Yamato

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Em fevereiro em trabalhei no show do grupo japonês Kodo e fui surpreendida por uma apresentação primorosa dos tambores tradicionais do Japão. Ontem iniciei minha temporada de outono no Mondavi Center com outra apresentação de tambores japoneses. Desta vez foi Yamato, um grupo mais jovem, com idéias inovadoras e uma atitude brincalhona e divertida. O som dos tambores é o mesmo – forte, dominante, pulsativo, emocionante. Mas o Yamato foge um pouco das tradicões rígidas, não usa a tradicional sunga, nem tem um visual sério. O grupo também promove interação com a platéia, que participa entusiasmada. Eu fiquei encantada com os japonezinhos descabelados e sorridentes e com a força do som que eles criaram com seus mais diversos tambores.

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olha só o que ela fez no passado

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Se este blog não prestasse pra nada, ao menos ele serve pra me forçar em sessões de retrospectiva, relendo e relembrando coisas que fiz e escrevi. Às vezes eu dou grandes gargalhadas, ou sinto saudades, ou penso que bom que não é mais assim, ou que bom que ainda é assim. Se não fosse por este blog eu não lembraria o que fiz no ano passado, ou no ano retrasado, ou re-retrasado, pois tenho uma memória péssima, guardo só fatos desimportantes ou coisas difíceis de esquecer. As imagens do cotidiano infelizmente vão desbotando, ficando transparentes e desaparecendo, porque não temos condições de lembrar detalhes como fez calor quatro anos atrás e eu comprei dois livros bizarros de culinária na booksale da biblioteca pública, ou que visitei a vinícola do Francis Ford Coppola há três anos e que lá não se podia fazer picnic, ou que blogs eu indiquei há dois anos, ou que no ano passado eu estava lendo a biografia do Dylan. Quem se importa com esse monte de informação? Talvez meus decendentes fiquem “delighted” quando conseguirem decifrar o português arcaico da grand grand grandmother, aquela excêntrica que escrevia histórias engraçadas num website cor-de-rosa.

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é a falta de assunto….

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Estou prostrada. É mais ou menos como se eu estivesse pesando o dobro do meu peso normal. Tudo isso porque chegou o chico pra aquela visita que toda mulher o-o-o-dei-aa. O nosso corpo vai mudando com os anos, tanto por dentro quanto por fora e eu ando notando que por dentro eu estou voltando aos tempos de adolescência. Cólicas, dores nas costas e nas pernas, um mau humor daqueles, uma choração sem motivo… Isso não é justo!
Eu me considero uma minimalista, mas a minha casa não reflete isso. Muito pelo contrário, minha casa é entulhada, seguindo a passos largos em direção ao caos. Quando você começa a não encontrar as coisas mais tão facilmente ou começa a esquecer as coisas que tem, é hora de pensar em fazer uma grande limpeza. É o que eu estou tentando fazer, juntando umas caixas de coisas para doar, outras esperando um momento de utilidade, mas fora do caminho.
Eu recebo muitos obrigados, mas prefereria que viessem em notas de cem.

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a caravana passa…

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Tenho feito pequenos trajetos com a minha bike e já estou pegando o jeitão da coisa: usar as bike lanes na direção certa, não subir nas calçadas quando há sinal avisando que não pode, coisas básicas. Hoje fui trabalhar e depois nadar com ela. Coloquei luz traseira e dianteira, guidão de borracha, aos poucos vor descobrindo o maravilhoso mundo dos acessórios para bicicletas!
Voltamos à nossa piscina, só que ela ainda está em obras. Para não ficarmos em cima dos trabalhadores, estamos nadando ao contrário – onde era o inicio virou o final. Dá uma sensação estranha, como se estivessemos fazendo tudo num filme negativo – Alice no Espelho.
Começou a temporada das abóboras na cesta orgânica – são diversos tipos, cores e tamanhos. Eu gosto de fazer sopa. Quero experimentar uma receita com sálvia e heavy cream. Fiz um pesto usando uma receita de um livro de receitas italianas da década de sessenta, quando o food processor ainda não existia – ou não era popular – e se usava o mortar [pilão]. Fiz no food processor e substituí as semente de pinha por pistachio. Muito bom!
Estou lendo um livro delicioso bem d-eee-vaaaaa-gaaaar-ziiii-nhooooo……
O Misty dorme numa colcha de sol e o Roux faz plantão insone na janela, vigiando o quintal. Ele não se conforma que tem um gato intruso passeando num lugar ao qual ele não tem acesso.
Português é a lingua do momento em Davis – o fino da bossa!

