she looks good in her blue jeans
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Não sou fã da calça jeans, apesar de achar que ela fica bem em absolutamente qualquer pessoa, inclusive eu. Mas tenho esse problema de não conseguir ficar confinada em nada. Calça jeans—que incoerentemente eu possuo uns vinte e cinco pares, é coisa pra dias muito frios, quando estar quente e protegida é mais importante que estar livre e solta. Mas hoje fiz a besteira de vestir uma pra vir trabalhar. Justo hoje que não vou almoçar em casa, portanto não vou ter a chance de trocar por uma calça-saco-de-batatas. Estou prevendo um dias daqueles ….
trouble i had all my days
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Estou vestida como uma fazendeira—camisa xadrez vermelho, branco e cinza com botões de madreperola, macacão de corduroy levemente pula-brejo e botas. Fui ao banheiro no outro prédio e voltei como sempre volto, caminhando brejeiramente pelo campus. Percebi um pouco tarde que tinha esquecido de abotoar todo o lado direito do macacão, afinal qualquer coisa é muita coisa para uma pessoa como eu fazer pela manhã.
a cidade dos malabaristas
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Davis é conhecida como the bicycle capital of the U.S. Eu posso comprovar que é mesmo, pois a cidade é muito bem estruturada para os cicilistas e há muitas, muitas bicicletas, principalmente no campus da Universidade da Califórnia, por onde eu também pedalo a minha magrela todo santo dia. Por causa disso a cidade deve também ser a capital norte-americana dos malabaristas sobre duas rodas. Diáriamente eu vejo as coisas mais esdrúxulas e bizarras. Os bicicletistas que pedalam enquanto falam ao celular são os mais comuns. Tenho muito medo desses e eles abundam. Tem também os que pedalam enquanto bebem um copão de café quente, outros enquanto comem um prato de comida com o garfo, outros carregam amigos pendurados no guidão ou puxam amigos no skate. Tem até alguns que pedalam enquanto fazem a barba com um aparelhinho elétrico. Nem me espanto mais, me resignei e apenas pedalo defensivamente. É o que posso fazer.
meu animal exterior
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Durante a caminhada cruzei com a mulher pequena e seu cachorro pequeno, pra quem eu sorri e depois abaixei a cabeça pensando que é verdade que os animais se parecem com seus donos ou vice-versa. No meu caso, gosto de supor que o animal perfeito para me retratar seria o cavalo. Me identifico fisicamente com esse animal grande que carrega seres humanos nas costas. Só que não posso ter um cavalo. Então me resigno e aceito o fato incontestável de que meus dois gatos malucos, dorminhocos e cheios de manias me representam muito bem.
sou uma dinossaura
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Um bolinho de chocolate para celebrar sete anos de blogagens ininterruptas! Tudo começou aqui, onde eu escrevia sobre tudo—filmes, comida, cotidiano e ainda faço, de maneira menos sistemática, mas sempre contínua. Sou do tempo que existiam no total uns dez blogs brazucas no pedaço e todo mundo se conhecia. Hoje a blogolândia é do tamanho do mundo e tem de tudo, todo tipo de gente, todo tipo de blog. Continuo firme, porque essa é a mídia com que eu mais me identifiquei e que preencheu todas as minhas necessidades, de escrever e de criar. Meus blogs já fazem parte do meu testamento, onde instruí que eles permaneçam online para sempre, porque neles tem muita vida e muita história. Sete anos escrevendo e fotografando, não é pra qualquer um!