cuidado, piso molhado!

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No dia em que eu resolvi voltar a nadar, a piscina estava fechada.
O almoço foi na calçada, com um sol tão aconchegante aquecendo o rosto que até deu vontade de fechar os olhos e dormir ali mesmo, sentada.
Uma meta: tentar imitar a elegância da Karen Blixen, a baronesa, na pele da Meryl Streep em Out of Africa. Me expliquem como uma atriz pode estar sempre mal ajambrada e descabelada na vida real e na tela encarnar tão bem uma mulher como Blixen?
Lá fui eu, pro supermercado outra vez.
Minha desorganizção está profundamente enraizada.

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the birds

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Saindo do Embarcadero em San Francisco em direção à Washington Street, cruzamos uma praça e demos de cara com centenas dessas aves verdes, que parecem os papagaios brasileiros. Elas comiam as florezinhas rosas das árvores, berravam e voavam juntas. Uma visão e tanto. Foi difícil fotografá-las, mas se ampliar as fotos vai dar pra ver melhor. São aves tropicais, não são?

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not to do list

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Vou ficar um tempo sem ler notícias, porque não dá pra mim. Estava à beira de um colapso nervoso, chorando, angustiada. Ele me falou – mas o que você pode fazer? E me aconselhou a aproveitar a minha vida, que é muito boa.
Chateações abundam se você procurar por elas. Então dá aquela tristeza, até a hora que você percebe que nada é o que parece ser. Dai dá aquela vontade de rir, porque tem tanta coisa acontecendo por ai que realmente não vale um pum.
Eu sou boi no horóscopo chinês, então meu amigo budista querendo me fazer acordar pra vida e ver a luz, me contou uma parábola onde o boi atravessava o rio carregando o rato nas costas e quando chegavam do outro lado do rio, o rato saltava fora e nem olhava pra tras, muito menos agradecia.
Deu pra ti, né querida?

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Halston, we have a problem!

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Sou chatésima pra perfume, mas não vivo sem. Tomo no mínimo dois banhos por dia, então a perfumação é hábito mesmo, ou mania, não tem o intuíto de encobrir nenhuma fedentina. E quando por acaso, raramente, esqueço de passar perfume, despiroco, quase que no mesmo nível que se esquecesse de escovar os dentes.
Foi no casamento de uma das irmãs do meu marido da década de 80. Não lembro se fomos padrinhos, mas lembro exatamente do meu visual – pantalona branca e túnica cor de chocolate de linho, scarpin beige e um casaco de pele verdadeira emprestado da sogra do meu irmão. Era julho, estava uma tarde fria. Pose, cabelão, blush, batom. Chegamos na igreja e fomos recebidos pelo noivo na porta de tras, por onde escapulem os padres e coroinhas depois da missa – sim, devíamos ser os padrinhos – quando caiu a ficha: ESQUECI DE PASSAR PERFUME! Eu queria voltar para casa, mas o carro com a noiva já estava virando a esquina. Meu futuro con-cunhado disse, você está linda, nem precisa de perfume. Mas nenhum consolo adiantou. Ficou tudo uma droga, tudo deu errado, fiquei num mau humor danado, acabou o dia, a festa murchou.
Lembrei dessa história, porque hoje cheguei no trabalho e me toquei, catapluf – esqueci de passar perfume! Tudo bem, aguentei firme, a situação era remediável, e está tudo sobre contrôle agora, pois na hora do almoço resolvi o problema. Sprriiiuuushhhh.

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sem samba no pé

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O único problema do inverno pra mim é a cara de múmia que eu fico, desbotada e amarelada, depois de meses enrolada em camadas de roupa. Previsão do tempo para hoje – mínima de 6ºC, máxima de 22ºC. Vinte de dois!! Vai ter gente passando de biquini em frente da minha janela.
Estou tentando amaciar um sapato novo, uma sapatilha estilo mary jane da Doc Martens. Comprei o número certo – 7UK, que traduz pro 9US, que é o meu tamanho de pé. O sapato está perfeito, o problema é a arcada. Cara, está duro caminhar três passos que sejam com ele. Será que vou ter que devolver?
Carnaval? Que carnaval?
Ando com medo de ler as notícias no feedreader. Me sinto como se estivesse correndo o risco de ser atingida por estilhaços de uma explosão. É tanto ódio e insanidade. Vou acabar virando uma Cecilia, imersa em filmes bobos, musicais com sapateado. Estamos precisando de muitas A Rosa Púrpura do Cairo pra nos manter saudáveis.

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pra fazer mal feito, melhor nem fazer

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Essa rádio de hits dos anos oitenta está muito chata, mas eu não vou desligar e contínuo sentada, de frente para o meu laptop, mãos no queixo apoiando a cabeça e olhando fixamente para os livros coloridos da minha estante na cozinha. Penso em algumas coisas— por que o rádio está ligado se o ouvinte está vendo tevê no andar de cima; por que as pessoas jovens ficam enchendo os piquás da humanidade com choramingos de que estão ficando velhas; e pessoas magras se acham gordas; e neuroses inexplicaveis abundam; e por que, infelizmente, as comunidades virtuais acabam sempre virando um triste reflexo da patética vida real de cada um.

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onde?

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Estou todos os dias, .

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o passado não condena