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não é nada não, é só a tal da segunda

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De repente, no ítem noventa e três da listona de afazeres do dia, dá um cansaço e uma vontade de chorar. Pára tudo! Pára tudo! Chega por hoje, tá bom?

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Sunny

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Ela é uma meiga. Mora na guest house de um dos meus vizinhos e vem dormir na minha horta, no meio dos meus pés de tomate. Outro dia fui colher uns tomates e dei um berro quando vi uma carona me olhando. Pensei que fosse um ratão, mas logo sosseguei e sorri quando vi os olhos verdes da Sunny. Eu falo com ela e ela vem falar oi, estende as patas da minha perna, mia, ronrona, uma doçura. Falando com ela e passando a mão nela, percebi que ela é como o Misty, amputada nas patas da frente. Uma coisa triste que as pessoas fazem com os animais…. E como o Misty ela não poderia estar na rua, pois não tem como se defender. Ela tem dono, mas dá uma vontade de trazê-la para casa…. porém…
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O Roux, que é um gato extremamente amigável, fica enlouquecido quando a vê caminhando lentamente pelo quintal, deitada nos tijolinhos ou olhando os passarinhos nas árvores. Ele até se contorce, chora, fica nervosíssimo. Ela tem que ser apenas uma visitante e de preferência ficar longe das janelas e portas, de onde o Roux pode vê-la. Eu gosto dela, mas meus gatos não…….

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movie in the park

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Uma excelente idéia da prefeitura de Davis: mostrar filmes no parque. Fui com uma amiga e vimos The Wizard of Oz. O parque estava cheio. Nós levamos cadeiras dobráveis, uma cestinha cheia de coisas saborosas e curtimos rever esse filme clássico. Uma família atrás de nós cantava todas as músicas junto com os atores. O único problema é que já está fazendo bastante frio à noite e tivemos que nos agasalhar bem para enfrentar duas horas ao relento.

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nunca vou poder me juntar ao circo

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“algumas pessoas têm facilidade para fazer essa pose. essas com certeza poderão se juntar à trupe de um circo”

Convidada por uma amiga fui fazer uma aula de ioga. Ponderei e refleti por um dia, até resolver ir. Já tive experiências suficientes com ioga, desde quando me contorcia de macacão de malha azul turquesa numa academia em Campinas no inicio dos anos oitenta, passando por diversas outras academias em Piracicaba, Saskatoon e finalmente a derrocada no Experimental College em Davis, onde finalmente joguei a toalha e admiti: ioga não é a minha praia. Eu não tenho flexibilidade suficiente, não consigo fazer as respirações, não tenho equilibrio, nem concentração. Sou aquela que sempre está fazendo tudo ao contrário, caindo para o lado e olhando o que os outros estão fazendo com cara de espanto.
Mas pensei, não custa tentar mais uma vez. E fui.
As paredes espelhadas da sala denunciavam minhas emoções com relação àquela aula de contorcionismo. Até que eu fiz quase todas as poses, sem desmaiar, despencar de pernas prá cima ou soltar um peido. Mas não foi fácil. Minha cara demonstrava meu horror, espanto, choque, incompreensão. Como essa gente consegue? Ela quer que eu faça o quê? Nunquinha que eu vou colocar meu nariz no joelho! Jamais que eu vou contorcer meu corpo todo para trás dessa maneira! Jesus Cristo, que absurdo de pose escalafobética é essa?!!
Sobrevivi à mais uma tentativa de ser odara. Não sei por que eu insisto, já que está mais do que provado que eu não tenho vocacão nenhuma pra coisa.

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o passado não condena