mereço chicotadas

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Agora me digam o que uma pessoa razoavelmente inteligente e com um pouquinho de senso crítico está pensando quando resolve assistir reality shows absurdamente bizarros como The Surreal Life ou Strange Love?
O primeiro reality nem tem uma finalidade específica. Um grupo de weirdos-hasbeens é colocado pra viver e interagir numa casa durante duas semanas. Eu assisti à versão número quatro, com Adrianne Curry, vencedora do primeiro America’s Next Top Model, Christopher Knight do sitcom The Brady Bunch, Jane Wiedlin, guitarrista do grupo Go-Go’s, a rapper Da Brat, o supermodel Marcus Schenkenberg, a wrestling star Chyna Doll e Verne Troyer, o Mini-Me dos filmes do Austin Powers. Sério, nada fazia sentido ou tinha pé nem cabeça, mas eu consegui assistir….
Em Strange Love a bizarrice chega ao ponto de ficar difícil de olhar. Dá até um desespero. É pior que os beijos nojentinhos do Woody Allen. O show acompanha o romance da robótica ex-Sylvester Stallone e ex-lésbica Brigitte Nielsen e o rapper do Public Enemy com dentes de prata Flavor Flav. É de lascar…. Quem consegue assistir aquilo? Eu até que tentei, mas não deu.
Outra reality series que eu vi dois capítulos e deu até depressão foi Chasing Farrah, onde câmeras seguem uma envelhecida e infantilóide Farrah Fawcett, que passa a maioria do tempo fazendo caras e poses. Numa longa cena com o ex Ryan O’Neal, ela parece uma monga totalmente dominada por ele, que pra completar parece estar constantemente bêbado.
Arfg, eca, blearg, eu mereço chicotadas por dar ibope para esses lixos!

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na janelinha

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É uma viagem longa, que já dura anos. Eu viajo na janelinha e vou observando as paisagens passarem corridas. Alguns cenários permanecem por um tempo, chegam até a cansar – uma planície imensa, um rio que acompanha a estrada, uma cidade cheia de casas no horizonte. Uns quilómetros mais a frente tudo muda, outros estilos de casas, outros panoramas, outros rios, montanhas, árvores.
No mundo dos blogs a dinâmica é bem parecida, com as paisagens mudando constantemente. Gente nova aparecendo, gente ficando famosa, gente causando buxixo, gente legal, gente chata [e põe chata aí!], gente bacana, espíritos de porco, engraçados, poéticos, informativos, designs de templates coloridos, simples, sofisticados, fáceis de navegar ou querendo ser diferente. Papo aranha, papo cabeça, papo umbigo, cópias ou originais, simpátios, arrogantes, interessantes, cheios de ar. Um dia a paisagem na janela mostra um blog sendo linkado e citado exaustivamente, um pouco mais pra frente a paisagem já muda, o blog simplesmente desaparece de vista. Um saiu na reportagem do jornal e ganhou fãns e críticos, aquele outro não foi citado na coluna social, o outro morreu ou foi matado, dali a pouco renasceu com outro nome. O blog do jornalista famoso, do músico famoso, do diretor de teatro famoso, da modelo-atriz famosa e as moscas de blog. Os estrangeiros, os poetas, os críticos literários, os matemáticos, as donas-de-casa, os trabalhadores da web, os jornalistas, os engenheiros, os fotógrafos. Tem pra todos. Há blogs e há blogs. Daqui a pouco morrerão muitos, surgirão muitos outros e eu pretendo continuar nesta interessante viagem participando e observando com curiosidade e atençao, e fotografando quando der, desta janelinha privilegiada.

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dot dot dot

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Olho com desconfiança pra qualquer receita que peça dois tabletes de manteiga. Não tenho nenhuma tolerância com palhaçadas. Nem com patetadas, pasteladas e marmeladas. Descobri que os lugares mais famosos são os mais mal frequentados. Um gato insistente tem o poder e a força. Nunca pense que aquilo que você limpou vai continuar limpo por mais de vinte e quatro horas. Uma implicância é um bolor verde e fedorento que cresce e se espalha. Um dos sintomas do narcisismo é achar que todo mundo tem inveja de você. Escrutinação é uma palavra horrorenda. A fala do sujeito cretino é sempre esculachada. Mudança de estação: minha casa parece uma floricultura. Tensão é pregar um prego na parede. O número da camisa estava errado. Não conte comigo. Disse que não escreveu nos últimos cinco anos pois seu computador estava com um vírus. Dou risada de mim mesma. E derrubo vinho na roupa. Não estou sumida, só ando ocupada.

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more

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moreroses1.JPG

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resumindo

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Ouviu a frase que precisava e esperava ouvir – não há nada errado! E então decidiu dirigir em direção ao mar.

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e qual é a cor da breguice?

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Que coisa mais cafonona a história das pulseirinhas contada pela Marina:
“A garota usa duas pulseiras de plástico, uma cor-de-rosa e outra amarela. São manifestações americanas politicamente-corretas, que já saíram da moda faz tempo; Bush tb usou. Custava um dólar nos Estados Unidos, aqui custa uma baba mas ninguém tem coragem de dizer que gastou tanto por uma pulseirinha que fica charmosa no pulso e dá idéia de cidadania. “Um amigo que trouxe de lá”, é o que mais se ouve.”
As pulseirinhas, amarela do Lance Armstrong ou rosa, arrecadam fundos para pesquisas contra o câncer. Custam um dólar, não estão fora de moda nem pararam de ser vendidas. Mas daí a virar símbolo de status já são outros quinhentos…

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makeover mania

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Transformaram uma singela, feliz e sorridente quarentona com cabelo de cracatua ressecado de tinta loira e vestido cafona cor-de-rosa dos anos oitenta, numa triste e cabisbaixa mulher com cabelo brilhante cor de cobre, corte moderníssimo inspirado numa atriz de cinema, maquiagem e roupas bacanosas.
A irmã disse – queria vê-la com uma cor de cabelo diferente daquela tonalidade de loiro que ela usava desde sempre.
A filha disse – queria vê-la com roupas mais modernas que não me envergonhassem.
Ela disse – fiz essa mudança para a minha família, espero que eles estejam contentes….

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a casa das mil portas

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Fui convidada pelo Nemo Nox para participar de um projeto de microcontos. Na hora pensei, ôba tá no papo, pois entendi que seriam contos de 50 palavras. Quando finalmente compreendi que os contos teriam que ter 50 LETRAS, me deu um pânico! Mas eu encarei de frente e estou lá no projeto Casa das Mil Portas, junto com outros blogueiros, alguns muito melhores escritores do que eu. Mas estou feliz de ter participado e de fazer parte do grupo.

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o passado não condena