tédio, nunca mais!

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Filas, saguão de aeroporto, sala de espera de consultórios médicos, plataforma de trem, serviços burocráticos, todas essas câmaras de crueldade explicítas, que te obrigam a esperar, esperar, esperar. Agora tenho o antídoto para o tédio crepitante na minha mão. Aleluia!

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está cada vez pior

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Sonolenta, ouvindo Neil Young pelos fones de ouvido e chorando, de molhar os ombros. A assistente do dentista, vez e outra, enxugava as minhas lagrimas delicadamente com um lencinho de papel. Eu quero acreditar, preciso acreditar, que há outros assim como eu por aí, que não é uma coisa rara, nem inédita, nem errada, ser assim tão sensível.

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27ºC

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Não tem nada errado

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Faz um lindo lindo de primavera, e estou com aquela sensação de que já é sexta-feira, porque amanhã não terei labuta. Em compensação terei uma visita bem chata ao dentista. Tudo bem, a viagem de primeira classe já foi providenciada!
Ontem liguei na Disneylândia para resolver um negocinho pra minha irmã. Passei a tarde inteira rindo de boba que sou — eu liguei na Disneylândia, liguei na Disneylândia, imagina só, não é bizarro, eu falei com alguém na Disneylândia, será que foi com a Minnie?
Quando a situação se revela absurdamente surreal, cheia de detalhes de pouco caso dissimulado, e onde a personagem principal exala sonsice por todos os poros, a melhor solução é se fingir de morta e deixar pensarem que você é tão sonsa qual. A sonsa número dois, pois sim, já que o trono já tem dono.

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most of the time I’m halfway content

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Estou cansada dos esquilos neste campus, de como eles me assustam pulando nos arbustos e árvores, e de como passam rapidamente, naqueles pulinhos galopantes, na minha frente quando estou pedalando.
O visual da moçada está se transformando com a mudança de estação. Nas minhas caminhadas para esticar as pernocas, atento para a horda de estudantes. Muitos não têm noção de estação – cachecol e chinelo – São razoavelmente massificados e sem senso de estilo.
Divido os grupos de pessoas em três categorias, dispostos desigualmente: os que estão com um IPod na orelha, os que estão falando no celular e os que estão sozinhos ou conversando com outro humano.

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todo ano…

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Todo ano a árvore de nectarina floresce. É sempre uma visão linda, embora efêmera.

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cena de filme, está lá?

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As manicures coreanas matraqueava – yada yada yada yada – enquanto faziam as mãos e pés de clientes. Riam, comentavam, riam, comentavam. Todos os que não entendiam coreano boiavam, incluindo eu. Claro que nesse momento fui imediatamente remetida à lembrança de uma cena de filme, que não consigo identificar qual, onde as manicures coreanas comentavam e riam da cliente, que as surpreendeu, retrucando na língua delas. Qual é o filme, meudeusdocéu?

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a prova do som

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Por causa dos barulhos produzidos por um ser troglodita, eu preciso colocar fones de ouvido e escutar música num pequeno período da tarde, enquando dura o almoço do referido. Nesse tempo eu simplesmente não consigo fazer nada. Não consigo fazer meu trabalho, que é super minucioso, ouvindo música. Não dá! Atrapalha a minha concentração, eu acho que estou deixando passar detalhes importantes despercebidos, parece um bloqueio. Felizmente o nhacnhac slurrpslurrp dura pouco, pois o troglô come rápido.

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adoro as manhãs de domingo

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Porque a piscina estava fechada fui caminhar. Caminhei somente metade do percurso, porque não quis exagerar. Mas exagerei quando fiz meus planos – okay, não sei se vai dar pra nadar durante a semana, mas posso caminhar, chego em casa às 5:10, visto o tênis, caminho uns quarenta minutos no Arboretum, acho que até às 6 ainda não vai estar escuro. Daí me empolguei e comprei tênis novos e um Ipod.
Queria entender por que eu sempre nadei contra a corrente, ou sozinha numa raia sem me enturmar. Sou assim desde sempre, não consigo fazer parte de grupos, partidos, andar em turma, fazer o que os outros fazem, me vestir “na moda”, seguir regras, participar de eventos coletivos, jogar joguinhos, passar correntes pra frente, fazer parte de um time, me integrar. Sou a que corre por fora, do meu jeito, com as minhas regras e etiquetas que me orientam e determinam o meu caminho.
Acordamos com o gato faminto espancando a porta do quarto. Eu levantei e desci para dar comida ao desesperado. A relação do Misty com os humanos é completamente baseada em comida. É uma coisa que me incomoda, pois parece não existir outro elo de ligação. Li outro dia que gatos são muito mais leais aos humanos que os cachorros, só que eles fazem a conexão de uma maneira diferente, e muito mais rigorosa. Eles se conectam com apenas um humano, a quem vão ser leais para sempre. Se acontece um abandono, o gato nunca mais vai se conectar à humano algum, e todos os relacionamentos dali em diante serão baseados em comida. Esse é exatamente o caso do meu gato Misty.
Nove graus, nublado com ventinho, domingo de manhã, vejo muitos passantes pela janela, e eu tô indo caminhar.

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o passado não condena