém e que me fazem chorar de rir dentro do chuveiro. Faz coisas engraçadas também. Se eu tivesse que destacar apenas uma qualidade que eu mais gosto nele, seria difícil, mas com certeza eu iria dizer que é o fato dele ser engraçado e de me fazer rir o tempo todo. Mesmo que seja só por contágio, sem ele ter feito um dos seus comentários perspicazes caracteristicos, nem uma daquelas caras cômicas ou qualquer coisa pastelônica e divertida, como comer polenguinho sabor alho com goiabada, eu adoro rir com ele. ADORO!

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Absolute Ensemble: Arabian Nights

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Já passava mais de uma hora do horário previsto para o término do show e os músicos sorridentes, liderados pelo jovem maestro, tocavam animadamente como se não houvesse um amanhã. Eu já estava me contorcendo na cadeira e fazendo comentários pra mim mesma – chega, that’s enough, peloamordedeus eu quero ir pra casa! A platéia começou a se retirar lentamente e eu sentia dores nas pernas, na bunda e um tédio monstro que me fazia bocejar a cada vinte segundos.
Música clássica encontra o jazz, a improvisação e a música tradicional árabe. Até parece interessante, não? Seria, se todas as músicas não tivessem o mesmo ritmo hipnótico e monótono, e se o show não tivesse sido tão longo. O maestro Kristjan Järvi é jovem e entusiasmado, dança enquanto rege e fala coisas engraçadinhas ao microfone para explicar cada número. Mas exagerou até nos minutos finais, quando apresentou músico por músico da orquestra, enquanto cada um fazia um pequeno solo. Já pensaram quanto tempo levou para a orquestra inteira fazer solinhos individuais? Quando Järvi finalmente fez o movimento final e se virou para os aplausos do público, houve uma debanda em massa. Mas ele ainda fez um encore!! Aaah, ninguém pediu, mas ele fez!

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thank you for your order

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Neste ano ninguém tasca! Nada comprado de última hora, na super liquida ou no bazar do jesuiscristo vai ter chance, pois vou ganhar o melhor presente, de mim mesma e do Ursão. Ah, mal posso esperar….
Meus olhos captavam o vermelho. Uma coisa tão impressionante, que pensei estar tendo alguma espécie de premonição macabra. E tomei mais vermelho, assistindo à um filme tétrico sobre Francis Bacon, o pintor inglês.
Agenda nova para o ano novo. Primeiro compromisso anotado nela: dentista. Isso parece uma praga maldita rogada pela fada madrinha má.
Meu marido achava que o Ricky Martin imitava o Sidney Magal e eu afirmo que o novo talk show do Isaac Mizrahi é todo chupado do antigo programa do Clodivil. Tá boa, santa?

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o passado não condena