Fui até a biblioteca pegar os volumes de 1971 e 72 da revista Gourmet. É sempre meia hora pra ir, subir até o terceiro andar, procurar rapidamente e ansiosamente por algo legal, pegar, descer, checar, voltar. Mas nesses dias pré middle term exams e pré feriado de thanksgiving a biblioteca fica mais cheia que um shopping center nas tardes de sábado. Estudantes se aglomeram por todos os cantos, em grupos ou solitários, dormindo, estudando, ouvindo música, com laptops abertos, cadernos espalhados, escrevendo frenéticamente, todos com aquelas caras de quem não dormiu, de quem tá ferrado, de quem está lascado, desesperado, à beira de um colapso. Eu sempre suspiro aliviada—como é bom não ser mais estudante!
A inquilina da minha guest house veio pagar o aluguel, trouxe um cartão de thank you. Ela sempre me pergunta como vai o blog. Ela acha que eu sou uma mulher de sucesso. Eu digo—é muito trabalho, aliás, agora eu tenho dois empregos e um deles não me paga nenhum salario, embora me traga muita satisfação pessoal. A inquilina tem apenas vinte e um anos, muito chão pra percorrer, muito feijão pra comer.
Tenho que pensar e fazer tanta coisa—coisas pro sábado, coisas pro domingo, coisas pra quinta-feira. Horas, me façam o favor de voar?