back on track

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Não sei se alguém reparou, mas este blog ficou inacessível para comentários e posts por mais de vinte e quatro horas. Foi um problema no meu servidor, que afetou também meus e-mails. Felizmente, parece que tudo está se normalizando. Dá uma raiva quando isso acontece, mas nessas horas o melhor a fazer é não estressar e guardar as histórias pra escrever em outro momento….

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Kodo

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Quando eu escolhi meus shows da temporada de inverno do Mondavi Center, marquei o dos percussionistas japoneses do Kodo. Infelizmente não fui designada para trabalhar nesse show, mas tive a sorte de estar fazendo alguma coisa aqui no computador no domingo, quando chegou uma mensagem de alguém pedindo um substituto justamente para ele. Mandei um reply imediato e ontem pude assistir a uma performance simplesmente divina dos japoneses com seus tambores gigantes e movimentos delicados. A apresentação do Kodo foi perfeita, com momentos vibrantes e suaves, uma mistura perfeita de som e de silêncio. Gostei muito de tudo o que eu vi e ouvi e no número final saquei que existe sim o samba japonês ….. como cantou Jorge Mautner!

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férias

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Parece que eu tirei janeiro para férias de tudo o que é bom e gostoso. Passei o mês só fazendo o básico, além das arrumações e organizações e parei de tricotar e de nadar. Mas agora chega! Apesar que as tarefas chatas de administração e manutenção continuam fazendo parte da minha rotina, eu reintroduzi as braçadas e pernadas pela manhã e as laçadas com lãs coloridas à noite.

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passa a borracha

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Às vezes me dá vontade de apagar posts como esse com a foto do gato aí em baixo, que está péssima, sem qualidade e sem graça, nem um pouco interessante. Eu quero que o meu blog siga um certo padrão e quando o texto ou a imagem saí desse padrão, eu tenho vontade de deletar. E poderia muito bem deletar, só que não deleto. É uma escolha.
Nas coisas que eu falo já é muito diferente. Eu tenho ganas de apagar, deletar, dissolver, aniquilar um monte de besteiras que eu às vezes falo e que não combinam com a minha personalidade ou com a pessoa que eu tento ou aparento ser. Quando eu falo coisas destoante do contexto de quem eu sou, fico inconformada, querendo voltar atrás e apagar tudo, passar uma borracha, me contorcendo de raiva e de frustração, pois sei que com a palavra escrita ainda dá-se um jeito, mas com a palavra falada é sinto muito meu bem, falou sem pensar, agora já era!

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love’s a bitch

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Eu vivo imersa no mundo dos musicais, mulheres glamourosas dos anos trinta com seus vestidos longos de cetim, homens de fraque e cartola, sorrisos colgate, tudo lindo, final feliz. De repente entro no mundo de Amores Perros e fiquei rígida! Assisti ao filme mexicano tensa do inicio ao fim. Chorei, chorei. Avançava as cenas com os cachorros. Que filme! Perdi até o sono, fiquei abalada, arrasada, tremendo, dura. Quando vi os featurettes, me emocionei com o diretor Alejandro González Iñárritu, que primeiro reza, agradece, no final diz que vai sentir muita saudades de todos. Ele diz – só tenho uma palavra para descrever este filme: visceral. Concordei com ele. É a palavra perfeita.

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cada coisa no seu devido lugar

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Um negócio que me irrita muito aqui no trânsito de Davis é gente que anda de bicicleta como se estivesse dirigindo um carro. A cidade é completamente estruturada para bicicletas, com bike paths e bike lanes, sinalização especial para as bikes nas ruas, toda a parafernália de segurança amplamente disponível. Tudo é feito para facilitar a vida dos bicicleteiros, que engloba uma enorme porção da população universitária da cidade, incluindo estudantes, funcionários e professores.
Então, com toda essa infra para bicicletas, não tem porque uma pessoa fazer manobras arriscadas, pedalando a sua magrela no meio da rua como se ela fosse um carro. Mas infelizmente isso acontece muito e eu fico super irritada. Imagina que na sua frente tem uma bicicleta, muitas vezes com o bicicleteiro sem capacete ou sem luzes [super importante para quem pedala à noite]. Você tem que dirigir seu carro atrás da bike com o maior cuidado, porque se você atropelar um mané desses, você tá ferrada! E nem sempre o sujeito dá sinal com o braço pra onde vai virar. Dá vontade de berrar – saí da frente, vai pra bike lane, você NÃO está dirigindo um carro!
E o mais interessante é que quando uma bicicleta está no meio da rua fazendo manobras como se fosse um carro, você quase sempre pode apostar que o manobrista da magrela é um chinês….

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may I?

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Uns minutos antes do show da Laurie Anderson começar, um rapaz bem novinho, bem alto, com um sotaque estrangeiro que eu não consegui identificar e sentado na última fila do lado direito me chamou. Apontando para umas cadeiras vazias que ficam um pouco mais acima e que são muito mais confortáveis, ele perguntou se poderia trocar de lugar e sentar numa delas. Eu disse que não, que ele ficasse no lugar dele, pois as cadeiras poderiam já ter donos e até uns quinze minutos depois do show ter se iniciado, serem ocupadas. Ele resolveu ficar quieto no lugar dele.
Já estávamos com uns trinta minutos de show, a Laurie Anderson falando, falando, falando, quando o rapaz ligou o celular e começou a fazer alguma coisa nele. As outras voluntárias já esticaram o pescoção, porque é proibido fotografar os shows no teatro e o celular do guri poderia ser daqueles que tiram fotos. Eu acalmei as sargentas, dizendo – he is playing a game!
E parecia mesmo que ele estava jogando algo como tetris, mas na verdade não estava. Ele me chamou de novo e estendeu o braço na minha direção com o celular na mão, fazendo sinal para eu pegá-lo. Eu peguei e quando olhei para a telinha pude ler a mensagem que ele estava escrevendo pra mim – may i go to the bathroom?
Me deu um ataque de riso! Levantei, abri as portas do teatro e indiquei o caminho do banheiro pro guri, como se faz na escola. Ele disse todo sem graça – someone told me i could not go to the bathroom…. Tentei adivinhar quem teria dito aquilo pra ele, talvez alguma das sargentas que trabalhavam no meu tier. Ou elas falaram outra coisa e o guri entendeu errado?
Mas no final ele conseguiu sair da prisão e foi ao banheiro…. e não voltou mais.

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o passado não condena