blog libriano e maduro não se mete em encrenca

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Ensaboa nega ensaboa… ensaboa, tô ensaboando…
Cinco anos, nem parece, mas é isso mesmo, cinco anos escrevendo aqui. Dava pra compilar um livro, se fosse viável publicar um livro de blurbs.
Marido trabalhando em casa não dá. No início dá aquele contentamento ver ele alí, singelão sorrindo pra você, mas depois a quebra da rotina vai irritando, ele o tempo todo atrás de você, te perguntando coisas inúteis, bagunçando a sala de jantar com papelada, escrevendo o seu nome com maionese, visitando a cozinha de dez em dez minutos, atrapalhando o ritmo normal da casa.
De vez em quando eu gosto de assistir à trailers no site da Apple. Ontem vi um monte, gostei de poucos. Um Woody Allen dramático, outras comédias de final de ano – com temas de família, thanksgiving, natal. Não gosto da Jennifer Aniston e o filme dela, onde ela descobre que a mãe e a avó foram na vida real as Robinsons do filme The Graduate, é apelativo demais. Forgetabouit… Acho que gostei de uns dois ou três filmes. Everything is Illuminated é um deles. Walk the Line é outro, imperdível porque é a história do Johnny Cash vivida na tela pelo interessantíssimo Joaquin Phoenix. Em Prime, Meryl Streep faz uma psicanalista numa história bem chata e banal, mas eu fiquei de olho nos colares dela, um mais lindo e interessante que o outro. As contas grandes estão de volta e eu já estou uns passos à frente, com os meus de Frida Kahlo!

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cinzas ao vento

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O meu alivio foi saber que ela foi cremada e que não vai ter túmulo com o nome dela, com anjo, cruz, flores secas ou de plástico, marco definitivo de que a morte aconteceu. Que a morte é inevitável todo mundo já sabe, mas não é preciso ficar relembrando toda hora que a pessoa morreu, através de um bloco de concreto feio e claustrofóbico. A lembrança de quem ela foi enquanto viva é que importa. E as cinzas vão com o vento….

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love is a many splendored thing

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Ele espremeu o envelopinho de maionese e com o fio de creme amarelo pálido escreveu o meu nome no prato – FER.

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qualé o pente que te penteia?

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Outro dia sonhei com meu filho ainda criança e ele tinha o cabelo todo despontado com uma franja nos olhos, daquele jeito que cabelo curto fica quando você esquece de levar o moleque pra dar uma aparadinha e os meses vão passando, passando… Essa é uma marca registrada da minha distraída personalidade, que infelizmente impus pro meu filho. Ele hoje tem cabelo bem comprido, que não precisa de cortes mensais, e também não precisa mais depender da minha vontade e disponibilidade para ir cortar as pontinhas, se quiser. Mas eu ainda continuo com essas histórias. Tenho uma preguiiiiça danada de marcar hora no salão e passar uma hora lá me olhando toda descabelada no espelho. Todo dia eu penso – preciso ir cortar o cabelo. Mas não vou. Vou deixando até o ponto em que passo dia e noite com um rabo de cavalo. Felizmente hoje tenho um corte que me permite prender, mas quando eu tinha cabelo curto não tinha jeito…. Vejam que situação, essa menina tão alegre e bonitinha, vestida para a festinha do seu aniversário de dez anos, com esse cabelo simplesmente abominante…… ê, sina!

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vai trabalhar, vagabundo!

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As estatisticas deste blog muitas vezes me irritam. É tanto desocupado procurando por todo tipo de coisa, que me dá a certeza de que esses tipos não têm a menor idéia da existência de um rastro virtual que eles deixam inevitávelmente por onde passam. São centenas procurando pelo filme daquela figura que dançava num programa de tevê e que ficou famosa por sua parte traseira avantajada e seu sorriso de coelha. Aquela que chamava os comerciais rodando o dedo e jogando os cabelos ruivos para o lado. Aquela mesma! O nome dessa figurete com sobrenome de carro é o que mais aparece nas minhas estatísticas dos mecanismos de busca, graças a uma burrice que eu fiz uns anos atrás quando escrevi o nome dela num post. E hoje, por acaso, vi dois hits buscando pelo filme da sirigaita vindos de ips do governo brasileiro. Gente fingindo que trabalha no empreguinho público, ganhando salarinho e tudo, mas que está realmente procurando aquele filminho com a ex-dançarina de tevê para matar o tempo e confiantemente achando que ninguém está vendo…

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Yamato

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Em fevereiro em trabalhei no show do grupo japonês Kodo e fui surpreendida por uma apresentação primorosa dos tambores tradicionais do Japão. Ontem iniciei minha temporada de outono no Mondavi Center com outra apresentação de tambores japoneses. Desta vez foi Yamato, um grupo mais jovem, com idéias inovadoras e uma atitude brincalhona e divertida. O som dos tambores é o mesmo – forte, dominante, pulsativo, emocionante. Mas o Yamato foge um pouco das tradicões rígidas, não usa a tradicional sunga, nem tem um visual sério. O grupo também promove interação com a platéia, que participa entusiasmada. Eu fiquei encantada com os japonezinhos descabelados e sorridentes e com a força do som que eles criaram com seus mais diversos tambores.

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olha só o que ela fez no passado

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Se este blog não prestasse pra nada, ao menos ele serve pra me forçar em sessões de retrospectiva, relendo e relembrando coisas que fiz e escrevi. Às vezes eu dou grandes gargalhadas, ou sinto saudades, ou penso que bom que não é mais assim, ou que bom que ainda é assim. Se não fosse por este blog eu não lembraria o que fiz no ano passado, ou no ano retrasado, ou re-retrasado, pois tenho uma memória péssima, guardo só fatos desimportantes ou coisas difíceis de esquecer. As imagens do cotidiano infelizmente vão desbotando, ficando transparentes e desaparecendo, porque não temos condições de lembrar detalhes como fez calor quatro anos atrás e eu comprei dois livros bizarros de culinária na booksale da biblioteca pública, ou que visitei a vinícola do Francis Ford Coppola há três anos e que lá não se podia fazer picnic, ou que blogs eu indiquei há dois anos, ou que no ano passado eu estava lendo a biografia do Dylan. Quem se importa com esse monte de informação? Talvez meus decendentes fiquem “delighted” quando conseguirem decifrar o português arcaico da grand grand grandmother, aquela excêntrica que escrevia histórias engraçadas num website cor-de-rosa.

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é a falta de assunto….

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Estou prostrada. É mais ou menos como se eu estivesse pesando o dobro do meu peso normal. Tudo isso porque chegou o chico pra aquela visita que toda mulher o-o-o-dei-aa. O nosso corpo vai mudando com os anos, tanto por dentro quanto por fora e eu ando notando que por dentro eu estou voltando aos tempos de adolescência. Cólicas, dores nas costas e nas pernas, um mau humor daqueles, uma choração sem motivo… Isso não é justo!
Eu me considero uma minimalista, mas a minha casa não reflete isso. Muito pelo contrário, minha casa é entulhada, seguindo a passos largos em direção ao caos. Quando você começa a não encontrar as coisas mais tão facilmente ou começa a esquecer as coisas que tem, é hora de pensar em fazer uma grande limpeza. É o que eu estou tentando fazer, juntando umas caixas de coisas para doar, outras esperando um momento de utilidade, mas fora do caminho.
Eu recebo muitos obrigados, mas prefereria que viessem em notas de cem.

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o passado não condena