tropicando em gato

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A cozinha sempre foi um lugar perigoso pra mim. Foi em cozinhas que ganhei minhas maiores cicatrizes, em terríveis cortes e queimaduras. Tenho sempre uma atitude prevenida quando estou fazendo comida ou qualquer outra coisa numa cozinha. E agora piorou. Eu me vejo em situações gravíssimas, sangue jorrando, morte eminente. Vou tentar traçar o mapa do local minado: três tapetes felpudos, um forno e um fogão sempre ativos, uma geladeira com duas portas que se abrem opostas uma a outra, muitos armários com portas pontudas na altura da minha cabeça e dois gatos. Se todo o resto não bastasse para provocar situações de acidentes mortais, ainda temos os gatos na cena. Esses são a cereja no topo do bolo do meu infortúnio destino.
Um deles precisa deitar nos tapetes de qualquer jeito. No tapete que fica na frente da geladeira, ou no outro que fica em frente ao fogão [o favorito quando o forno está ligado ou estou cozinhando algo nas panelas] ou no grandão que cobre a frente toda da pia. Quando eu estou fazendo o rango e andando de um lado para o outro na cozinha, nada mais apropriado do que ter um gato gordão, sentado, deitado ou em pé feito uma estátua, bem no seu caminho. E como ele vai mudando de tapete, você nunca sabe de onde virá a surpresa.
E o outro gato simplesmente não pode evitar ficar dando pinotes e corridas alucinadas pelo meio da cozinha, passando como um furacão pelo meio das minhas pernas ou passando frenéticamente aos pulos enquanto joga um ratinho de pano pra lá e prá cá pelos ares e ocasionalmente dando botes nas minhas pernas e pés.
Este é o cenário nas minhas aventuras na cozinha. Por isso não se assustem quando eu contar histórias de como tropecei num gato com um facão numa das mãos e só deus sabe como consegui recuperar o equilibrio sem me auto-degolar ou me auto-estripar. Ou de como tropecei no outro gato [ou seria o mesmo?] e quase caí de cara na sopa borbulhante na panela e periguei virar coadjuvante de um réplica caseira de uma cena de Angel Heart. Eu piso em ovos, para não pisar em gatos e se for vitima de um freak acidente na cozinha, vocês já estão avisados, para não haver nenhuma sombra de dúvida sobre a identidade dos futuro supostos acusados!

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grude

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Outro dia encontrei um pedaço de durex colado e enroscado no meio dos meus cabelos. Hoje, achei um adesivo cheio de números. Ninguém pergunte como essas coisas foram parar na minha cabeleira amarfanhada…. Medéia pouca é bobagem!

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o trabalho que nunca tem fim

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Esta é a reclamação de todos os infelizes que estão amarrados na rotina dos serviços de casa. Quem não pode ou não quer deixar outros arrumarem a sua bagunça e sujeira, tem que enfrentar o trabalho que nunca tem fim.
Louça lavada não permanece limpa, a não ser que você não coma nem beba nunca em casa. Roupa limpa não dura, a não ser que você passe o dia pelado debaixo das cobertas da cama ou se fazendo de Tarzan/Jane pela casa. Contas pagas se metamorfoseiam em contas novas, letras vermelhas brilhantes piscando “pague-me até o dia 30!”. Comida na geladeira não dura – ou é devorada ou apodrece. Móveis criam poeira, banheiros crescem mofo, roupas limpas não se auto-penduram no armário, os gatos dobram o tapete quando o Wanderley deles está sujo, mas não pegam a pázinha e a vassourinha para limpar, o estoque de comida não se renova automáticamente na despensa, grama não encolhe, mato não pára de crescer, a casa do ano 2004 ainda não é a dos Jetsons e não temos empregadas-robôs.
Não existe solução para esse novelo infinito de trabalheira chata. O jeito é pegar leve, ir fazendo o que dá, um pouco por dia, enquanto bota pra rolar um jazz na vitrola.

