pedalando

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Estou muito pessimista com relação ao futuro deste planeta. Mas como não faz o meu estilo ficar só comentando ou chutando latas e não fazer nada, eu me concentro em solidificar pequenos hábitos, como reciclar, consumir alimentos orgânicos e locais, não desperdiçar água e energia, eteceterá. Uma coisa porém me incomoda: moro numa cidade pequena e faço coisas demais, cobrindo distâncias pequenas demais, com o carro. Mas com a bicicleta estou tentando mudar essa situação. Quando dá, estou tentando substituir a direção pelo guidão.
Tenho ido trabalhar todos os dias de bike. No campus não se tem muita escolha, é bicicleta ou caminhada. Mas de casa ou do trabalho pra piscina ou de casa pra a I-House não tem mais história – agora é na pedalada. Hoje enfrentei chuva de chapéu e rain coat, e entendi a necessidade de um pára-lama traseiro, pois fiquei com a barra do casaco toda espirrada de terra molhada. Outro acessório para a lista! E ontem usei a luz pela primeira vez indo ao Mondavi de bicicleta. Eu moro a quinze minutos à pé do teatro, mas com a bike eu faço em cinco. Agora que já não está mais calor, chego intacta, nem um pouco suada ou descabelada. Vou chique, de calça e sapato social, camisa branca e casaco de veludo, pedalando informalmente a minha magrela. Just lovely!

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um, dois, três…

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O Caio me contou que a Rosa Parks morreu. Li com atraso, no final de setembro, sobre a morte do RL Burnside, o bluesman punk. É sempre triste quando alguém querido e talentoso morre, mas nunca fiquei tão chateada com a morte de uma celebridade ou artista, como quando li sobre a Nina Simone…..
Agenda social da semana lotada até sábado. Num almoço dos docentes da I-House no inicio do verão, fui conversar com uma senhorazinha de uns quase oitenta anos que é uma fofa e ainda se chama Pearl. Acho que iniciamos um papo sobre os eventos dos teatros da cidade e eu mencionei algum show legal no Mondavi, quando ela abriu a agenda para checar se iria ou não. Fiquei de queixo caído, pois nunca tinha visto uma agenda tão cheia de compromissos.
Fui comprar carne e vinho e voltei com o dvd do filme do Martin Scorsese No Direction Home. Certas coisas são imprescindíveis nesta vida!
Eu tenho o prazer do cozinheiro olhando as pessoas comerem com entusiasmo e gula. Se alguém não está comendo o que eu preparei vou logo perguntando, tem algo errado? Mas também sempre acho que está faltando sal, ou está muito salgado, ou passei do ponto. Já cometi gafes imperdoáveis, como esquecer de colocar o azeite no tempero da salada e deixar meu convidado com a boca toda marrenta.
Quando eu decido, tá decidido – i ain’t gonna work on maggie’s farm no more.

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ainda de roupão

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Mudei o local dos potinhos de comida dos gatos. O Roux é muito sem modos, tira a comida mole do pote, põe em cima do tapete e só então devora tudo com a boca aberta, fazendo splashnack, splashnack, splashnack… Não sei como o Misty, que é um lorde, agüenta dividir a mesa com esse brucutucat. Então agora a mesa felina fica na laundry, quase ao lado do dábliúcê deles. Sinto muito, mas era o único lugar disponível. Eles ainda não se acostumaram e todo dia pela manhã correm juntos, derrapando, para o lugar antigo, que ficava num cantinho da cozinha. Nós damos risada!
Levei minha câmera para a festa com as duas baterias arriadas e um par de extras também arriadas. Fiquei xingando a minha falta de competência e não pude tirar nenhuma foto.
Estava vendo uma comédia de cowboys de 1930 e vi que em três canais pra cima, a MTV, estava passando um documentário da turnê de 2004 da Madonna. Fui lá ver e não voltei mais pro filme com o pessoal de calça rancheiro Lee. Gosto de ver certos detalhes, a música dela não faz a minha cabeça, mas ela sempre mostra a intimidade, o que acaba deixando tudo mais interessante. Gostei de ver os filhos dela, o menino Rocco – que deve ser um chatinho mimado, e a menina Lourdes/Lola falando sem parar em inglês e francês – que me fez lembrar a Júlia. Aquela trupe super-jovem que a idolatra e o marido Guy com uma cara blasé dando uns foras nela – ele tem cara e jeito de machão. Mas wha-te-ver…. I could not care less por uma pessoa podre de rica que tenta ser zen depois de anos sendo uma bitch ambiciosa.
Anos atrás li num blog qualquer que até esqueci qual, uma critica à pessoas que escreviam posts longos tratando de vários assuntos. Vesti a carapuça, mas nunca consegui perder essa mania de escrever assim de vez em quando.

