aguaceiro

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Ainda chove sem parar. Enfrentamos frio e chuva em San Francisco. Claro que esquecemos de levar nosso guarda-chuva e assim que estacionamos o carro tivemos que comprar um. Passear na cidade com chuva não é tão legal, mas fomos em frente. Temos o nosso caminho da roça, paramos pra comer em North Beach e depois fazemos outras coisas a partir dali. Ontem atravessamos Chinatown à pé, na muvuca com chuva e trocentos mil guarda-chuvas, quase todos abaixo da minha cabeça, dos quais eu tinha que desviar o tempo todo. O Uriel quis ir fazer comprinhas na Union Square, que é o centro comercial turistico da cidade. Uma semana antes do Natal aquilo parecia um formigueiro. E com chuva. Mais trocentos mil guarda-chuvas para se desviar. Nos molhamos, porque a chuva vinha de todos os lados, ora fininha, ora grossona. Apesar desse estorvo, passear na cidade nunca é completamente chato.

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day off

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Inventei de ver uma série que eu acho muito estranha e que não entendo muito bem a trama – Nip & Tuck. Os protagonistas são dois cirurgiões plásticos. Nunca assisti à nenhum episódio inteiro. Ontem vi o final de um, que termina com o Bruno Campos saindo por cima da situação e comecei a ver outro, onde a Vanessa Redgrave briga com a filha, que manda ela pegar um avião e voltar mais cedo pra casa e o avião caí em cima de uma área residencial. Fiquei vendo até o ponto de ficar realmente perturbada e mudei de canal. Não dá….
Estou virando uma alienada por falta total de estômago para enfrentar as notícias do dia.
Acho que herdamos uma árvore de Natal. Ela está na garagem, ainda não fui ver.
Vamos à San Francisco num precioso day off estipulado pelo meu marido. Pena que está um tempo horrível, bem frio, nublado com previsão de chuvas.

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a palavra é organização

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Seremos onze pessoas para o Natal aqui em casa. Eu fico um pouco estressada pensando nos preparativos, decidir o menu, fazer compras e pensar em absolutamente tudo. E não é só cozinhar, é limpar, organizar e preparar para receber meus hóspedes e convidados com primor. A luz amarela já está piscando, é hora de começar a esboçar um plano, pensar numa estratégia de ação, organizar tudo em lista. Já tenho alguns ítens do menu decididos, os presentes todos comprados, então, deck the hall with boughs of holly, fa la la la la la, la la la la…..

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ha ha ha!

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Estou numa outra parte da casa e ouço a risada dele na sala de tevê. Dou uma bicada pra ver do que ele está rindo e vejo ele vendo um episódio de King of Queens, que eu detesto. Mas começo a rir também. Sempre foi assim, a risada dele me contagia. Agora não temos quase tempo, ele está sempre ocupado, mas gostávamos de passar as tardes de domingo deitados na cama, falando besteira e morrendo de rir. Quando comecei a namorá-lo – porque eu não sabia mas já era a namorada, descobri que ele se contorcia todo rindo se eu fizesse cósquinha nele. Então eu vivia pegando ele de surpresa, só pra ouvir a risada e rir junto. Ele é um homem dos números e das máquinas, um cientista. Mas tem um senso de humor incrível e é autor das tiradas mais engraçadas, ditas nas horas mais inusitadas, sempre pegando todo mundo de surpresa. Ele diz coisas que eu não posso contar pra ninguém e que me fazem chorar de rir dentro do chuveiro. Faz coisas engraçadas também. Se eu tivesse que destacar apenas uma qualidade que eu mais gosto nele, seria difícil, mas com certeza eu iria dizer que é o fato dele ser engraçado e de me fazer rir o tempo todo. Mesmo que seja só por contágio, sem ele ter feito um dos seus comentários perspicazes caracteristicos, nem uma daquelas caras cômicas ou qualquer coisa pastelônica e divertida, como comer polenguinho sabor alho com goiabada, eu adoro rir com ele. ADORO!

