“algumas pessoas têm facilidade para fazer essa pose. essas com certeza poderão se juntar à trupe de um circo”
Convidada por uma amiga fui fazer uma aula de ioga. Ponderei e refleti por um dia, até resolver ir. Já tive experiências suficientes com ioga, desde quando me contorcia de macacão de malha azul turquesa numa academia em Campinas no inicio dos anos oitenta, passando por diversas outras academias em Piracicaba, Saskatoon e finalmente a derrocada no Experimental College em Davis, onde finalmente joguei a toalha e admiti: ioga não é a minha praia. Eu não tenho flexibilidade suficiente, não consigo fazer as respirações, não tenho equilibrio, nem concentração. Sou aquela que sempre está fazendo tudo ao contrário, caindo para o lado e olhando o que os outros estão fazendo com cara de espanto.
Mas pensei, não custa tentar mais uma vez. E fui.
As paredes espelhadas da sala denunciavam minhas emoções com relação àquela aula de contorcionismo. Até que eu fiz quase todas as poses, sem desmaiar, despencar de pernas prá cima ou soltar um peido. Mas não foi fácil. Minha cara demonstrava meu horror, espanto, choque, incompreensão. Como essa gente consegue? Ela quer que eu faça o quê? Nunquinha que eu vou colocar meu nariz no joelho! Jamais que eu vou contorcer meu corpo todo para trás dessa maneira! Jesus Cristo, que absurdo de pose escalafobética é essa?!!
Sobrevivi à mais uma tentativa de ser odara. Não sei por que eu insisto, já que está mais do que provado que eu não tenho vocacão nenhuma pra coisa.