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carbono

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Eu aceito o fato de que não é tão fácil ser cem por cento original. Os gênios que criam coisas inéditas e que têm um portfólio de idéias incomuns não aparecem por aí todos os dias. E muitos se inspiram em outros. É normal.
O que não é normal é olhar uma coisa legal e criativa e simplesmente copiar.
Eu gosto da palavra ‘inspiração’. Tanta gente me inspira, eu olho trabalhos, fotos, desenhos, pinturas, escritos e fico inspirada. E me animo a fazer algo do meu jeito, com a minha cara, que tenha um pouco da minha personalidade incluída alí. Olhar algo bonito e simplesmente copiar não é a minha praia.
Por isso me choco um pouco quando me deparo com copy cats que nem se preocupam em mudar algumas coisinhas no que copiam. Fazem tudo na boa, sem vergonha, sem pensar que as pessoas vão perceber. Mas como muitas vezes a cópia é uma coisa sutil – eles copiam o estilo – alguns devem até conseguir se passar por originais nos meios que freqüentam.

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pulinhos

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No final do dia eu somo mentalmente o tanto de coisas que eu faço nas horas em que estou acordada e percebo que faço muito mais coisas do que imagino. Ou que muita gente imagina. I’m the electric housewife!
Vou fazendo listas na minha agenda e depois vou rabiscando “ok”, “ok”. Hoje é dia de escrever “ok” nas contas. É o dia do mês mais chato e que eu não posso procrastinar.
Quando eu fico brava, saí de baixo. Sou normalmente uma pessoa tranqüila, mas infelizmente tem tipos que conseguem agitar a minha personalidade e me fazem subir nas tamancas. Quando a situação é virtual, eu nem pisco pra acionar o “delete”. E quando eu deleto é definitivo. Mas na vida real tenho que sambar nas beiradas, tomar um chá de camomila e analisar a situação. Nem sempre é tão fácil ou tão simples.
Sopa de couve-flor. Quem imaginaria? Dois legumes que abundam na cesta de inverno e que eu não tenho criatividade para usar são a couve-flor e o brócolis. Faço sempre as mesmas coisas com eles, mas este ano estou decidida a tentar coisas novas. E a sopa de couve-flor ficou muito boa! Quem diria… quem diria….
Vi lá no Allan & Alison um link para o Davis Wiki e achei fantástico!
Alguns presentes de Natal já estão prontos… Este ano vou distribuir minha criatividade!! Só não sei se vou agradar. Mas como diz a Juju – WhatEver……

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singin’ along

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Todo mundo já passou por dessas, fazendo aquelas caras rídiculas enquanto canta segurando o volante do carro, olhos fechados, bocão aberto, beiços trêmulos, corpo contorcido tentando interpretar a música. Comigo isso acontece sempre, quando eu não desço do carro cantando com minha voz desafinada. Muitas vezes eu entro em casa cantando e assusto os gatos, que ficam me olhando com aquela cara incomodada. Mas dá pra resistir? Então vamú lá!!!! [Mode ‘Vergonha’ Off]
we’re caught in a trap…..[caras] I can’t walk out…..[bocas] because I love you too much baby!!!!!!!!! [caras e bocas]….why can’t you seeeeeee, what you’re doing to meeeeeee [atenção nos detalhes dramáticos], when you don’t believe a word I saaaaay? [cara de atriz de novela] we can’t go on together with …..suspicious mi-iinds…. [caprichar na expressão dos olhos] and we can’t build our dreams on suspicious miiiiiiiiinds!!!!!!!! [final apoteótico]

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os colares da Frida

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Inspirada pelos maravilhosos colares da Frida Kahlo, fui a um show de miçangas e pedras em San Mateo e comprei algumas coisinhas.

fridabeads.JPG
» estas vão virar colares como os da Frida..

cristalbeads.JPG
» para estas eu já tenho idéias maravilhosas

flowerbeads.JPG
» estas eu comprei porque as achei irresistíveis!

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many, many Thanks!

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Eu tenho muito o que agradecer e faço isso todos os dias, pois tenho perfeita consciência de que sou uma pessoa muito privilegiada. Mas não custa nada agradecer mais uma vez, muitas vezes, por tudo que eu tenho e que é tão importante: família, amigos, saúde, senso de humor, tranquilidade, talento, criatividade, paixão, sensibilidade, delicadeza, dedicação, lealdade, honestidade, paciência………

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o passado não condena