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Absolute Ensemble: Arabian Nights

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Já passava mais de uma hora do horário previsto para o término do show e os músicos sorridentes, liderados pelo jovem maestro, tocavam animadamente como se não houvesse um amanhã. Eu já estava me contorcendo na cadeira e fazendo comentários pra mim mesma – chega, that’s enough, peloamordedeus eu quero ir pra casa! A platéia começou a se retirar lentamente e eu sentia dores nas pernas, na bunda e um tédio monstro que me fazia bocejar a cada vinte segundos.
Música clássica encontra o jazz, a improvisação e a música tradicional árabe. Até parece interessante, não? Seria, se todas as músicas não tivessem o mesmo ritmo hipnótico e monótono, e se o show não tivesse sido tão longo. O maestro Kristjan Järvi é jovem e entusiasmado, dança enquanto rege e fala coisas engraçadinhas ao microfone para explicar cada número. Mas exagerou até nos minutos finais, quando apresentou músico por músico da orquestra, enquanto cada um fazia um pequeno solo. Já pensaram quanto tempo levou para a orquestra inteira fazer solinhos individuais? Quando Järvi finalmente fez o movimento final e se virou para os aplausos do público, houve uma debanda em massa. Mas ele ainda fez um encore!! Aaah, ninguém pediu, mas ele fez!

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thank you for your order

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Neste ano ninguém tasca! Nada comprado de última hora, na super liquida ou no bazar do jesuiscristo vai ter chance, pois vou ganhar o melhor presente, de mim mesma e do Ursão. Ah, mal posso esperar….
Meus olhos captavam o vermelho. Uma coisa tão impressionante, que pensei estar tendo alguma espécie de premonição macabra. E tomei mais vermelho, assistindo à um filme tétrico sobre Francis Bacon, o pintor inglês.
Agenda nova para o ano novo. Primeiro compromisso anotado nela: dentista. Isso parece uma praga maldita rogada pela fada madrinha má.
Meu marido achava que o Ricky Martin imitava o Sidney Magal e eu afirmo que o novo talk show do Isaac Mizrahi é todo chupado do antigo programa do Clodivil. Tá boa, santa?

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picadinho

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Eu sabia que isso iria acontecer: pagar a academia e não aparecer por lá. Mas é dezembro, né gentiiii…….
Sentei na sala para assistir televisão por uns minutos com o Ursão e vi um comercial do perfume nº 5 da Chanel com a Nicole Kidman e o Rodrigo Santoro. Ela é uma diva rica e famosa fugindo dos fotógrafos e sendo resgatada pelo galã anônimo. Tudo suuupeeerrr cafonééééérríííímoooooo!
Assistimos juntos a um episódio de What Not To Wear no TLC e o Urso ficou revoltado, como esses dois ridículos ousam criticar dessa maneira as roupas da coitada da moça? Ora, ora, quem já não teve o desprazer de cruzar com figuras que parecem saídas do catálogo da Lerner metendo a boca nas roupas e na maneira como os outros se vestem?
Limpei a horta, depois de um verão prolífero, e ainda achei uns tomates vermelhos escondidos no meio das folhas e dois pimentões. Vi, com tristeza e irritação, que o gopher voltou cavocando tudo. Não tem jeito, nunca consegui manter a horta no inverno.
Levei um susto quando saí no quintal e vi minhas árvores peladas. Muda o visual e o astral. Agora temos uma pilha de meio metro de folhas secas num canto do quintal, esperando serem ensacadas e descartadas.

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o que?

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queralgodemim.jpg

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the icebox

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Virei para o lado e vi minha amiga com um cachecol de lã enrolado em volta da cabeça, cobrindo as orelhas e aconchegando o pescoço. Enfrentávamos a brutal intempérie com o que tínhamos ali. Ela se enrolou no cachecol, eu levantei a gola do casaco e puxei as mangas da blusa para tentar esquentar as mãos, que estavam quase duras de tão geladas, acompanhando as orelhas e o nariz. Uma cena totalmente absurda na platéia, concorrendo com as cenas chocantes do filme. Estávamos congelando dentro de uma sala de cinema em Sacramento.
Saímos do filme curvadas, corremos para o carro e ligamos o aquecedor. ahhhh….
Sinceramente, isso é realmente o fundo do poço. Os cinemas daqui exageram no ar condicionado no verão, mas deixam as salas mais confortáveis no inverno. Ninguém fica suando de calor, mas passar um frio desses é um pouco demais. Eu vou à esse cinema porque eles têm filmes independentes, estrangeiros e não-comerciais. Dou todo o apoio para que eles lutem contra as cadeias cinemax-tudomax que estão colocando os cinemas antigos e tradicionais out of business. Mas passar esse frio do capacete dentro de uma sala de cinema é mais do que eu posso suportar.

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o passado não condena