assuntos amplamente variados

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Estava na cozinha do trabalho enchendo meu copo de gelo e água quando chegaram caixas e mais caixas de variedades de tomates heirlooms. Todos enormes! A moça trazendo as caixas—são da minha pesquisa, aqui no Yolo county mesmo. Locais e organicos! Adoro trabalhar onde eu trabalho.

A moça da outra unidade é metade portoriquenha, metade japonesa. E é ruiva!

Comecei a assistir uma palestra da Bea Johnson do Zero Waste Home no Google e foi me dando uma agonia. Sinceramente, há um limite pra tudo. Mas dá pra perceber que ela capitalizou bem o estilo radical de vida. Ou pelo menos transformou tudo numa carreira. No waste of time either.

Celebridade brazuca que copia tudo dos americanos, falando mal dos mesmos. Pra dar ideias eles servem muito bem, hein? Tô de olho.

O entomologista candidato a uma posição de coordenação, fazendo apresentação depois do almoço e falando sobre cupins e baratas [com fotos]. Eu não conseguia tirar os olhos dele, pois o moço certamente emprestou o terno de um amigo mais alto pra vir fazer a entrevista. Tava tudo errado ali. As mangas do paletó muito compridas, ombros fora do lugar e [crime dos crimes] o segundo botão estava ABOTOADO!! A calça também estava muito grande pra ele no comprimento, com ondas de pano sobrando em cima do sapato. Comentei com meu chefe sobre essa obsessão de acadêmicos com terno e gravata. E parece que ninguém tem um amigo honesto pra dizer—só uma camisa social bem passada já tá prá lá de bom! Uma vez durante uma entrevista para uma posição de diretoria fiquei hipnotizada por uma candidata que tinha um fio solto na saia. Não consegui prestar atenção mais em nada, só via o fio, o fio, o fio!

A abóbora era linda, mas corta-la foi um esforço hercúleo. As sementes, ditas deliciosas assadas, ficaram uma droga. E a polpa virou doce. Abóbora que não dá pra descascar—não quero. Tive que assar pra remover a polpa, depois cozinhar. Quase deu pra fazer uma vasilha com a casca, de tão dura.

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✫ estrela ✫

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Quando as coisas ficam complicadas eu sonho com o meu pai. São diversos sonhos, os ótimos, os bons, os não tão bons. Nos primeiros foi tudo um engano, ele não morreu e está ótimo. Nos últimos ele ainda está doente. Mas pra mim isso me parece a presença dele—estou aqui, pode ficar tranquila. Queria que alguém me dissesse—vai ficar tudo bem! E fosse realmente verdade. Uma vez ele me disse que algo não tinha futuro, eu fingi que não acreditei, estou revendo tudo agora. Meu pai nem sempre estava certo, mas ele estava sempre presente, pra qualquer coisa, pra mim.

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oh-oh

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Nas minhas caminhadas matinais passo por uma casa super lindinha, toda de tijolinho, com um jardim super bem cuidado. Até queria fotografar. Mas na semana passada vi uma placa do Trump fincada no gramado da frente da casa. Sad trombone. E eu que achava que só white trash ignorante iria votar no coiso.

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one cheap dame

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pessoa de quem não gosto—o que você trouxe pro almoço?
eu—comida.
pdqng—risadinhas.
eu—torta de tomate e salada de batata.
pdqng—hmm! risadinhas.
eu—e você? [perguntei sem querer saber]
pdqng—nada excitante. Smart Ones.

E apontou pra uma caixa de comida barata e congelada, é claro. Sempre a mesma história. Zzzz.

Não suporto essa fulana que trabalha no meu prédio e que tá sempre se gabando de ser uma consumista de barganha, esperta e sem consciência. Tudo dela é vagabundo e barato e ela acha isso o máximo. De comida a vestimenta e estilo de vida. Fico de queixo caído e às vezes falo alguma coisa. Ela faz pouco do meu estilo de vida, que pra ela deve ser o de um ET. Outro dia veio de gabar de umas sandálias que comprou na Target por $6 cada. Só de olhar ja vi bolhas, calos, chulés e escravos chineses. Não guentei e falei meus clichês hipongas e ela—se eu não comprar outras pessoas vão comprar!

Mas é justamente O CONTRÁRIO miga! Se cada um tivesse um pouquinho mais de consciência. Mas entendo que pra certas cabeças é pedir demais.

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[ g l a s s ]

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>>> at the Crocker Art Museum in Sacramento.

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déjà vu

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Depois de tantos anos de batalha e sacrifício, ter a sensação de finalmente ter chegado lá foi muito boa. Felicidade e tranquilidade. Pena que durou pouco e que foi apenas uma ilusão, fruto da minha ingenuidade. Cair na real não foi fácil. Quero acreditar que as próximas quedas, daqui pra frente,  serão menos dolorosas.

 

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i’m no saci!

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Decidi que essa seria a última semana do meu look saci pererê. Mas aboli a meia de compressão três dias antes. Estou me sentindo bem, mas um pouco insegura. Porque o médico mandou usar a maledeta da meia por três MESES e eu mal consegui usá-la por três semanas. Mas vou tentar usar de vez em quando [cof cof].

Quando removi as ataduras achei que minha perna tinha sido mastigada por um animal selvagem. Sou exageradíssima, mas realmente levei um susto. Aos poucos os cortes vão sumindo, os roxos vão clareando. Mas tenho muitas sensações estranhas na perna e alguns caroços que a enfermeira disse ser normal. Fica registrado aqui, como uma entrada no diário sobre a operação de umas varizes que fiz na perna esquerda. Está tudo bem.

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vinte e quatro verões [ou invernos]

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Porque começaram as olimpíadas eu lembrei que foi durante os jogos em Barcelona que zarpamos do brasil. Então já são 24 anos!

Eu gosto de marcar datas, mas está ficando cada vez mais angustiante ver os anos avançarem. Não me arrependo de nada, não queria voltar atrás nem mudar nada e não tem outro lugar onde eu queria estar, que não seja aqui mesmo. Mas lembrar de uma partida, mesmo que tão longínqua, não deixa de ser meio melancólico.

Sou uma outra pessoa hoje. Menos inocente, menos esperançosa. Mas não posso nem imaginar como eu estaria, se não tivesse partido.

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o passado não condena