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blog libriano e maduro não se mete em encrenca

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Ensaboa nega ensaboa… ensaboa, tô ensaboando…
Cinco anos, nem parece, mas é isso mesmo, cinco anos escrevendo aqui. Dava pra compilar um livro, se fosse viável publicar um livro de blurbs.
Marido trabalhando em casa não dá. No início dá aquele contentamento ver ele alí, singelão sorrindo pra você, mas depois a quebra da rotina vai irritando, ele o tempo todo atrás de você, te perguntando coisas inúteis, bagunçando a sala de jantar com papelada, escrevendo o seu nome com maionese, visitando a cozinha de dez em dez minutos, atrapalhando o ritmo normal da casa.
De vez em quando eu gosto de assistir à trailers no site da Apple. Ontem vi um monte, gostei de poucos. Um Woody Allen dramático, outras comédias de final de ano – com temas de família, thanksgiving, natal. Não gosto da Jennifer Aniston e o filme dela, onde ela descobre que a mãe e a avó foram na vida real as Robinsons do filme The Graduate, é apelativo demais. Forgetabouit… Acho que gostei de uns dois ou três filmes. Everything is Illuminated é um deles. Walk the Line é outro, imperdível porque é a história do Johnny Cash vivida na tela pelo interessantíssimo Joaquin Phoenix. Em Prime, Meryl Streep faz uma psicanalista numa história bem chata e banal, mas eu fiquei de olho nos colares dela, um mais lindo e interessante que o outro. As contas grandes estão de volta e eu já estou uns passos à frente, com os meus de Frida Kahlo!

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cinzas ao vento

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O meu alivio foi saber que ela foi cremada e que não vai ter túmulo com o nome dela, com anjo, cruz, flores secas ou de plástico, marco definitivo de que a morte aconteceu. Que a morte é inevitável todo mundo já sabe, mas não é preciso ficar relembrando toda hora que a pessoa morreu, através de um bloco de concreto feio e claustrofóbico. A lembrança de quem ela foi enquanto viva é que importa. E as cinzas vão com o vento….

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love is a many splendored thing

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Ele espremeu o envelopinho de maionese e com o fio de creme amarelo pálido escreveu o meu nome no prato – FER.

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qualé o pente que te penteia?

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ferneededahaircut.jpg
Outro dia sonhei com meu filho ainda criança e ele tinha o cabelo todo despontado com uma franja nos olhos, daquele jeito que cabelo curto fica quando você esquece de levar o moleque pra dar uma aparadinha e os meses vão passando, passando… Essa é uma marca registrada da minha distraída personalidade, que infelizmente impus pro meu filho. Ele hoje tem cabelo bem comprido, que não precisa de cortes mensais, e também não precisa mais depender da minha vontade e disponibilidade para ir cortar as pontinhas, se quiser. Mas eu ainda continuo com essas histórias. Tenho uma preguiiiiça danada de marcar hora no salão e passar uma hora lá me olhando toda descabelada no espelho. Todo dia eu penso – preciso ir cortar o cabelo. Mas não vou. Vou deixando até o ponto em que passo dia e noite com um rabo de cavalo. Felizmente hoje tenho um corte que me permite prender, mas quando eu tinha cabelo curto não tinha jeito…. Vejam que situação, essa menina tão alegre e bonitinha, vestida para a festinha do seu aniversário de dez anos, com esse cabelo simplesmente abominante…… ê, sina!

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vai trabalhar, vagabundo!

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As estatisticas deste blog muitas vezes me irritam. É tanto desocupado procurando por todo tipo de coisa, que me dá a certeza de que esses tipos não têm a menor idéia da existência de um rastro virtual que eles deixam inevitávelmente por onde passam. São centenas procurando pelo filme daquela figura que dançava num programa de tevê e que ficou famosa por sua parte traseira avantajada e seu sorriso de coelha. Aquela que chamava os comerciais rodando o dedo e jogando os cabelos ruivos para o lado. Aquela mesma! O nome dessa figurete com sobrenome de carro é o que mais aparece nas minhas estatísticas dos mecanismos de busca, graças a uma burrice que eu fiz uns anos atrás quando escrevi o nome dela num post. E hoje, por acaso, vi dois hits buscando pelo filme da sirigaita vindos de ips do governo brasileiro. Gente fingindo que trabalha no empreguinho público, ganhando salarinho e tudo, mas que está realmente procurando aquele filminho com a ex-dançarina de tevê para matar o tempo e confiantemente achando que ninguém está vendo…

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o passado não condena